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Uso de psicofármacos em festas e automedicação na faculdade de Medicina

Veja a seguir uma explicação exclusiva sobre automedicação e os riscos do uso indevido de psicofármacos, que você só encontra aqui!

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Um tem efeito antidepressivo, o outro estimulante, e os estudantes vão rebatendo um com o outro durante horas e horas de festa regadas a álcool. Este é o pacote completo, que foge à já problemática automedicação, para causar um verdadeiro colapso do organismo de qualquer pessoa.

Nós sabemos que a faculdade de Medicina pode ser muito exigente, o que cria gatilhos para vários distúrbios, como ansiedade e depressão. Mas isso não justifica esse comportamento que, além de ser autodestrutivo, também fere o Código de Ética da sua futura profissão.

Veja a seguir uma explicação retirada de artigos científicos em primeira mão, que você não vai encontrar em outro lugar. Ah, e não esqueça de compartilhar com seus amigos!

Como os psicofármacos atuam no cérebro 

Fármacos estimulantes, como a Ritalina, por exemplo, aumentam a quantidade de dopamina, que é um neurotransmissor, disponível num local entre os neurônios que se chama fenda sináptica. Quando há mais neurotransmissores disponíveis, suas ações sobre a fenda são potencializadas.

Isso acontece porque os neurotransmissores servem para comunicar informação do neurônio pré-sináptico ao pós-sináptico. Portanto, se você tem mais biodisponibilidade do neurotransmissor, você tem maior estimulação do neurônio pós-sináptico.

No caso da dopamina, uma de suas funções é controlar o sistema de recompensa do cérebro, estando relacionada à sensação de prazer. Ao usar um psicofármaco estimulante, a pessoa hiperestimula o neurônio pós-sináptico, gerando um efeito conhecido como up regulation.

Porém, quando seu efeito passa, o que acontece é o contrário. Visto que o neurônio pós-sináptico acostumou-se com a hiperestimulação, a queda brusca de neurotransmissores pode causar sequelas depressivas, como a letargia e o desânimo.

A partir daí, o uso do antidepressivo seria para controlar este “efeito rebote”. Mas psicofármacos são chamados de remédios controlados por um motivo. As consequências do seu uso indevido em festas ou da automedicação podem ser graves, como você descobrirá a seguir.

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Riscos e consequências do uso recreativo de psicofármacos e da automedicação

Todo medicamento possui efeito colateral. No caso dos psicofármacos não é diferente. É por isso que os médicos psiquiatras precisam saber do histórico pessoal e familiar de doenças e pré-disposições antes de receitar um remédio.

Mas nas festas não tem isso, não é mesmo? Pois bem. Um dos grandes riscos da automedicação e do uso recreativo de psicofármacos é a sobrecarga do sistema cardiovascular.

Remédios estimulantes aumentam a frequência cardíaca e o álcool também. Ou seja, esta combinação pode ser fatal ao causar um infarto fulminante em quem já possui alguma patologia no coração.

Outro problema, agora, relacionado à hiperestimulação do neurônio pós-sináptico é o agravamento de quadros depressivos. O efeito rebote em um cérebro que já não está produzindo neurotransmissores na quantidade ideal é ainda maior.

Assim, a automedicação pode causar a necessidade do aumento da dose de antidepressivos para o controle do distúrbio. Sem falar que, o álcool é um depressor do sistema nervoso central, aumentando o risco de morte por sucídio.

Além disso, psicofármacos são metabolizados pelo fígado e, mais uma vez, o álcool também. A mistura desses componentes sobrecarrega o órgão, podendo causar doenças hepáticas graves, como a cirrose, com a posterior necessidade de um transplante.

Por fim, há também os psicofármacos hipnóticos, como o Zolpidem, que atualmente virou uma febre entre os jovens. Seus principais efeitos colaterais são amnésia e alucinações.

Mas o pior neste contexto é: o uso em festas ou da automedicação é a dependência. Por ser um medicamento indicado para o tratamento da insônia, corromper o cérebro desta forma pode atrapalhar o sono regular, causando AVC, hipertensão, entre outras patologias.

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Como lidar com o estresse e a pressão acadêmica

A automedicação e o uso recreativo de psicofármacos não é lidar com o estresse, mas sim buscar uma fuga da realidade. Quanto mais maduro e conectado com a sua verdade você estiver, menos você vai sentir que precisa dessa válvula de escape.

Quer chegar nesse ponto e ter condições físicas e mentais para viver uma vida longa e feliz? Então, você precisa de hábitos e mecanismos saudáveis para não sucumbir à pressão acadêmica da faculdade de Medicina.

Autocuidado

Uma delas é praticar o autocuidado para aumentar sua autoestima. Quando você desenvolve o apreço por quem você é, compreende que sua caminhada é única e ideal, fica mais fácil confiar em suas decisões.

Também torna-se mais natural acreditar que, independentemente dos problemas que aparecerem, você será capaz de superar. Os exercícios físicos, os hobbies e até o skin care de toda noite são métodos de autocuidado.

Trabalhos voluntários

Pesquisadores do Instituto HeartMath descobriram que emoções positivas, como compaixão, cuidado e gratidão, equilibram nossa harmonia interior e melhoram o nosso desempenho físico e psíquico. Isto é, encontrar um trabalho voluntário para seu tempo livre pode ser algo muito positivo.

Rede de apoio e acompanhamento especializado

Além disso, segundo a psicologia, são as emoções primárias Amor e Alegria que nos permitem construir relacionamentos. Ter uma rede de apoio, que não precisa ser muito grande, com a qual pode contar, vai ajudar você a lidar melhor com o estresse sem cair na bobeira da automedicação.

Portanto, procure estar próximo de pessoas que lhe fazem sentir bem e que estimulem hábitos saudáveis. E, claro, busque ajuda especializada!

Conversar com os amigos e familiares é ótimo. Mas o acompanhamento de psicólogos nesta como em qualquer outra fase da vida ajuda muito no processo de autoconhecimento.

Para que fique bem claro: tratamentos psiquiátricos são importantíssimos e não queremos causar aqui uma fobia aos psicofármacos. O problema é o uso descontrolado e sem orientação médica, portanto, sentindo a necessidade, marque uma consulta.

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