Ginecologia e Obstetrícia: conheça mais sobre esta especialidade médica
Ginecologia e Obstetrícia é uma área que abrange duas formações simultaneamente e que oferece uma ampla variedade de subespecializações. Leia nosso artigo e descubra quais são elas!
Ginecologia e Obstetrícia é uma área que abrange duas formações simultaneamente, sendo a primeira responsável por estudar o aparelho genital e reprodutor feminino, e a segunda, o processo da reprodução humana em detalhes. Compreendidos os aspectos fisiológicos e patológicos envolvidos, o médico pode atuar pela promoção de vidas e gestações com mais bem-estar.
Quer saber mais sobre esta especialidade médica? Basta ler o artigo até o fim!
Importância da Ginecologia e Obstetrícia
No Brasil, a obstetrícia como especialidade surgiu antes mesmo de o nosso território ser considerado um país. Foi em 1808 que Dom João VI, o então rei de Portugal, fundou a primeira escola de Medicina ainda no período colonial da História brasileira.
À época, porém, apenas homens cisgêneros eram autorizados a exercer tal profissão, sendo a maioria dos nascimentos conduzidos por parteiras. Demorou quase duas décadas para que a Ginecologia fosse estabelecida como área, o que aconteceu em 1835 pela atuação de mestres pioneiros do Rio de Janeiro e da Bahia.
Outro fato problemático é que, naquele tempo, a atuação dos médicos ginecologistas e obstetras estava limitada ao momento do parto, não havendo exames de pré-natal ou acompanhamento do puerpério (fase pós-parto), por exemplo. Ou seja, possíveis complicações somente eram descobertas quando já estavam acontecendo, o que colocava a vida da gestante e do feto em risco.
Neste cenário, a importância desta especialidade teve seu início na redução da mortalidade durante o parto, mas vai muito além. São os estudos minuciosos de toda a estrutura anatômica dos órgãos reprodutores femininos que até hoje possibilitam a descoberta de disfunções, patologias e métodos contraceptivos, que garantem bem-estar e saúde às pessoas.
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Quando procurar ajuda
Comecemos pelo básico: mulheres cis e homens trans, pessoas não-binárias, entre outras identidades, devem se consultar anualmente com ginecologistas para o exame preventivo, também conhecido como Papanicolau. É por meio deste teste que são detectadas as Infecções sexualmente Transmissíveis (IST) e o câncer de colo de útero.
Vale lembrar que o exame ainda é necessário uma vez que a vida sexual tenha sido iniciada, pois certas doenças passam por períodos de dormência. Ou seja, podem desencadear sintomas e causar malefícios muito tempo depois de terem sido contraídas.
Também é recomendada a consulta com ginecologista quando houver dor abdominal na altura do útero, cólicas muito fortes durante o período menstrual, sangramentos e/ou corrimentos vaginais de colorações anormais. Tudo isso pode ser indício de ovário policístico e endometriose, entre outras enfermidades.
Já os obstetras devem ser procurados por quem está planejando engravidar e, depois, logo quando se descobre a gestação, para que o acompanhamento seja feito desde o início.
No primeiro caso serão tiradas as dúvidas sobre o processo de gravidez, solicitados os exames para a verificação da condição de saúde e indicadas vacinas, caso necessário. Confirmada a gravidez, inicia-se o pré-natal, quando são feitos exames de rotina para avaliar o desenvolvimento do feto a cada trimestre.
Depois, vêm as etapas de parto e puerpério. A formação como obstetra pode ser clínica ou cirúrgica, portanto, o médico está apto tanto a realizar uma cesariana quanto a conduzir o método natural.
O acompanhamento pós-parto somente se encerra quando os órgãos genitais da gestante voltarem às condições anteriores, o que em geral acontece em até 60 dias. Além disso, antes de ir ao pediatra, o recém-nascido é avaliado pelo obstetra que acompanhou seu crescimento dentro do útero.
Contudo, pode haver situações em que as orientações médicas sejam necessárias por um período maior. Um exemplo é em relação à amamentação, cuja prática é benéfica para ambos. Outro é o desencadeamento de distúrbios mentais, como a depressão pós-parto, que deve ser abordada também por psicólogos e psiquiatras.
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Dia a dia do médico especializado em Ginecologia e Obstetrícia
No mercado de trabalho, o ginecologista obstetra tem muitas possibilidades. Para quem gosta de agitação e dinamismo é aconselhado escolher a realização de parto e de pré-natal. Isso tanto em hospitais e clínicas da rede pública quanto na rede suplementar de saúde.
Em contrapartida, os profissionais que desejam uma carreira mais tranquila podem optar pelo atendimento ambulatorial e em consultórios. Também possui rotina mais estável e com horários pré-estabelecidos quem decide pela atuação em laboratórios.
Em seu dia a dia, obstetras utilizam materiais simples, como fita métrica e balança, e equipamentos de imagem, como o ultrassom. Já no atendimento ginecológico o médico especialista deve estar adaptado aos diferentes tamanhos de espéculos para a coleta de material durante o exame preventivo.
Também é possível se subespecializar em mastologia, trabalhando como cirurgião ou clínico, em sexualidade ou em medicina fetal. Além disso, pode-se iniciar uma carreira acadêmica para se tornar professor universitário e de pós-graduação. Duas áreas que estão em ascensão tanto em termos de estudo quanto de prática são: reprodução assistida e cirurgias para afirmação de gênero.
Perfil de um bom ginecologista e obstetra
De modo geral, a empatia é uma regra para ser um bom médico, independentemente de sua especialização. Porém, ginecologistas obstetras precisam ter essa soft skill ainda mais desenvolvida, pois precisarão cuidar de gravidezes de alto risco, o que acrescenta muito estresse às gestantes e, consequentemente, a seus parceiros.
Uma boa oratória e a capacidade de se comunicar de forma tolerante e clara também são importantes. Às vezes, seus pacientes terão pouco ou nenhum background intelectual, o que dificulta a compreensão sobre procedimentos médicos, autocuidado e contracepção.
Outra característica importante é conseguir vislumbrar possíveis complicações a fim de preveni-las, englobando todos os cenários desde as primeiras consultas. Soma-se a isso a necessidade de uma boa memória e de pensamento analítico para avaliar situações complexas.
Por fim, o especialista deve ser capaz de trabalhar bem em equipe. Afinal, ele não é o único responsável pela condução de uma gravidez saudável, sendo necessário acompanhamento nutricional e endocrinológico, sem falar da relação com os enfermeiros na hora do parto.
Papel do obstetra na amamentação
Todos os anos, o mês de agosto recebe a cor dourada quando é promovida a campanha de incentivo à amamentação. Embora seja um ato natural e de conexão, muitas mulheres encontram dificuldades neste momento tão especial. Pode haver questões de cunho fisiológico e emocional, por exemplo, como empedramento, mastite e falta da apojadura (quando o leite demora mais do que o normal para descer).
Quando isso acontece, o médico especializado em Ginecologia e Obstetrícia deve intervir, orientando a gestante e, principalmente, acalmando-a quanto às causas e consequências reais do problema. Isso evita que a ansiedade se torne outro obstáculo a ser superado.
Além disso, também é papel do obstetra apontar os benefícios da amamentação. Bebês que se alimentam do leite materno, naturalmente ou via doação, têm menor risco de desenvolver alergias, maior proteção contra infecções, melhor desenvolvimento e menor risco de sofrer com doenças crônicas.
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