Psicólogo ou Psiquiatra: quando buscar cada profissional?
Encontre o caminho para o seu bem-estar com o auxilio de um psicólogo e/ou de um psiquiatra e saiba como ajudar outras pessoas também com as informações que elencamos abaixo.
Uma morte por suicídio acontece a cada 45 minutos no Brasil. Para cada morte há pelo menos 20 tentativas. Em 2021, o Ministério da Saúde divulgou que as taxas de suicídio de crianças e adolescentes de 5 a 14 anos saltaram 116% entre 2010 e 2019. Na faixa etária entre 15 e 19 anos, o aumento foi de 81% no mesmo período. Mas o que estes números revelam exatamente?
Em primeiro lugar, os números indicam que há uma epidemia de distúrbios mentais assolando o nosso país. A evolução dos seres humanos somente foi possível graças ao instinto de autopreservação que é inato à nossa espécie. Nesse sentido, quaisquer escolhas com verdadeira intenção autodestrutiva demonstram um padrão disfuncional do cérebro.
Em segundo lugar, que a psicoterapia ainda não faz parte da vida da maior parte da população. Uma pesquisa recente expôs que apenas 2% dos brasileiros engajam em processos terapêuticos para resolver problemas pessoais. E há pelo menos dois motivos por trás desse comportamento: a falta de acesso à saúde e o estigma social dos transtornos mentais.
Diante disso, decidimos assumir a missão de esclarecer suas dúvidas quanto às atribuições de psicólogos e psiquiatras a fim de apresentar a importância dessas duas profissões no exercício do autocuidado emocional. Encontre o caminho para o seu bem-estar e saiba como ajudar outras pessoas também com as informações que elencamos abaixo.
Terapia psíquica: o que é e para o que serve?
Este tipo de processo terapêutico, como o próprio nome já revela, busca reverter o quadro de adoecimento da mente, buscando tratar seus sintomas, que podem ter, inclusive, reflexos físicos. Por exemplo, a psoríase é uma doença que se agrava com excesso de estresse – uma resposta do organismo em circunstâncias súbitas e ameaçadoras.
A psicoterapia engloba um conjunto de técnicas, baseadas tanto em teorias quanto em experimentos, cujo intuito é auxiliar o paciente a restabelecer o seu equilíbrio mental. Ou seja, não basta buscar um especialista, seja um psiquiatra ou um psicólogo, e consultá-lo uma única vez para que os seus problemas sejam sanados.
O resultado da terapia psíquica depende de a pessoa dedicar-se aos deveres de casa passados pelo profissional escolhido, como a leitura de um livro, a ingestão de remédios, a escrita de um diário com suas emoções e pensamentos, etc. Isso sem falar da importância de ser sincero em seus depoimentos durante as sessões e/ou consultas.
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Função do psicólogo
Psicólogos são os profissionais que conduzem as pessoas em seus processos de autoconhecimento a partir de uma determinada abordagem, que pode ser: terapia cognitivo-comportamental (TCC), humanista, psicanalítica, entre outras. Eles fazem isso oferecendo ferramentas para que cada um compreenda a origem de suas emoções, pensamentos e comportamentos.
Caso você esteja se perguntando porquê isso é relevante, aí vai a resposta. Pesquisadores do Instituto HeartMath descobriram que emoções positivas, como compaixão, cuidado e gratidão, equilibram nossa harmonia interior e melhoram o nosso desempenho físico e psíquico.
Também é sabido que são as emoções primárias amor e alegria que nos permitem construir relacionamentos. O problema é que nem sempre é fácil controlar o que sentimos em relação a determinadas pessoas ou sob determinadas condições. E é aqui que um bom psicólogo entra em ação.
Graças à sua formação superior em Psicologia, que ensina sobre os processos mentais, um profissional qualificado consegue analisar as dimensões biológicas e sociais em que seus pacientes estão inseridos. Depois, um diagnóstico é feito para, em seguida, dar-se início ao tratamento.
Com efeito, as técnicas da psicoterapia servem para quebrar comportamentos nocivos, ativando as engrenagens do autoquestionamento. Por que eu sinto isso quando escuto aquilo? E o que eu posso fazer a respeito? Não seria ótimo se todos soubessem responder a estas perguntas?
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Função do psiquiatra
Em contrapartida, psiquiatras são médicos especializados no funcionamento do cérebro e da mente humana, que precisaram concluir uma residência ou uma pós-graduação em Psiquiatria após a graduação em Medicina. Visto que se trata de uma especialidade clínica, este profissional atua por meio de consultas durante as quais busca conhecer a história da pessoa e analisar sua personalidade para fins de diagnóstico.
Diferentemente dos psicólogos, estes profissionais podem receitar os medicamentos que talvez sejam necessários para o reequilíbrio químico do paciente. Isso porque a depressão e o transtorno de ansiedade generalizada são responsáveis por desencadear uma desregulação dos nossos neurotransmissores, como a dopamina e a serotonina. São essas substâncias que realizam a comunicação entre os neurônios.
Logo, a ausência acarreta em problemas cognitivos e comportamentais. Em pessoas deprimidas, alguns sintomas podem ser falta de energia, de prazer e de motivação para realizar qualquer atividade. Já pessoas diagnosticadas com ansiedade generalizada podem apresentar quadros de perda de concentração, irritabilidade, tensão muscular e sono perturbado.
Ou seja, não é uma questão de vontade: ambos são distúrbios mentais que agridem o cérebro e que, em certos casos, precisam ser revertidos por meio da reposição de neurotransmissores com remédios de uso controlado. O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e a esquizofrenia são outras duas condições que exigem intervenção química.
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Quando buscar cada profissional
Na prática, somente após um primeiro encontro é possível definir qual é o profissional mais indicado para a condução do seu caso. Afinal, o diagnóstico só é assertivo quando feito por um especialista, que também é quem será capaz de detectar a necessidade de uma intervenção medicamentosa ou não.
Em suma, o ideal é procurar ambos quando estiver desorientado; sentir medo e tristeza com muita intensidade; ou houver desenvolvido comportamentos maléficos a você e/ou a outras pessoas. Abaixo listamos algumas situações com potencial para gerar traumas:
- Luto, acidentes e perdas;
- Dificuldades no trabalho;
- Problemas de relacionamento.
As questões acima podem desencadear distúrbios mentais, como depressão e ansiedade generalizada. Entre as possíveis atitudes nocivas decorrentes, encontram-se:
- Dependência química;
- Automutilação e autosabotagem;
- Transtornos alimentares.
Se você ou alguém que você conhece está passando por problemas semelhantes e/ou apresenta algum desses comportamentos disfuncionais, procure a ajuda de um psicólogo ou de um psiquiatra. De todo modo, manter um acompanhamento com uma equipe multidisciplinar é a melhor opção, pois cada quadro evolui de maneira diferente.
Promoção da saúde mental como missão de vida
Nenhuma profissão é para todo mundo e esta premissa também vale para as áreas da Psicologia e da Psiquiatria. Para exercer tais funções com excelência, é fundamental que a pessoa tenha muita empatia, habilidades de comunicação e análise, e inteligência interpessoal.
É comum ouvirmos relatos sobre psicólogos que oferecem sessões longuíssimas. Mas um bom psiquiatra também não oferece consultas de 30 minutos. Como mencionamos anteriormente, para um diagnóstico assertivo, o médico precisa conhecer o histórico comportamental e a forma como o paciente pensa profundamente. E isso exige tempo, atenção e escuta ativa.
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