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Como reduzir o tempo de tela para proteger sua visão e sua saúde mental

Você, seus amigos, eu e toda a torcida do Flamengo estamos precisando reduzir o tempo de tela. Veja por que e como fazer isso aqui!

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Você, seus amigos, eu e toda a torcida do Flamengo estamos precisando reduzir o tempo de tela. Isso é um fato indiscutível e aqui está a prova: uma pesquisa de 2023 revelou que os brasileiros passam em média 56% do dia em frente às telas de smartphones e computadores.

Ou seja, das 16 horas que estamos acordados, mais da metade é on-line. Fazendo o que? Em grande parte, trabalhando. Mas, e quando chega o fim do expediente? Vamos direto para o sofá e colocamos o celular bem pertinho da ponta do nariz para assistir infinitos vídeos no TikTok.

Este mau hábito, porém, traz consequências nocivas para nossa saúde física e mental, como você vai descobrir a seguir. Boa leitura!

Os impactos do tempo de tela excessivo na visão

É fato conhecido que crianças em fase de crescimento que são muito expostas a telas têm tendência a desenvolver miopia. Isso porque a proximidade com o dispositivo por períodos prolongados faz com que o globo ocular cresça além da medida, o que causa a dificuldade de enxergar de longe.

No entanto, isso também pode acontecer com adolescentes e adultos. Além disso, a qualidade visual pode ser impactada pelo que conhecemos como “vista cansada”.

Para enxergar de perto o que está nos smartphones e nos notebooks, o olho contrai o músculo acomodativo. Este é o movimento natural para qualquer situação, mas ao passar muito tempo assim, este músculo acaba ficando machucado, perdendo sua mobilidade para se adaptar às longas distâncias.

Um estudo sobre o impacto do aumento do tempo de tela durante a pandemia revelou dados importantes. Foi revelado que 78% dos participantes apresentaram pioras na visão desde 2020, sendo a miopia um dos distúrbios mais presentes.

Por fim, o ressecamento dos olhos é outra consequência danosa. Diante das telas, nós piscamos menos vezes do que o normal e, para piorar a situação, deixamos nossa retina mais exposta a uma irradiação que é nociva e pode causar lesões.

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Os efeitos do tempo excessivo de tela na saúde mental

Estar on-line ou em frente à televisão é estar mais exposto a notícias ruins, conteúdos com temáticas sensíveis e estímulos de consumo. Não à toa, as redes sociais são vistas como uma bandeja cheia para os distúrbios alimentares, à depressão, à insônia e à ansiedade, pois apresentam “mundos ideais” com os quais comparamos nossas vidas.

Assim, conteúdos que poderiam servir apenas como inspiração, em uma sociedade que já valoriza a competição à despeito da colaboração, tornam-se padrões a serem alcançados. Pior: padrões de felicidade, fora do qual a única opção é ser infeliz até que se conquiste o que deseja.

Outra característica do on-line que os deixa ainda mais ansiosos é a sua instantaneidade. O mundo virtual é ágil, sem fronteiras e fácil de navegar. Já o mundo real, nem tanto. Principalmente, em países como o Brasil, que ainda estão em desenvolvimento e, consequentemente, carecem de infraestrutura pública avançada, por exemplo.

Isso acarreta uma série de problemas em suas vidas, pois muitos sofrem com a falta de paciência, sendo também menos persistentes. Até porque a vida de fulano é perfeita no Instagram, logo, se eu estou precisando enfrentar este desafio, algo deve haver de errado comigo!

Em resumo, a superficialidade do que experimentamos durante o tempo em que estamos expostos às telas não contribui muito com a nossa saúde mental. Portanto, reduzir é o caminho para se reconectar com o que de fato há de real no seu dia a dia.

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Estratégias para reduzir o tempo de tela

Depois de apresentar um cenário tão negativo, não é mais do que nossa obrigação falar também sobre caminhos alternativos para contorná-lo. Por mais difícil que pareça na atualidade, ainda é possível ter uma vida com equilíbrio entre on-line e off-line.

Vamos começar pelo óbvio: o próprio Instagram possui um dispositivo para lembrá-lo de que você está há muito tempo rolando o feed sem parar. Só que não adianta de nada ativá-lo sem a disciplina de realmente fechar o aplicativo quando o lembrete aparecer, ok?

Evite usar o celular antes de dormir. Para tanto, estipule um horário limite a partir do qual você vai desligar o wi-fi todos os dias, deixando o celular ligado apenas para usá-lo como despertador no dia seguinte. O ideal é que seja pelo menos duas horas antes de se deitar.

Mas aí eu vou fazer o que neste tempo? Uma opção é tirar a poeira daquele livro que está na sua prateleira há meses sem receber sua atenção e finalmente parar para lê-lo. Outra é trabalhar o corpo e a mente com exercícios físicos, alongamento ou meditação.

Em companhia, você ainda pode se divertir com jogos de tabuleiro, cartas ou apenas jogando conversa fora. Pode ter certeza de que seus laços vão ficar fortalecidos com essa redução do tempo de tela e mais olho no olho.

Benefícios de atividades off-line

Recentemente, nós falamos sobre como fazer nada é bom para o nosso cérebro. Isso mesmo, fazer nada, também conhecido como: ficar à toa, ócio criativo, ficar de bobeira e outras expressões que servem para desprezar o valor disso.

Ou seja, reduzir o tempo de tela de forma eficaz e com benefícios à saúde física e mental não necessariamente requer procurar atividades para ocupar o tempo livre. A introspecção é um processo pautado pelo silêncio e por certo isolamento, sendo fundamental para que a gente se conheça de verdade e descubra nossas verdadeiras necessidades.

Já foi comprovado também os benefícios de estar em contato com a natureza, o que é uma ótima oportunidade para deixar o celular de lado e ficar off-line. Atividades ao ar livre alteram a química do cérebro por liberar serotonina, adrenalina e dopamina.

Se você quiser mais dicas de autocuidado, não deixe de conferir o nosso texto exclusivo sobre este assunto. Acredite, além de fazê-lo mais feliz, isso também vai deixá-lo mais preparado para encarar a faculdade e/ou o vestibular!