Como a Inteligência Artificial tem sido usada para diagnosticar ansiedade e depressão
Diante do crescente número de casos de transtornos mentais no mundo, precisamos falar dos benefícios da inteligência artificial para a Medicina.
Quando o assunto é a aplicação de tecnologias no setor da saúde, existe uma boa variedade com a qual já convivemos há muito tempo e, por vezes, não nos damos conta. São algumas delas o marca-passo, o prontuário eletrônico e o robô cirurgião. Mas, atualmente, uma novidade tem roubado os holofotes: a inteligência artificial (IA). Ainda tem dúvidas sobre o que a IA significa? Então, a gente explica.
Como amante da Medicina, você deve saber que nosso cérebro é capaz de armazenar dados, aprender com eles e raciocinar à medida que os interpreta, relacionando-os. Dentro de suas limitações, os computadores também são capazes de fazer isso, assemelhando-se à capacidade cognitiva humana. Ou seja, a partir de uma programação específica, ao receber um contexto e uma linguagem, o sistema é capaz de trabalhar essas informações e oferecer respostas.
No caso da saúde, já há relatos de que um algoritmo conseguiu identificar um tromboembolismo pulmonar em poucas horas durante uma tomografia. Sem ele, o resultado somente seria entregue ao paciente em um prazo de pelo menos dois dias após a análise de um médico.
Na prática, a inteligência artificial está se tornando uma assistente fundamental para assegurar diagnósticos mais precisos que, por sua vez, garantem mais bem-estar às pessoas. No artigo de hoje, vamos falar dos benefícios da IA para a saúde mental.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que os distúrbios que afetam esta parte do nosso corpo são uma preocupação crescente. A estimativa é de que cerca de 280 milhões de pessoas sofram apenas por depressão no mundo, de acordo com dados de 2021.
Como futuro médico, você precisa estar ligado.
Entendendo o uso da inteligência artificial na saúde mental
Até agora, pesquisadores já encontraram pelo menos quatro aplicabilidades da inteligência artificial para cuidar da mente humana. Comecemos pela ordem em que os pacientes interagem com cada uma delas.
A primeira aplicação é no atendimento. A IA permite que os profissionais da saúde se concentrem em fornecer uma abordagem que condiz melhor com a realidade e o histórico da pessoa. Isto é, a tecnologia pode, no fim das contas, humanizar a Medicina.
Depois, vem o diagnóstico da depressão e da ansiedade, que são transtornos mentais. Segundo estudos recentes, a inteligência artificial pode detectar sinais precoces, prevenindo que a evolução dos quadros a níveis mais perigosos.
Em terceiro lugar, encontramos os tratamentos baseados em evidências e com base em uma gama maior de opções. Isso porque a IA tem acesso a muito mais informações do que qualquer ser humano, oferecendo alternativas mais individualizadas.
Por fim, existe a função de monitoramento remoto. Com isso, a pessoa tem um incentivo maior para manter os cuidados prescritos, visto que há maior flexibilidade para o seu acompanhamento. Afinal, seu médico pode analisar seus sintomas e comportamentos à distância.
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Como funciona o diagnóstico por IA
Eis a questão sobre a qual todo mundo fica curioso. Com a explicação de como a inteligência artificial funciona talvez você já tenha alguma ideia de como o processo de “anamnese digital” acontece. Mas, agora, iremos aos fatos concretos.
O diagnóstico da depressão e da ansiedade por meio da IA envolve o uso de algoritmos complexos. Eles analisam uma grande quantidade de dados de diversas pessoas para identificar padrões e tendências que denunciem a presença de um transtorno mental.
Esse banco ao qual o computador recorre contém informações sobre comportamento, sintomas, histórico médico e familiar, entre outros fatores relevantes durante a análise. Isso é possível, pois a IA é uma invenção que pode ser treinada para executar uma determinada tarefa a partir de conhecimentos clínicos ensinados por humanos.
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Limitações e desafios da inteligência artificial
Sim, a tecnologia não é perfeita, mas o seu aperfeiçoamento logo vai suprir os principais desafios dessa primeira leva. Hoje ainda existem alguns erros de classificação: sintomas da ansiedade, como a palpitação, podem ser parecidos com o de outros transtornos ou até de doenças físicas.
Assim, é necessária uma análise conjunta com um médico para que o diagnóstico não seja incorreto. Da mesma forma, há o limite da falta de contextualização. A IA pode analisar os dados dos pacientes, mas é preciso que uma pessoa lhe dê as instruções sobre o que é possível interpretar a partir daí.
Outro limite, que talvez vá nos acompanhar por mais tempo, é a quantidade de dados em banco ser insuficiente. Não existe solução decisiva para este problema, pois novas condições, circunstâncias e abordagens surgem a todo o momento. Logo, os profissionais deverão sempre contar com o fator da desatualização da IA quando forem utilizá-la.
Como manter a saúde mental em dia
As manchetes denunciam: há uma epidemia de distúrbios mentais, com prevalência da depressão e da ansiedade, acometendo a Geração Z. Mas, calma, que existem ferramentas para contornar este problema.
A terapia com um bom psicólogo é uma delas. Este profissional será o guia em seu processo de autoconhecimento, onde você compreenderá a origem de suas emoções, pensamentos e comportamentos. Mas por que isso é eficaz?
Pesquisadores do Instituto HeartMath descobriram que emoções positivas, como compaixão, cuidado e gratidão, equilibram nossa harmonia interior e melhoram o nosso desempenho físico e psíquico. Nesse sentido, outra boa ferramenta são os trabalhos voluntários.
Como voluntário, você poderá colocar esses sentimentos que combatem pensamentos depressivos em prática. E ainda estará criando vínculos com outras pessoas, o que, segundo a cientista social Brené Brown, é a razão pela qual vivemos.
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