Especialidades

Conheça as principais doenças mentais

Conheça as principais doenças mentais e seja um estudante de Medicina ou Psiquiatria à frente dos demais!

5
minutos de leitura

As doenças mentais são definidas como uma alteração que afeta a mente, podendo ser intelectual, emocional ou comportamental. Uma característica em comum entre a maioria delas é dificultar a interação do indivíduo no ambiente em que ele cresce, se desenvolve, convive socialmente, estuda e trabalha. Isso traz diversos prejuízos à sua vida e, muitas vezes, prejudica quem convive com ele.

Por isso, esse assunto é de extrema relevância, sobretudo para aquelas pessoas que desejam cursar Medicina e, em seguida, fazer residência em Psiquiatria.

Neste artigo completo sobre o assunto, você vai conferir:

  • Como surgiu a classificação das doenças mentais?
  • Como eram diagnosticadas e tratadas antigamente Vs agora?
  • Quais são os principais tipos de doenças mentais?
  • Quais os sintomas das doenças dos transtornos mentais?
  • Como são diagnosticadas as principais doenças da mente?
  • Quais são os fatores de risco para as doenças mentais?
  • Quais são os principais tratamentos das doenças mentais?

Aproveite a sua leitura!

Como surgiu a classificação das doenças mentais?

Para se caracterizarem como doenças mentais, elas precisam de condições específicas. Em geral, existem alterações na química do cérebro, gerando particularidades do intelecto, do emocional e do comportamento.

De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), são considerados transtornos psíquicos aqueles que impactam significativamente na vida da pessoa, bem como nas relações sociais e pessoais. É fundamental saber que todas as pessoas têm, vez ou outra, pensamentos, sensações, emoções e comportamentos incômodos, mas, nem sempre isso é uma doença psiquiátrica.

Devido a essa confusão, diagnosticar as doenças mentais é difícil. Visando solucionar esse problema, a Associação Americana de Psiquiatria (APA) criou o DSM 5 ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, com informações padronizadas para auxiliar a atuação dos especialistas em saúde mental, como os médicos psiquiatras, mas também os médicos clínicos ou generalistas que atuam com pronto-atendimento, para que possam dar o correto encaminhamento do paciente à Psiquiatria.

Com isso, o DSM 5, preconiza a existência de mais de 300 tipos de transtornos mentais catalogados e classificados por grupos como:

  • Neurocognição — Parkinson, Alzheimer e outras demências;
  • Neurodesenvolvimentoautismo e déficit de atenção (TDAH);
  • Psicóticos — esquizofrenia, transtorno delirante, esquizo afetivo;
  • Ansiosos — Síndrome do Pânico, ansiedade generalizada e transtornos alimentares;
  • Depressão depressão maior e distimia;
  • Personalidade — borderline, transtorno bipolar e anti social;
  • Uso de psicoativos — álcool, cigarro e drogas;
  • Relacionados ao sono — insônia, excesso de sono.

Como eram diagnosticadas e tratadas antigamente Vs agora?

Conheça as formas de diagnosticar as doenças mentais e tratá-las desde os tempos mais primitivos até os dias atuais!

Dos deuses e demônios a Hipócrates

Há alguns séculos antes de Cristo, a “loucura” era associada aos deuses ou aos demônios. Depois, essa visão grega foi contestada por Hipócrates por volta do século IV a.C. Para ele, os transtornos mentais estavam ligados a questões fisiológicas.

Dos demônios da Idade Média

Já na Idade Média, a moral cristã mudou radicalmente o conceito de loucura. Dessa maneira, todo comportamento tido como fora do normal era considerado resultado de pecado ou possessão demoníaca. Ou seja, houve um retrocesso à crença antiga. A solução era drástica: morte ou exílio.

Do encarceramento em massa

O encarceramento em massa se iniciou no século XVII com os renascentistas, que abandonaram tanto a visão fisiológica quanto as explicações religiosas e passaram a crer num racionalismo extremista e perigoso em que os “loucos” eram incapazes de raciocinar — como os animais —, devendo viver isolados.

Da visão médica da mente

Já em 1793, o médico Philippe Pinel, incutiu a visão médica da mente: faculdade que pode estar saudável ou não, e ser tratada para restabelecer a funcionalidade. Então, vários métodos terapêuticos experimentais surgiram, incluindo a psicanálise de Freud. Grosso modo, os conhecimentos da recém-nascida ciência psicológica trouxe melhora para a qualidade de vida dos pacientes.

Do coma e lobotomia

Entretanto, o internamento permanente seguiu sendo praticado, pois, mesmo com tratamentos, o estigma do termo “louco” afastava essas pessoas de suas famílias e da sociedade. Nesse sentido, os manicômios do século XIX incluíam como tratamento o coma induzido e a lobotomia.

Felizmente, para o bem dos pacientes psiquiátricos e da Psiquiatria em geral, na primeira metade do século XX, a chegada da psicofarmacologia trouxe muita esperança e, a médio prazo, resultados positivos. Com isso, os fármacos voltados às doenças mentais revolucionaram os tratamentos, tornando-se um fator determinante para desativar vários manicômios em todo o mundo.

No Brasil nos dias atuais

No Brasil, desde 2001, na aprovação da Lei Antimanicomial no Brasil, os hospitais psiquiátricos foram substituídos por Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). Dessa forma, os pacientes não permanecem internados por tempo indeterminado e nem ficam isolados.

Além disso, os pacientes recebem um atendimento humanizado e em regime diário, sendo atendidos com equipes multidisciplinares compostas por médicos psiquiatras, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, farmacêuticos, entre outros. Já os casos mais graves são encaminhados para os hospitais com atendimento psiquiátrico.

Quais são os principais tipos de doenças mentais?

Conheça, a seguir, as doenças mentais mais comumente observadas nos consultórios psiquiátricos!

Depressão

Este transtorno mental é muito comum e uma das principais causas de incapacidade no mundo todo, que contabiliza 300 milhões de pessoas atingidas, segundo a OPAS/OMS. Vale destacar que as mulheres são mais afetadas do que os homens.

A doença pode ser de longa duração ou apresentar episódios depressivos, prejudicando a capacidade de trabalhar ou de estudar. Em casos graves, a depressão pode levar ao suicídio.

Ansiedade

Os transtornos de ansiedade estão presentes em 25% das pessoas que procuram o médico psiquiatra ou atendimento ambulatorial no pronto-socorro.

Os tipos mais comuns são: ansiedade generalizada (TAG), síndrome do pânico e fobias. Todas elas afetam a vida social e emocional da pessoa, existindo também o risco de a pessoa desenvolver depressão ou se viciar em medicamentos ou álcool.

Fobia social

Este outro tipo de doença mental também é denominado Transtorno de Ansiedade Social, fazendo com que as pessoas tenham uma ansiedade extrema quando precisam estar com outras pessoas, sobretudo as que não conhecem bem.

Ela aparece em situações cotidianas envolvendo interação social, já que essa fobia faz a pessoa temer julgamentos, críticas ou a possibilidade de ser ridicularizado. Para estes pacientes, o simples fato de se alimentar na presença de outras pessoas pode desencadear uma crise.

Esquizofrenia

O transtorno costuma aparecer na juventude, principalmente no final da adolescência. Contudo, pode aparecer em outras idades. É caracterizada como uma síndrome que causa distúrbios relacionados a:

  • atividade social;
  • linguagem;
  • pensamento;
  • percepção;
  • afetivo, etc.

Bipolaridade

Segundo a OMS, o Transtorno Bipolar afeta 60 milhões no mundo todo. Trata-se de uma doença psiquiátrica caracterizada por oscilações imprevisíveis no humor, variando entre fases depressivas (baixa energia) e outras eufóricas (muita energia). Algo que pode ser comum na bipolaridade é a pessoa achar que ficará famoso ou importante por algum de seus feitos.

Além disso, os episódios de mania e depressão se alternam e há períodos de humor normal. Com relação à mania — lembramos que, antigamente, a doença era chamada “transtorno maníaco-depressivo" —, o humor está exagerado.

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)

Como o nome dessa doença mental sugere, o TOC gera sentimentos e pensamentos obsessivos e compulsivos, comprometendo o equilíbrio emocional da pessoa, afetando tarefas rotineiras.

Em geral, esse paciente tem comportamentos exagerados em relação a coisas simples do cotidiano, como ter mania de limpeza. Dessa forma, é comum desenvolver hábitos exagerados de lavar as mãos “sem parar”, justificando o ato como um meio de se proteger de doenças.

Outros hábitos comuns são: esquecer se fechou a porta e voltar para casa várias vezes e fazer esta checagem, pensar que o ferro de passar roupas está ligado e checar várias vezes, entre muitos outros.

Borderline

O paciente com Transtorno de Personalidade Limítrofe (Borderline) é marcado por apresentar um padrão de emoções instáveis nos relacionamentos e no seu comportamento em sociedade. Dessa maneira, o indivíduo com a doença pode alternar de uma grande euforia para um sentimento intenso de raiva, ansiedade ou depressão.

Transtorno Explosivo Intermitente

Conhecido popularmente como "Síndrome do Pavio Curto", o transtorno é caracterizado por episódios de impulsos agressivos, ocasionando sérias agressões verbais e/ou físicas, incluindo a destruição de propriedade.

Este comportamento agressivo não é premeditado, mas acontece em consequência de um impulso ocasionado por não conseguir controlar os sentimentos de raiva. A agressividade do transtorno explosivo intermitente é totalmente desproporcional a quaisquer agentes estressores que façam os episódios virem à tona.

Dessa forma, elas são descritas como surtos ou ataques que surgem em minutos ou horas e, entram em remissão de forma espontânea. Em geral, o paciente demonstra arrependimento intenso, vergonha e culpa. Se as crises ocorrerem por duas vezes durante a semana e durarem três meses ininterruptamente, indicam a doença.

Quais são os sintomas das doenças dos transtornos mentais?

Abaixo, você conhece os principais sintomas das doenças mentais apresentadas anteriormente.

Depressão

Os principais sintomas da depressão são:

  • desinteresse por atividades antes prazerosas;
  • tristeza, de leve a profunda;
  • sentimentos de culpa;
  • baixa autoestima;
  • sono e apetite alterados;
  • falta de concentração;
  • falta de energia;
  • irritabilidade;
  • cansaço;
  • angústia;
  • apatia.

Ansiedade

Os sinais característicos da doença são relatados como muito desagradáveis e podem provocar a antecipação ou temor de algo perigoso ou desconhecido. Os sintomas são:

  • sensação de desconforto físico;
  • formigamento nas extremidades;
  • mau pressentimento;
  • palpitação;
  • diarreia;
  • angústia;
  • suor frio;
  • tremores;
  • pânico;
  • tensão;
  • medo.

Além desses sintomas, a pessoa pode ter múltiplas queixas físicas sem qualquer causa aparente.

Fobia social

A fobia social apresenta sintomas físicos e emocionais, conheça-os!

Sintomas físicos:

  • diarreia (ao se deparar com a situação);
  • transpirar excessivamente;
  • tremores;
  • gagueira;
  • náuseas.

Sintomas emocionais:

  • preocupação excessiva por medo de fazer ou falar coisas erradas;
  • evitar situações cotidianas por temer agir de maneira constrangedora;
  • ansiedade extrema;
  • angústia.

Esquizofrenia

Os sinais mais observados no transtorno são:

  • alucinações (visuais, auditivas ou do tato);
  • sensação de estar sendo perseguido;
  • alterações de comportamento;
  • pensamento desorganizado;
  • alterações de movimento;
  • problemas afetivos;
  • delírios.

Bipolaridade

Os sintomas gerais da doença oscilam entre:

  • todos os sintomas da depressão;
  • tristeza ou felicidade extrema;
  • desânimo ou muita energia;
  • impulsividade;
  • e mania.

Sintomas que podem ocorrer na fase de mania (eufórica):

  • excesso de atividade (a pessoa não se cansa e evita fazer pausas nas tarefas ou mesmo dormir);
  • muitos pensamentos ao mesmo tempo;
  • excesso de autoestima;
  • criatividade excessiva;
  • fala demasiada;
  • irritabilidade.

É importante mencionar que algumas pessoas com a doença só apresentam episódios de mania e não têm a fase depressiva. Já outros podem alternar com períodos mais ou menos depressivos, mas sempre com o fundo de mania.

Transtorno Obsessivo Compulsivo

Os sintomas do TOC costumam ser causados pela crença de que se a pessoa não executar tal tarefa ou movimento, algo ruim acontecerá. Conheça os sinais que predominam em cada tipo — lembrando que mais de uma categoria pode estar presente:

  • limpeza excessiva — medo de contaminar-se, compulsão por limpar ou lavar as mãos.
  • pecadores e duvidosos — creem que tudo precisa ser realizado de maneira correta, já que do contrário, pode acontecer alguma punição.
  • verificadores — são os que confirmam repetidamente as coisas (ver se o forno foi desligado, a porta trancada, etc.), sempre associando a prováveis danos ou perigos.
  • excesso de organização — neste caso, as pessoas podem ser obcecadas por ordem e simetria das coisas, podendo, inclusive, desenvolver superstições relacionadas a números, cores ou arranjos.
  • acumuladores — temem jogar alguma coisa fora, acreditando que algo ruim poderá acontecer.

Borderline

Os sintomas mais típicos do transtorno de personalidade limítrofe são:

  • ansiedade;
  • autolesão;
  • depressão;
  • agitação;
  • raiva.

Transtorno Explosivo Intermitente

Neste transtorno mental conhecido como TEI, ocorrem explosões de agressividade espontânea, que não são provocadas pelo uso de drogas ou quaisquer outras substâncias (como as bebidas alcoólicas) ou por outras doenças e distúrbios psiquiátricos. Os sintomas principais são:

  • arremesso de objetos nas crises;
  • batimentos cardíacos acelerados;
  • pressão arterial elevada;
  • agressões físicas sem motivo;
  • surtos de raiva repentinos;
  • sudorese e tremores;
  • impaciência e irritabilidade;
  • descontrole sobre as ações;
  • culpa após o surto.

Como são diagnosticadas as principais doenças da mente?

O diagnóstico das doenças mentais se dá pela descrição dos sintomas pelos pacientes e pela observação atenta do médico psiquiatra, durante a consulta ou internação, bem como nos sinais característicos de cada patologia especificamente.

Na depressão, por exemplo, um sintoma marcante é o estado de humor deprimido que persiste por mais de 2 semanas. Já na ansiedade, o paciente costuma apresentar ansiedade durante a consulta, como inquietação, suor, mexer as mãos e os dedos ininterruptamente, etc.

Muitas vezes, o diagnóstico final não ocorre na primeira consulta. Portanto, o médico precisa orientar o paciente a vir na próxima consulta, considerando que os sintomas não desapareçam com as primeiras medicações, pois ajustes, trocas ou associações de novos remédios podem ser realizadas.

Quais são os fatores de risco para as doenças mentais?

As causas determinantes dos transtornos mentais incluem atributos individuais, fatores externos e muitos outros. Entenda!

Fatores ambientais

São definidos como a capacidade de administrar:

  • interações com as pessoas;
  • comportamentos;
  • pensamentos;
  • emoções.

Outros fatores

Outros gatilhos para as doenças mentais são:

  • sociais;
  • culturais;
  • econômicos;
  • políticos;
  • ambientais.

Fatores de saúde

Já as questões de saúde relacionadas aos transtornos mentais são:

  • exposição a perigos ambientais;
  • alterações alimentares drásticas;
  • infecções perinatais;
  • estresse;
  • genética.

Quais são os principais tratamentos das doenças mentais?

A seguir, apresentamos as formas de tratamento mais usuais, mas lembramos que o tratamento deve ser individualizado e pode envolver psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional, entre outros profissionais.

Depressão

Quando leve e moderada, a depressão pode ser tratada com psicoterapias que utilizam o diálogo, como a cognitivo-comportamental. Além disso, são identificados aspectos relacionados, entre outras coisas, à identificação de fatores estressantes, problemas de relacionamento, financeiros, dificuldades no trabalho, abuso físico e mental.

É importante, ainda, identificar as fontes de apoio, como os familiares e os amigos. Além disso, trabalhar o paciente na manutenção ou reativação das interações e atividades sociais é fundamental, além da atividade física.

Por fim, os medicamentos antidepressivos são uma maneira eficaz de tratar a depressão moderada a grave, e quando pacientes com depressão moderada enfrentam um processo de luto — podendo utilizar tais medicamentos durante a fase mais crítica. As melhores apostas são os medicamentos inibidores de recaptação de serotonina, como:

  • Fluoxetina;
  • Fluvoxamina;
  • Paroxetina;
  • Sertralina;
  • Citalopram;
  • Clomipramina;
  • Venlafaxina.

Ansiedade

Para tratar os estados ansiosos, é fundamental a realização de psicoterapia, além do tratamento psiquiátrico, que pode indicar medicamentos que aliviam os sintomas, como os antidepressivos e/ou ansiolíticos (incluindo os benzodiazepínicos e o cloridrato de buspirona).

Além disso, o paciente é orientado a praticar atividades físicas — que relaxam o corpo, acalmam a mente e melhoram o sono, bem como métodos naturais (meditação, dança ou yoga, por exemplo).

Fobia social

O tratamento de fobia social deve ser feito com psicólogos. Isso porque a terapia fará a pessoa aprender a lidar com as situações que, para ele, são muito constrangedoras. Nos casos mais graves, podem ser utilizadas medicações. Os principais fármacos utilizados são os antidepressivos.

Esquizofrenia

Aqui, é fundamental o acompanhamento psiquiátrico, que vai prescrever fármacos antipsicóticos, como a Risperidona, a Quetiapina, a Clozapina e a Olanzapina, além de mostrar ao paciente e às pessoas mais próximas sobre a importância de não interromper o tratamento com os medicamentos — mesmo que os sintomas desapareçam.

Isso porque os sinais (como alucinações) cessam exatamente devido ao medicamento — daí a importância de não interrompê-lo. Também é fundamental orientar a família sobre a doença e com relação ao tratamento e ao acompanhamento por profissionais da área de saúde para que o tratamento seja completamente eficaz.

Bipolaridade

Várias são as abordagens para tratar a fase aguda do transtorno bipolar — quando o paciente chega ao pronto-socorro, por exemplo — e na prevenção de novas crises. Em geral, na prevenção, utilizam-se medicamentos estabilizadores do humor.

Em pessoas cuja fase depressiva seja muito presente, utilizam-se antidepressivos em conjunto com estabilizadores do humor (carbonato de lítio, o “estabilizador de humor” padrão, mas também podem ser utilizados outros medicamentos que não são estabilizadores de fato, mas atuam como um, em vários pacientes). Conheça alguns deles!

Anticonvulsivantes:

  • Divalproato de sódio;
  • Carbamazepina;
  • Oxcarbazepina;
  • Ácido valproico;
  • Lamotrigina.

Antipsicóticos atípicos:

  • Quetiapina;
  • Risperidona;
  • Olanzapina, etc

Vale lembrar que o estabilizador de humor carbonato de lítio precisa de monitoramento frequente por exames de sangue.

Transtorno Obsessivo Compulsivo

Em geral, o tratamento de TOC é à base de terapia cognitivo-comportamental (TCC), podendo levar o paciente a enfrentar o medo e os pensamentos obsessivos, afastando as compulsões. Além disso, pode ser utilizado algum medicamento antidepressivo para diminuir a ansiedade, que pode desencadear as compulsões.

Nesse sentido, vale mencionar que um estudo indicou que aproximadamente 60% dos pacientes melhoraram significativamente, ainda que raramente fiquem assintomáticos — por isso a importância da terapia — com o uso de antidepressivos.

Os medicamentos com melhores resultados são os inibidores de recaptação de serotonina, mencionados para o tratamento da depressão. Além disso, pela mesma pesquisa, os fármacos neurolépticos, estabilizadores de humor e ansiolíticos podem ser utilizados. Por fim, o apoio psicossocial é fundamental na escolha da linha de tratamento e na melhora dos sintomas!

Borderline

Uma revisão da literatura demonstrou que os antipsicóticos, o Divalproato e os inibidores da recaptação de serotonina (como alguns antidepressivos) podem ser prescritos em baixas doses para tratar os pacientes com transtorno de personalidade limítrofe.

Outro estudo mostrou que a Carbamazepina, se usada na dose 820 mg por dia, reduz significativamente a gravidade do descontrole de comportamento de pacientes com transtorno de personalidade borderline.

Além disso, mostrou que o topiramato na dose de 250mg por dia foi capaz de controlar a raiva nos pacientes estudados, visto que os ácidos graxos ômega-3 (EPA) deixaram esses pacientes menos agressivos. Outros medicamentos úteis apontados pela mesma pesquisa publicada na Scielo:

  • Propranolol (dose de 1.440mg por dia);
  • Antipsicóticos atípicos — clozapina quetiapina, olanzapina;
  • Metilfenidato (para sintomas leves);
  • Buspirona (doses entre 20 e 50mg por dia para agitação, autoagressividade e impulsividade).

Transtorno Explosivo Intermitente

Pelo caráter autodestrutivo e por ser perigoso à vida de outras pessoas, o Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) requer uma abordagem psicoterapêutica. A intenção é ajudar os pacientes a reconhecerem e verbalizarem os pensamentos ou sentimentos, que acontecem imediatamente antes dos surtos explosivos.

Além disso, podem ser utilizados medicamentos para auxiliar a controlar os impulsos agressivos, como antipsicóticos e anticonvulsivantes.

Gostou de conhecer as principais doenças mentais?

Neste artigo, você conferiu várias informações sobre as principais doenças mentais, seus sintomas e principais tratamentos. Além disso, conheceu a origem da classificação destas doenças — informação fundamental para o estudante de Medicina que deseja se especializar em Psiquiatria —, bem como as curiosidades sobre de que forma os transtornos mentais eram tratados no passado.

Então acompanhe o blog da Graduação Afya e tenha acesso a outros conteúdos tão informativos quanto este para auxiliá-lo em sua carreira na Medicina!