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Febre Oropouche: como a doença se tornou uma preocupação no Brasil?

Quer entender quais são os principais sintomas da febre Oropouche e seus tratamentos? Confira este conteúdo!

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A febre Oropouche pode impactar a produtividade e sobrecarregar os sistemas de saúde, especialmente em regiões com recursos limitados. Recentemente, houve um aumento nos casos e surtos urbanos dessa doença, que originalmente estava associada a áreas rurais e florestais.

No Brasil, a febre Oropouche tem causado surtos principalmente na Região Norte, incluindo os estados do Amazonas e Pará. Quando essas áreas urbanas são afetadas, o risco de transmissão aumenta em locais densamente povoados, facilitando a disseminação do vírus. Os efeitos da febre Oropouche são bem parecidos aos de outras doenças endêmicas, como Dengue, Zika e Chikungunya.

Quer entender mais sobre as causas, sintomas e fatores de risco da febre Oropouche? Continue lendo!

O que é a febre Oropouche?

A febre Oropouche é uma patologia infecciosa provocada pelo vírus Oropouche, que pertence à família Peribunyaviridae. A transmissão para humanos ocorre principalmente por meio da picada de insetos infectados, especialmente os mosquitos da espécie Culicoides paraenses. Outros insetos que sugam sangue também podem ser vetores da infecção.

A doença é endêmica nas regiões tropicais da América do Sul, incluindo países como Peru e Panamá. A transmissão entre humanos pode ocorrer por sangue ou fluidos corporais contaminados.

Devido à semelhança com outras infecções, o diagnóstico preciso é essencial para implementar medidas de saúde pública eficazes. Embora a febre Oropouche raramente seja fatal, ela pode levar a complicações mais graves em casos raros.

Quais são as causas da febre Oropouche?

As causas da febre Oropouche estão diretamente relacionadas à infecção pelo vírus Oropouche, transmitido principalmente por vetores. O principal vetor é o maruim, um inseto muito pequeno que pica pessoas e animais.

Quando os maruins estão infectados, eles podem transmitir o vírus ao picar seres vivos, espalhando a doença. Além dos maruins, outros insetos que sugam sangue também podem ser responsáveis pela transmissão.

Além dos vetores, outros fatores que contribuem para a disseminação da febre Oropouche incluem:

  • aumento de insetos transmissores do vírus em áreas urbanas;
  • permanência do ciclo envolvendo animais, como macacos e preguiças, que agem como hospedeiros naturais do vírus;
  • condições climáticas favoráveis para a proliferação de vetores, como clima tropical e áreas de mata.

Quais são os sintomas da febre Oropouche?

Se houver suspeita da doença, é importante buscar atendimento médico para o diagnóstico e o tratamento adequados. Destaca-se que os sintomas da febre Oropouche são parecidos com os sinais causados por outras doenças virais e podem incluir:

  • febre alta - um dos primeiros e principais sintomas;
  • dor de cabeça intensa muitas vezes descrita como localizada na região frontal;
  • dor nas articulações em várias partes do corpo;
  • dor muscular ou nos músculos, normalmente acompanhada de fadiga;
  • náusea, vômito e sintomas gastrointestinais;
  • fotofobia ou sensibilidade à luz;
  • erupção cutânea em alguns pacientes;
  • tontura e mal-estar geral;
  • sensação de fraqueza.

Esses sintomas geralmente aparecem de 4 a 8 dias após a pessoa ser infectada pelo vírus. A febre pode durar entre 2 até 7 dias e, na maioria dos casos, se resolve sem complicações. Contudo, em situações mais graves, a doença pode causar meningite viral ou encefalite, o que resulta em sintomas neurológicos como rigidez no pescoço e confusão mental.

Como é o tratamento da febre Oropouche?

O tratamento da febre Oropouche é principalmente sintomático, pois não existe um antiviral específico para o vírus. As principais abordagens terapêuticas incluem o controle da febre e da dor, que pode ser feito com analgésicos e antitérmicos, como paracetamol ou dipirona, amplamente utilizados para alívio.

Aspirina e anti-inflamatórios não esteroides, como o ibuprofeno, devem ser evitados em casos suspeitos de febre Oropouche. Esses medicamentos podem aumentar o risco de sangramentos se houver diagnóstico incorreto de doenças hemorrágicas, como a dengue. Manter uma boa hidratação é fundamental, especialmente em casos de febre alta e vômitos, para evitar a desidratação.

O tratamento é de suporte e visa aliviar os sintomas enquanto o corpo combate o vírus. Em geral, a doença é autolimitada, e a maioria dos pacientes se recupera completamente dentro de uma semana. O descanso também é essencial para ajudar o corpo a combater o vírus e se recuperar da infecção.

Como evitar a febre Oropouche?

Para evitar a febre Oropouche, é necessário adotar medidas de prevenção da doença que incluem a redução do contato com os vetores que transmitem o vírus, como maruins e outros insetos transmissores.

Veja a seguir algumas maneiras de se proteger e de evitar ser infectado pelo agente viral!

Uso de repelentes

Aplicar repelentes na pele exposta ao ar livre pode ajudar a prevenir picadas de mosquitos. Escolha produtos que contenham ingredientes como DEET, picaridina ou óleo de eucalipto-limão, pois são mais eficazes para afastar os insetos.

Utilização de roupas protetoras

Vestir roupas de mangas longas, calças compridas e meias pode reduzir o risco de picadas. Faça isso ao entardecer e ao amanhecer, quando os insetos estão mais ativos. Essa precaução diminui o risco de ser picado e de desenvolver a febre Oropouche.

Instalação de telas de proteção

Eliminar focos de água parada e manter ambientes limpos e secos pode reduzir a população de insetos que transmitem o vírus Oropouche. Além disso, instalar telas de proteção em janelas e portas ajuda a evitar que os vetores entrem em casas e outros ambientes fechados.

Auxílio de mosquiteiros

Dormir sob mosquiteiros, especialmente em áreas rurais ou florestais, ajuda a proteger contra picadas enquanto a família dorme. Em áreas com surtos, as autoridades de saúde podem realizar a nebulização de ambientes com inseticidas para controlar a população de insetos vetores.

Monitoramento de complicações

Em casos raros, onde a infecção pode levar a complicações como meningite ou encefalite, é crucial buscar acompanhamento profissional de Medicina ou do SUS para receber o tratamento adequado, evitar danos mais graves e prevenir a propagação da doença para outras pessoas. Essa precaução é especialmente importante em regiões endêmicas ou em áreas com surtos.

Compreendeu como a febre Oropouche se tornou uma preocupação no Brasil? Infelizmente, os vetores que transmitem esse vírus se adaptaram bem aos ambientes urbanos e o risco de transmissão em cidades está aumentando. Os locais mais propícios para desenvolver essa doença são as cidades nas quais a infraestrutura de saneamento é precária.

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