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Setembro Amarelo: como identificar sinais de ansiedade e depressão em você ou nos seus colegas?

Saiba identificar sintomas de ansiedade e depressão em você e colegas. Veja também como tratar e prevenir.

6
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O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a importância da saúde mental e da prevenção do suicídio. Ao longo deste mês, diversas ações chamam atenção para a necessidade de cuidar das emoções, conversar abertamente sobre sofrimento psíquico e buscar apoio especializado quando necessário.

No Brasil, a relevância desse tema é urgente: dados indicam que a ansiedade e a depressão são alguns dos transtornos mentais mais comuns no país, afetando milhões de pessoas de todas as idades.

Além de alertar para a prevenção do suicídio, o movimento Setembro Amarelo incentiva que cada um fique atento aos sinais de ansiedade e depressão, tanto em si mesmo quanto em familiares, amigos e colegas de trabalho. Reconhecer os sintomas precocemente é fundamental para evitar que o quadro se agrave e para buscar o tratamento adequado.

Neste artigo, você vai entender melhor o que são a ansiedade e a depressão, conhecer suas causas, fatores de risco, sintomas e as principais formas de tratamento e prevenção. Boa leitura!

O que é ansiedade?

A ansiedade é uma reação natural do organismo a situações de alerta ou estresse. Em níveis normais, ela é útil, pois nos mantém atentos e preparados para desafios.

No entanto, quando se torna excessiva e persistente, pode se transformar em um transtorno que afeta a qualidade de vida.

Existem vários tipos de ansiedade, como o transtorno de pânico, o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e a fobia social. Um dos mais comuns é o transtorno de ansiedade generalizada, caracterizado por preocupações constantes, mesmo sem motivos aparentes.

Entre as causas e fatores de risco, estão predisposição genética, histórico familiar, estresse crônico, traumas, desequilíbrios químicos no cérebro e até mesmo hábitos alimentares inadequados.

Por exemplo, as pesquisas já mostraram, por exemplo, a relação entre açúcar e ansiedade ou outros distúrbios psicológicos, reforçando a importância de um estilo de vida saudável. Por isso, é importante ficar de olho!

O que é depressão?

Agora, vamos à próxima condição! A depressão é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que afeta o humor, a disposição e a forma como a pessoa se relaciona com o mundo. Diferente de uma tristeza passageira, ela provoca sintomas intensos e duradouros, interferindo nas atividades do dia a dia.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a depressão é uma das principais causas de incapacidade no mundo. Suas origens podem incluir fatores genéticos, desequilíbrios químicos no cérebro, experiências traumáticas, estresse prolongado e doenças físicas crônicas.  

Quais são as principais sinais de ansiedade e depressão?

Reconhecer os sintomas de ansiedade e depressão é um passo essencial para buscar ajuda. No caso da ansiedade, é comum observar:

  • inquietação constante;
  • dificuldade de concentração;
  • taquicardia, tremores e sudorese;
  • insônia ou sono agitado;
  • medo intenso de situações cotidianas.

Já os sintomas da depressão incluem:

  • tristeza profunda e persistente;
  • perda de interesse em atividades antes prazerosas;
  • alterações no apetite e no peso;
  • fadiga e sensação de vazio;
  • dificuldade de concentração e tomada de decisões;
  • pensamentos de desesperança ou ideação suicida.

É importante frisar que esses sinais podem variar em intensidade e nem sempre aparecem todos de uma vez. A presença de alguns deles por mais de duas semanas já merece atenção médica.

Como identificar sinais em você e em colegas?

Observar o próprio comportamento é um desafio, especialmente em momentos de estresse. No entanto, mudanças significativas no humor, no sono e na energia podem indicar que algo não vai bem.

Se você sente um medo constante sem causa aparente, perde o interesse pelas coisas que gostava ou percebe que está sempre cansado, pode ser o momento de buscar ajuda.

Em colegas, familiares ou amigos, os sinais podem se manifestar de forma parecida. Fique atento a frases de desânimo, isolamento social, queda de desempenho no trabalho ou nos estudos e mudanças bruscas de hábitos.

Sendo assim, abordar o assunto com empatia e sem julgamento é essencial para oferecer apoio e indicar a busca por um profissional de saúde mental.

E fique de olho: tecnologias inovadoras, como a inteligência artificial no diagnóstico de ansiedade e depressão, já auxiliam na identificação precoce desses quadros, mas nada substitui a avaliação clínica de um médico ou psicólogo.

Como é feito o tratamento e quais são as formas de prevenção dessas condições?

O tratamento da ansiedade e da depressão costuma ser multidisciplinar, ou seja, envolve diferentes profissionais e estratégias para cuidar da saúde mental de forma completa. Em muitos casos, a combinação de psicoterapia e acompanhamento psiquiátrico é essencial.

Sendo assim, a psicoterapia ajuda a compreender e reorganizar pensamentos, enquanto o acompanhamento médico avalia a necessidade de medicamentos, como antidepressivos ou ansiolíticos, para controlar sintomas mais intensos.

Além disso, hábitos do dia a dia também têm um papel fundamental. Atividade física regular, uma alimentação equilibrada e técnicas de relaxamento, como meditação ou respiração profunda, contribuem para o equilíbrio emocional.

Em situações de ansiedade, terapias como a cognitivo-comportamental são muito indicadas, pois auxiliam a identificar gatilhos, mudar padrões de pensamento e adotar respostas mais saudáveis.

E a prevenção?

Cuidar da mente é um processo contínuo, que começa com pequenas escolhas. Para prevenir crises de ansiedade e depressão, é importante cultivar hábitos que protejam o bem-estar. Alguns exemplos que fazem diferença:

  • manter uma rotina de sono adequada, com horários regulares para dormir e acordar, melhora a disposição e regula hormônios ligados ao humor;
  • praticar exercícios físicos libera endorfina e serotonina, substâncias que contribuem para a sensação de prazer e equilíbrio emocional;
  • cultivar relações sociais positivas, como manter contato com amigos e familiares, fortalece a rede de apoio e evita o isolamento;
  • evitar o uso excessivo de álcool e outras substâncias, que podem agravar sintomas ou desencadear crises.

Outro ponto essencial é conversar sobre as emoções. Compartilhar sentimentos com pessoas de confiança ou com um profissional de saúde mental ajuda a aliviar a carga emocional. Valorizar momentos de lazer, como hobbies, passeios e atividades relaxantes, também é uma forma de equilibrar a rotina.

E talvez o mais importante: procurar ajuda logo nos primeiros sinais de sofrimento. Identificar mudanças no sono, no apetite, no humor ou no interesse pelas atividades do dia a dia é fundamental para evitar que a ansiedade ou a depressão se intensifiquem.

O Setembro Amarelo reforça que a saúde mental é parte essencial da vida e que a prevenção do suicídio começa pelo cuidado diário com as emoções. Saber reconhecer os sinais de ansiedade e depressão, em si mesmo ou em quem está por perto, é fundamental para agir cedo e evitar complicações.

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