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Conheça as doenças crônicas mais comuns entre os brasileiros

Fique por dentro: conheça as doenças crônicas mais comuns na população brasileira e o que fazer em cada caso. Essa é uma temática bastante abordada no Enem, vestibulares e na faculdade.

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minutos de leitura

Conhecer as doenças crônicas mais comuns entre a população brasileira é importante para ficar atento aos cuidados com a saúde. Mas a abordagem desse assunto não se limita somente a isso: se você pretende estudar Medicina, esse tema é bem relevante.

Pensando nisso, vamos explicar o que são doenças crônicas, suas causas e os sintomas que ajudam a identificá-las. Veja, ainda, os grupos que integram os fatores de risco e a prevalência desses quadros no Brasil e no mundo. Aproveite a leitura!

Afinal, o que é uma doença crônica?

Resumidamente, pode-se afirmar que é uma condição de saúde, cujos sintomas são persistentes ao longo do tempo. Muitas vezes, a doença crônica permanece por um período prolongado ou, até mesmo, durante toda a vida da pessoa afetada. Ao contrário das doenças agudas, que surgem subitamente e apresentam uma duração limitada, as crônicas têm um desenvolvimento lento.

No início, essas enfermidades tendem a ser assintomáticas, como ocorre com a pressão alta e algumas doenças de pele. Os problemas crônicos mais comuns podem resultar de uma combinação de diferentes causas.

As mais comuns são ligadas à genética, influências ambientais e comportamentais. Para o vestibulando de Medicina, essa é uma temática que exige atenção, por ser bastante abordada no Enem, nos vestibulares e, depois, na faculdade.

Qual o panorama das doenças crônicas mais comuns no Brasil e no mundo?

Confira algumas estatísticas que ajudam a entender melhor a prevalência de doenças comuns no Brasil e no mundo. Muitas estão relacionadas à imunossupressão causada por condições, como a Aids.

No Brasil, destacamos que as principais doenças crônicas são a pressão alta e a depressão, sendo que esta última atinge mais de 16 milhões de brasileiros. Abaixo, as informações, extraídas do relatório do IBGE, publicado no site Agência Brasil. Observe:

  • a hipertensão arterial atinge 23,9% dos indivíduos, afetando 38,1 milhões de pessoas;
  • desses, 26,4% são mulheres e 21,1% são homens;
  • 56,6% dos hipertensos têm entre 65 a 74 anos;
  • após os 75 anos, o percentual ultrapassa 60%.

Outros países também apresentam dados semelhantes aos do Brasil. Além das doenças raras no mundo, tais quadros são preocupantes. Os órgãos responsáveis pela gestão global de saúde humanitária estimulam medidas de educação preventiva, com vistas à redução das principais doenças crônicas.

Complicações cardiovasculares, disfunções pulmonares, cânceres e diabetes estão no ranking das principais causas de morte no planeta. Nos países de menor condição socioeconômica, as complicações afetam pessoas de todas as idades, inclusive crianças.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), essas enfermidades são responsáveis por 74% dos óbitos em todo o mundo. Instituições ligadas às Nações Unidas defendem que milhões de vidas poderiam ser salvas com adoção de estratégias preventivas.

Quais são as doenças crônicas mais comuns entre os brasileiros?

Listamos as enfermidades que exigem bastante atenção da saúde pública no país, pois causam limitações físicas e afetam a saúde mental. Veja quais são as doenças crônicas mais comuns!

Hipertensão

Também conhecida como pressão alta, a hipertensão arterial se caracteriza pela alteração nos valores da pressão nas artérias. Nos pacientes hipertensos, isso significa que a força do sangue contra as paredes das artérias precisa se manter sempre elevada.

A pressão arterial é a força exigida para o coração bombear o sangue, de forma a nutrir todo o corpo. Se não tratada adequadamente, a hipertensão crônica pode resultar em danos aos tecidos e órgãos internos. Nesses casos, os mais afetados são o próprio coração, vasos sanguíneos, rins e cérebro.

Mas como a pressão arterial é medida? O que significam aqueles números mostrados no medidor? Por protocolo, a medição é feita em milímetros de mercúrio (mmHg), sendo expressa por dois valores: o número mais alto é a pressão sistólica, e o menor, refere-se à pressão diastólica.

Em linhas gerais, a pressão sistólica é exercida pelas artérias quando o coração está se contraindo. Já a diastólica é a medida expressa pelo coração no momento em que ele relaxa. Ou seja, a pressão arterial é o valor referente aos períodos de contração e de relaxamento do coração.

Medida da pressão arterial

Segundo as diretrizes médicas, os valores aceitáveis — considerados padrão pela Organização Mundial de Saúde — devem ser inferiores a 120/80 mmHg. Conforme os critérios médicos, a hipertensão é classificada em estágios, o que objetiva otimizar o acompanhamento do paciente ambulatorial.

Vale destacar, no entanto, que a hipertensão começa de forma silenciosa. Ou seja, a pessoa não apresenta sintomas, motivo pelo qual ela é, muitas vezes, chamada pelos profissionais de saúde de "assassina silenciosa".

Em vista disso, o diagnóstico precoce e o controle da doença são fundamentais. Por meio de uma terapia medicamentosa com anti-hipertensivos, é possível evitar complicações cardiovasculares ou outras condições clínicas que colocam a vida em risco.

Principais causas

Conhecer as principais causas associadas ao desenvolvimento da hipertensão é crucial para a adoção de medidas preventivas. Isso porque a pressão alta está, frequentemente, associada a complicações graves. As mais comuns são eventos cardíacos isquêmicos, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e problemas renais.

Sendo assim, destacamos algumas razões que podem interferir no processo hemodinâmico do funcionamento do coração e seus vasos. Veja quais são!

Genética

A predisposição genética é determinante. Em outras palavras, quando membros da família têm histórico de hipertensão, a pessoa pode ser classificada como fator de risco. À medida que estes aumentam, maior a probabilidade de se tornar hipertenso.

Idade

Quando envelhecemos, a chance de desenvolver algumas dessas disfunções crônicas é maior. Isso acontece devido às comorbidades, que são o acúmulo de doenças relacionadas. Dessa forma, as chances de hipertensão também são maiores em pessoas idosas.

Estilo de vida

Muitos são os cenários associados ao estilo de vida. Os principais são o tabagismo, etilismo (consumo elevado de álcool), sedentarismo e padrão alimentar. Tais fatores desempenham um papel significativo para elevar as chances de surgimento da hipertensão.

Estresse

O estilo de vida contemporâneo exigiu mudanças na rotina e influenciou o comportamento da maioria das pessoas. Com isso, o aumento das responsabilidades e as cobranças por metas, por exemplo, tornaram-se fatores geradores de estresse. De forma excessiva, o estresse crônico afeta diretamente o funcionamento do ciclo cardíaco e aumenta a pressão arterial.

Doenças renais

Os rins e o coração são órgãos essenciais para o controle dos valores pressóricos. Por esse motivo, se houver algum histórico de problemas nos rins — como doença renal crônica — isso pode afetar a regulação da pressão arterial e influenciar o desenvolvimento do quadro.

Apneia do sono

Os distúrbios do sono estão essencialmente ligados à má qualidade de vida, influenciando o desenvolvimento de diversos problemas de saúde. A apneia se caracteriza por episódios alternados de interrupção da respiração durante o sono. Como essas pausas respiratórias forçam o trabalho do coração, o risco de hipertensão é maior.

Sinais de alerta para o risco de hipertensão arterial

Mesmo que, inicialmente, a pressão alta não apresente sintomas, convém estar atento a alguns sinais indicativos de alterações. Tais evidências são importantes para a busca de avaliação profissional. Observe:

  • cefaleia, especialmente a dor na parte de trás da cabeça;
  • visão turva, vertigens e tonturas sem causa aparente;
  • falta de ar para a realização de atividades de rotina;
  • insônia ou despertares noturnos frequentes.

Diabetes

O Diabetes Mellitus é uma das doenças crônicas mais comuns na nossa população. Ela é uma condição médica caracterizada pela falta de produção da insulina pelo pâncreas. Em alguns casos, o diabetes se desenvolve porque esse hormônio — que ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue — não é produzido em quantidade suficiente.

Listamos os tipos existentes. Confira!

Diabetes Tipo 1

O tipo 1, também chamado de diabetes juvenil, é mais comum em crianças e jovens adultos. Essa doença está mais ligada a fatores genéticos — ou à herança familiar — e surge quando o sistema imunológico destrói as células responsáveis pela produção de insulina.

Por conseguinte, a produção desse hormônio é muito limitada e insuficiente para realizar as suas funções. Assim, os portadores precisam receber injeções regulares de insulina, visando manter os níveis de glicose sanguínea sob controle.

Diabetes Tipo 2

Tanto no Brasil como em outras regiões do globo, esse é o tipo que ocorre com maior frequência. Geralmente, o DM2 se desenvolve em adultos, muito embora também possa acometer pessoas com menos idade, inclusive crianças.

Nesse quadro, o pâncreas até produz insulina, mas não consegue utilizá-la de maneira suficiente. Com a falta deste hormônio, a glicose se acumula no sangue e não passa para as células e tecidos. Por isso, as pessoas com essa doença precisam fazer a reposição diária dessa substância.

Diabetes Gestacional

Na gravidez, os hormônios passam por mudanças necessárias à adaptação fisiológica para o desenvolvimento e crescimento do feto. Logo, algumas mulheres podem sofrer desequilíbrio na liberação de certos hormônios.

Nessas circunstâncias, o organismo busca uma forma de compensação, de modo a inibir certas glândulas e estimular o trabalho de outras. Quando a mulher integra os grupos considerados fatores de risco, ela tem chance maior de desenvolver diabetes gestacional.

Fatores de risco

Embora existam muitos, os principais são:

  • obesidade;
  • falta de atividade física;
  • herança familiar;
  • consumo excessivo de açúcar;
  • predisposição genética.

Sintomas

O estudante que está se preparando para prestar exames e vestibulares na área médica deve estar atento a essa temática, pois ela é muito abordada nas provas. Um dos assuntos relevantes que vai te ajudar a ir bem no Enem, por exemplo, é conhecer os sinais que ajudam a identificar o diabetes. Veja quais são:

  • aumento da sede;
  • aumento da fome;
  • perda de peso rápida e inexplicada;
  • cansaço extremo;
  • visão turva;
  • maior dificuldade para cicatrização de feridas.

Colesterol alto

O colesterol é um elemento gorduroso presente em algumas membranas do corpo, que desempenha importantes funções para o bom funcionamento dos sistemas orgânicos. As doenças ligadas ao excesso de colesterol no sangue também estão na lista de doenças crônicas mais comuns e são chamadas de hipercolesterolemia e dislipidemia.

Quem faz o “transporte” do colesterol no sangue são as lipoproteínas. Elas são divididas em dois tipos principais: as que carregam o colesterol bom e as que carregam o ruim. A primeira é a lipoproteína de baixa densidade, chamada de LDL, e a outra é o HDL — a lipoproteína de alta densidade.

Diferença entre colesterol bom e ruim

O LDL (colesterol ruim) tem a função de transportar o colesterol das células do fígado para as outras células e tecidos do corpo. Se o LDL estiver em excesso, ele pode se acumular nas paredes das artérias e gerar graves problemas. O LDL forma placas que estreitam e bloqueiam o fluxo de sangue, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Já o HDL (colesterol bom) é responsável pela remoção do excesso de colesterol do sangue e das artérias de grande calibre. Por isso, manter os níveis de HDL mais altos é melhor para a saúde do coração e dos vasos.

Fatores de risco

Entre os fatores ligados às doenças causadas pelo descontrole das taxas de colesterol destacam-se:

  • obesidade, excesso de peso e acúmulo de gordura abdominal;
  • tabagismo, que reduz os níveis do HDL;
  • predisposição genética e herança familiar;
  • dieta rica em gorduras saturadas e trans;
  • inatividade física;
  • idade avançada.

Asma

Também dentre as doenças crônicas mais comuns, a asma afeta as vias aéreas, devido ao comprometimento dos tubos que levam o ar para os pulmões. Portadores de asma têm, normalmente, as vias aéreas inflamadas e estreitadas, condição que gera sintomas como falta de ar, tosse e chiado no peito.

Causas e fatores de risco

A asma é uma doença relacionada a diferentes causas, principalmente quando associadas aos fatores mais comuns, que incluem:

  • histórico familiar e influência genética;
  • exposição a elementos causadores da asma, como os alérgenos presentes no ambiente;
  • tabagismo passivo;
  • história de infecções respiratórias frequentes durante a infância;
  • constante exposição a poluentes presentes no ar atmosférico.

Agora você já conhece as doenças crônicas mais comuns entre os brasileiros e como se proteger de cada uma delas

Vale destacar que o controle das doenças crônicas mais comuns está intrinsecamente associado a mudanças no estilo de vida. Igualmente relevante é o diagnóstico precoce, pois possibilita iniciar intervenções terapêuticas em tempo de reduzir o risco de complicações e, assim, melhorar a qualidade de vida desses pacientes.

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