Passo a passo para quem quer trabalhar com a sexualidade humana

No Século XIX, surgiram os primeiros estudos sistemáticos sobre este assunto com Freud. Hoje, a sexualidade humana é considerada um fenômeno biopsicossocial, que envolve dimensões biológicas, psicológicas, culturais, afetivas e identitárias. O conceito não se restringe apenas ao ato sexual, pois abrange o modo como os indivíduos experienciam desejo, prazer, intimidade, identidade de gênero, orientação sexual e relações interpessoais.

Na atualidade, a sexualidade é vista como parte do desenvolvimento humano. Ela é dinâmica, plural e está em constante transformação. Os avanços sociais, tecnológicos e científicos trouxeram novas possibilidades de expressão e liberdade. O grande desafio atual é construir uma cultura de respeito, inclusão e educação crítica. Neste post, vamos mostrar como é possível trabalhar com a sexualidade humana.

Deseja descobrir quais passos devem ser seguidos para trabalhar nessa área? Continue lendo este artigo!

O que é um médico sexólogo e o que ele faz?

Um sexólogo é um profissional especializado que estuda e atua na área da sexualidade humana. O seu trabalho envolve compreender, educar, prevenir, diagnosticar e tratar questões relacionadas à saúde sexual, comportamento, identidade e relações interpessoais. Ele conta com atuação clínica, formação educacional, científica ou social, voltada à resolução de disfunções e valorização de atitudes saudáveis, conscientes e inclusivas.

A atuação do sexólogo pode variar conforme a sua graduação de origem: psicologia, Medicina, educação, enfermagem, entre outras. As principais áreas incluem a sexologia clínica para o tratamento de disfunções sexuais: baixa libido, disfunção erétil, ejaculação precoce e anorgasmia. O profissional oferece aconselhamento para indivíduos ou casais com problemas de relacionamento, intimidade ou traumas sexuais.

O que é a sexologia clínica?

A sexologia clínica é a área voltada para a avaliação, diagnóstico e tratamento de questões sexuais, inclusive disfunções e distúrbios relacionados à sexualidade. Trata-se de uma abordagem interdisciplinar que integra conhecimentos da Psicologia, Medicina, Neurociência e Psicoterapia com foco na saúde e bem-estar dos pacientes. A atuação do sexólogo clínico envolve o manejo de diversas demandas, tais como:

• dificuldade ou ausência de orgasmo;
• dor na relação sexual;
• tratamento de traumas ou abusos sexuais;
• comportamento sexual compulsivo ou impulsivo;
• dúvidas relacionadas à identidade de gênero e orientação sexual;
• conflitos de relacionamento que afetam a intimidade.

O sexólogo clínico pode ser um médico especializado como psiquiatra ou ginecologista. Entretanto, é mais comum que sejam psicólogos, terapeutas ou profissionais da saúde com formação específica em sexologia clínica. Esses profissionais podem fazer tratamentos baseados em métodos científicos, por exemplo:

• psicoterapia focada em questões sexuais e relacionais;
• terapia cognitivo-comportamental;
• técnicas de atenção plena;
• psicoeducação sobre anatomia, excitação, consentimento e comunicação;
• encaminhamentos médicos quando necessário: urologia, ginecologia, endocrinologia, etc.

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Quais são as oportunidades na área da sexologia clínica?

A sexologia clínica oferece oportunidades amplas por ser um campo em crescimento. A sociedade convive em um cenário onde temas como saúde sexual, direitos sexuais e diversidade vêm ganhando visibilidade e legitimidade. Desse modo, profissionais com formação especializada encontram diversas possibilidades de atuação. Veja a seguir mais detalhes!

Atendimento clínico em consultório particular

O sexólogo pode ter atuação direta com indivíduos ou casais para tratar questões como desejo sexual reduzido, conflitos, dificuldades relacionadas à identidade, Carnaval, entre outros temas. Existe alta demanda por profissionais que ofereçam uma escuta qualificada, ética e sem julgamento, principalmente nos grandes centros urbanos.

Equipes Multidisciplinares na Saúde

Você poderá fazer parcerias com ginecologistas, urologistas, endocrinologistas, psiquiatras e outros profissionais que atuam em clínicas ou hospitais. Diante disso, poderá fornecer contribuição no tratamento de disfunções sexuais associadas a doenças crônicas, câncer, menopausa e questões hormonais.

Clínicas Psicológicas

É possível que o sexólogo participe de equipes multiprofissionais voltadas à saúde mental ou ao bem-estar sexual. Essa atuação ocorre em Centros Especializados ou Clínicas Psicológicas para atender públicos específicos, como populações LGBTQIA+, sobreviventes de abuso sexual ou pessoas com comportamento sexual compulsivo.

Quais são as vantagens de seguir a carreira da sexologia clínica?

Seguir carreira em sexologia clínica oferece oportunidades profissionais diversificadas e desenvolvimento pessoal. Ela permite ajudar indivíduos e casais a melhorar sua qualidade de vida, autoestima e vínculos afetivos. A prática estimula a reflexão sobre valores pessoais, preconceitos e inteligência emocional. Por outro lado, desenvolve empatia, escuta qualificada e sensibilidade cultural, habilidades que também se refletem no cotidiano.

Como trabalhar com a sexualidade humana?

Trabalhar com sexualidade humana vai além da técnica, exige empatia, ciência, ética e compromisso social. Essa é uma área promissora, que combina cuidado humano, produção de conhecimento e impacto social real. Observe abaixo um passo a passo para iniciar a sua carreira na sexologia clínica:

1. Defina sua área de interesse

Antes de iniciar sua trajetória, é fundamental identificar qual campo dentro da sexualidade humana mais te interessa. Você poderá optar por realizar a sexologia clínica ou terapia sexual, educação sexual formal ou comunitária, saúde sexual e políticas públicas, pesquisa e produção acadêmica ou ativismo e Direitos Humanos, LGBTQIA+, gênero e direitos reprodutivos.

2. Escolha uma formação de base

A atuação na área da sexualidade parte geralmente de uma formação de base sólida. Esse é um campo interdisciplinar e normalmente exige uma formação profissional para atuar de forma técnica e regulamentada. Escolha uma das seguintes opções: Psicologia, Medicina, Enfermagem, Serviço Social, Educação, Sociologia ou Antropologia, Saúde Pública, Direito ou Direitos Humanos.

3. Faça uma Especialização em Sexualidade

Após a graduação, invista em capacitações específicas como especialização em sexologia clínica, educação sexual ou estudos de gênero. Existem cursos sobre saúde sexual, diversidade LGBTQIA+, cuidado centrado no trauma e muito mais. Participe de oficinas, congressos e seminários especializados, além de fazer aulas em instituições reconhecidas ou plataformas on-line.

4. Busque experiência prática

Construa sua trajetória profissional com vivências práticas, atuações em clínicas médicas, escolas, ONGs, projetos de saúde pública, estágios, monitorias, grupos de pesquisa ou voluntariado em iniciativas ligadas à sexualidade. É interessante haver a participação em projetos interdisciplinares e que você receba orientação com profissionais experientes.

5. Construa sua identidade profissional

Desenvolva uma atuação com posicionamento claro e escolha um foco para trabalhar, por exemplo, sexualidade na velhice, diversidade de gênero, sexualidade e deficiência. Crie uma rede de contatos profissionais por meio de associações, eventos e grupos de estudo. Pratique uma abordagem ética, inclusiva e baseada em evidências, com atenção à raça, classe, gênero e interseccionalidade.

Esse é o nosso passo a passo para quem quer trabalhar com a sexualidade humana! Mantenha-se atualizado por meio de leitura de artigos, estudos recentes e eventos científicos. Se possível, faça uma formação complementar em áreas correlatas ou considere investir em um mestrado, ou doutorado se deseja trabalhar como professor.

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