Vida Med: conheça o ciclo básico, o ciclo clínico e o internato do curso de Medicina

Mais longa do que qualquer outra graduação no Brasil, o curso de Medicina tem muitas particularidades em termos de metodologia e grade curricular. Enquanto os estudantes de Exatas, Humanas e demais formações em Saúde podem optar por cursos noturnos ou diurnos, para tornar-se médico, é preciso dedicar-se em período integral.  

Embora passar algumas horas em sala de aula também faça parte do escopo de estudo, os laboratórios e práticas acadêmicas são introduzidos logo cedo. Além disso, é preciso colocar a mão na massa por vários períodos e não apenas para cumprir horas extracurriculares.

Com tantas diferenças e curiosidades, nós decidimos criar uma série de conteúdos dedicada a iluminar o caminho de vocês, calouros e pré-vestibulandos, nesta incrível jornada que é cursar Medicina. Neste primeiro artigo, apresentaremos uma visão geral sobre os três ciclos que definem os seis anos de formação médica. Vamos lá?

Ciclo I: Base Sólida

Este é o nome oficial dos dois primeiros anos da graduação em Medicina. Durante esses quatro períodos, você será apresentado aos Sistemas Orgânicos Integrados, às Habilidades e atitudes médicas e a Métodos de estudo e pesquisa. Ou seja, estudará vários conteúdos fundamentais à compreensão do processo saúde-doença de forma contextualizada e integrada à área clínica e à saúde coletiva.

Antes de pensar em notas, networking e listas de materiais, você também precisará acostumar a sua mente e o seu corpo à rotina que lhe será imposta. O curso de Medicina exige dedicação total, mas, acredite, você não quer deixar sua juventude presa dentro de um livro.

Na prática, somente quem não se organiza direito perde horas de lazer para dedicar-se à profissão. Portanto, aproveite os meses iniciais para entender o método de estudo que funciona melhor para você, reservando sempre um tempo extra às matérias que tem mais dificuldade.

Veja também: Como se dar bem no primeiro semestre da graduação em Medicina

Ciclo II: Clínica Escola

O quinto semestre traz consigo uma carga horária muito mais significativa de atividades práticas, que se mantém até o final do quarto ano do curso. A partir deste ponto da graduação, iniciam-se os trabalhos ambulatoriais em Clínica Cirúrgica (I, II, III e IV) e Clínica Integrada (I, II e III).

Esta é uma grande virada em termos de rotina e expectativas, pois, enfim, o aluno será apresentado diretamente à Medicina. Durante a Base Sólida, muitos conteúdos ensinados são semelhantes aos de outras áreas da Saúde, como enfermagem e psicologia.

Agora, porém, o aprendizado torna-se totalmente específico. É por esse motivo também que o segundo ciclo é considerado decisivo à escolha da residência ou da especialização.

Mais uma vez, será preciso readaptar-se. Apesar de já estar na faculdade há dois anos, as mudanças são grandes e demandam atenção. Para se ter ideia, no primeiro semestre a carga horária girava em torno de 480h. Já ao longo do ciclo Clínica Escola, ela varia de 560h a 660h.

Ciclo III: Estágio e Internato 4.0

Por fim, os dois últimos anos da graduação são focados no desenvolvimento de habilidades, atitudes e conhecimentos essenciais à carreira médica. Na Afya, todos os alunos a partir do nono período têm à disposição as ferramentas Medcel e Whitebook.

Ambas, por meio das trilhas de aprendizagem, estimulam diferentes áreas do cérebro, facilitando a absorção de conteúdo. Também são oferecidos encontros on-line semanais com médicos especialistas sobre temas relevantes ao longo de todo o ciclo de Internato.

Além de atenderem pacientes reais no ambulatório acadêmico, os estudantes também devem estagiar na rede conveniada nas quatro grandes especialidades da Medicina: Pediatria, Cirurgia, Psiquiatria e Ginecologia e obstetrícia. Os primeiros estágios supervisionados, porém, são em Saúde Coletiva e Atenção Primária em Saúde.

Embora seja apresentado antes do último período, o temido TCC também faz parte da grade curricular de Medicina, sendo chamado de Trabalho Científico de Curso. Assim como as atividades complementares e disciplinas eletivas que precisam contabilizar um total de 252 e 160 horas, respectivamente.

Prepare-se melhor: Vestibular de Medicina: como estudar?

Três primeiros passos

Como você pôde ver, a formação médica inicial é mesmo uma aventura a ser apreciada por partes. Cada ciclo envolve experiências e conhecimentos muito distintos, mas que devem ser empregados de forma conjunta.

Em seis anos, os estudantes de Medicina passam por três ciclos, que os guiam da superfície às profundezas da prática médica, para que descubram suas verdadeiras aptidões. Enquanto alguns saem prontos para trabalhar ao receberem o diploma em mãos, outros procuram mais livros e mais experiências.

E está tudo certo com isso! Afinal, este é o caminho para quem deseja se especializar em uma ou mais áreas, suprindo as necessidades de uma seleção de grupos sociais.

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