Medicina Preventiva: por que é tão importante para o envelhecimento saudável
Entenda como a Medicina Preventiva atua no contexto da Atenção Primária à Saúde e propicia o envelhecimento saudável da população. Confira o artigo!
Em 2021, entramos no que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem chamado de Década do Envelhecimento Saudável nas Américas. Este é um projeto das Nações Unidas que tem tudo a ver com a Medicina Preventiva, tendo em vista o aumento da população idosa no Brasil.
O último censo, realizado em 2022, revelou um crescimento de 56% nessa faixa etária em relação à pesquisa anterior. Ou seja, as pessoas estão vivendo mais devido à evolução dos cuidados e tratamentos em saúde e da melhoria do acesso a eles.
No entanto, segundo a OMS, a possibilidade de envelhecer de forma saudável ainda não é um direito plenamente garantido. É por isso que foram destacadas quatro áreas de ação para mudar esse cenário. Em resumo, são elas:
- Mudar a forma com pensamos o envelhecimento;
- Fazer com que as comunidades promovam as capacidades das pessoas idosas;
- Entregar serviços de cuidados integrados e de atenção primária;
- Viabilizar o acesso a esses cuidados no longo prazo.
A Atenção Primária à Saúde (APS) sempre foi o foco principal do Sistema Único de Saúde (SUS) para prevenir o adoecimento mais grave. Agora, você vai entender como a especialidade da Medicina Preventiva atua nesse contexto.
O que significa Medicina Preventiva?
Uma das definições da palavra prevenção é “conjunto de medidas ou preparação antecipada de algo que visa prevenir um mal”. Com isso em mente, fica fácil imaginar do que essa especialidade médica se trata: evitar que as pessoas fiquem doentes para que não seja necessário um tratamento posterior.
Esta proposta surgiu apenas no século 20, com o intuito de colocar o indivíduo no centro do atendimento – e não a patologia. O adoecimento pode não ser um problema momentâneo e, mesmo quando é, ainda pode trazer consequências para as outras esferas da vida de uma pessoa.
É por isso que prevenir é tão importante. Para tanto, os profissionais lançam mão de técnicas e estratégias que resultam em intervenções precoces, atuando proativamente em cima de questões que podem trazer riscos à saúde a curto, médio e/ou longo prazo.
O especialista em Medicina Preventiva é o médico que fica no pé do paciente para que ele faça exercícios físicos, alimente-se de forma saudável, durma ao menos oito horas por dia, não fume e, caso beba, que seja com moderação. Tudo isso reduz drasticamente o potencial de ficar doente.
Um indivíduo que cuida da própria saúde com acompanhamento médico tem menos chances de desenvolver hipertensão e diabetes, por exemplo. Doenças que, quando não são devidamente tratadas, podem causar derrames e cegueira, respectivamente.
Nestes casos, a especialidade aparece em dois níveis. Falaremos mais sobre cada um deles no próximo tópico para você compreender corretamente seu funcionamento.
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Quais são os níveis da Medicina Preventiva?
Esta especialidade é dividida em quatro níveis. Casa nível possui suas formas de intervenção específicas para cuidar do paciente da melhor forma possível. São “etapas” ou “momentos” diferentes:
Primário
Este é o nível em que ainda não existe uma doença a ser diagnosticada. O paciente está no consultório buscando recomendações a fim de não se expor a riscos evitáveis. Uma das orientações prestadas neste momento é, por exemplo, sobre a importância da vacinação, do uso do protetor solar, entre outras.
Secundário
Aqui, a presença de uma doença já foi detectada, exigindo uma intervenção medicamentosa para impedir a piora do quadro. Neste nível, ainda existem grandes chances de reverter o processo de adoecimento completamente.
Terciário
Este é o nível de condições crônicas, que talvez não tenham cura, pelo menos por hora. Assim, o foco do especialista em Medicina Preventiva é reduzir os sintomas do paciente para que outras funções ou outros órgãos não sejam comprometidos.
Quaternário
Por fim, também existe a possibilidade de uma pessoa buscar intervenções medicamentosas e, às vezes, até cirúrgicas - que são piores do que a própria doença. Neste ponto, o médico precisa intervir com propostas melhores, como cuidados paliativos, a fim de proteger o bem-estar do paciente.
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Novas tecnologias: o que é rastreamento preventivo?
Trata-se de uma abordagem razoavelmente recente que busca encontrar em pessoas sadias pontos de atenção com o objetivo de prevenir o surgimento de doenças. Ou seja, testes diagnósticos não fazem parte do escopo, pois são prescrevidos quando já existe a suspeita de uma doença por causa do sintoma.
O rastreamento preventivo faz parte do que se chama Medicina Personalizada – uma tendência que ainda não é acessível para a maior parte da população devido aos seus altos custos.
Você pode aprender mais sobre esta área, cujo primórdio data a partir do Projeto Genoma Humano, aqui!
Há uma variedade de procedimentos e exames que podem ser feitos para detectar precocemente uma doença no organismo de alguém. Um deles é o uso de aparelhos portáteis para acompanhar marcadores sanguíneos, como o colesterol e a glicose. Cada fase da vida requer métodos específicos para que seja realmente eficaz.
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A Medicina Preventiva no nosso dia a dia
Não é preciso viajar por roteiros de ficção científica para perceber esta especialidade. Você provavelmente já foi um paciente de forma indireta quando estava no útero da sua mãe.
A ultrassonografia obstétrica e morfológica, que faz parte do pré-natal, é uma tecnologia que permite o rastreamento de doenças congênitas antes do bebê nascer. A partir desse exame, uma suspeita patológica pode ser objeto de estudo do médico encarregado da saúde da mãe e do feto para encontrar a melhor abordagem.
Depois de nascido, você também fez o teste do pezinho, que faz parte do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN) e serve para rastrear as doenças estabelecidas pelo governo no rol mínimo.
A partir dos 35 anos, o check-up anual é recomendado para pessoas de todos os gêneros. Entre os exames que podem ser feitos estão: o teste ergométrico, papanicolau, hemograma completo, mamografia e exame de próstata.
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