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Paliativismo: a Medicina da dignidade e da vida

Deseja saber para quais pacientes os cuidados paliativos são indicados? Leia o nosso post!

6
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Os cuidados paliativos representam um dos pilares mais importantes da Medicina moderna, pois oferecem suporte essencial para pacientes com doenças graves ou terminais. Diferentemente do enfoque exclusivo na cura, o paliativismo valoriza a qualidade de vida. Nesse quesito, o alívio da dor e o conforto emocional do paciente e de seus familiares é um ponto-chave.

Pode-se ainda afirmar que, no paliativismo, todos os cuidados com a pessoa visam promover uma interação entre médico e paciente pautada em um tratamento humanizado e digno. Se você ainda tem dúvidas sobre esse tema, saiba que, neste post, vamos explorá-lo em detalhes. Boa leitura!

O que são os cuidados paliativos?

Essa prática envolve um conjunto de ações que buscam controlar os sintomas físicos e fornecer suporte emocional, social e espiritual. Portanto, os cuidados paliativos nada mais são do que abordagens terapêuticas.

Elas têm como foco o alívio do sofrimento e a promoção da qualidade de vida de pacientes com doenças graves, crônicas, progressivas e potencialmente fatais.

Como surgiram e se desenvolveram os cuidados paliativos ao longo do tempo?

A prática dos cuidados paliativos remonta à década de 1960, com a fundação do primeiro hospital especializado em Londres. Desde então, a abordagem evoluiu significativamente, expandindo-se globalmente e sendo reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um componente essencial da assistência médica.

No Brasil, o movimento ganhou força nas últimas décadas, com a criação de unidades específicas em hospitais e a regulamentação de práticas integradas de cuidado.

Como funcionam os cuidados paliativos?

Os cuidados paliativos são realizados por equipes multidisciplinares compostas por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde. O foco é o controle dos sintomas, como:

  • dor;
  • náuseas;
  • falta de ar;
  • fadiga.

Além de suporte emocional para o paciente e sua família, o tratamento é planejado de maneira individualizada, respeitando as necessidades e os desejos de cada pessoa.

Quais são os benefícios dos cuidados paliativos?

Distintamente do tratamento focado exclusivamente na cura, o paliativismo prioriza o bem-estar da pessoa, independentemente do estágio da doença. Abaixo, vamos destacar os principais benefícios dessa abordagem. Confira!

Alívio da dor e controle de sintomas

Um dos pilares dos cuidados paliativos é o manejo eficaz da dor e de outros sintomas debilitantes. A utilização de técnicas e medicamentos específicos proporciona conforto e diminui o sofrimento do paciente.

Melhoria da qualidade de vida

Ao controlar sintomas e oferecer suporte emocional, os cuidados paliativos promovem uma vida mais digna e confortável para os pacientes. Eles permitem que os indivíduos realizem atividades cotidianas e desfrutem de momentos de convivência com seus familiares.

Suporte psicológico e emocional

A abordagem paliativa também se preocupa com a saúde mental e o bem-estar emocional do paciente e de seus familiares. Equipes multidisciplinares, incluindo psicólogos e assistentes sociais, oferecem suporte para lidar com o diagnóstico, as incertezas do tratamento e o luto antecipado.

Respeito à autonomia e às decisões do paciente

Os cuidados paliativos respeitam as vontades do paciente, assegurando que as suas preferências sejam levadas em consideração nas decisões médicas.

O processo envolve questões relacionadas à continuidade ou interrupção de tratamentos invasivos e à escolha do local para receber os cuidados, que podem ser feitos no hospital, em casa ou em uma unidade especializada.

Informação à família

Além do cuidado com o paciente, a família também recebe orientações práticas para o dia a dia, que vão desde o manuseio de medicamentos até o suporte emocional para lidar com a progressão da doença e seus desdobramentos.

Redução de internações e procedimentos invasivos desnecessários

A presença de uma equipe paliativa permite um melhor controle dos sintomas em ambiente domiciliar, além de reduzir a necessidade de hospitalizações frequentes e procedimentos invasivos que podem causar desconforto ao paciente.

A abordagem possibilita que o paciente e seus familiares planejem antecipadamente as decisões sobre os cuidados médicos e evita medidas que possam gerar sofrimento desnecessário.

Integração com outros tratamentos

Ao contrário do que se pensa, os cuidados paliativos não excluem tratamentos curativos. Eles podem ser administrados em conjunto, melhorando a resposta do paciente aos procedimentos médicos e proporcionando um manejo mais equilibrado dos sintomas.

Promoção da dignidade humana

O cuidado paliativo valoriza a vida e o respeito ao ser humano, garantindo que o paciente seja tratado com dignidade, compaixão e respeito em todas as fases da doença.

Portanto, os cuidados paliativos promovem uma visão holística do ser humano, considerando os aspectos físicos da enfermidade, os sentimentos, as crenças e as expectativas do paciente e de sua família.

Para quais tipos de pacientes é indicado esse tratamento?

Os cuidados paliativos são recomendados para pessoas que convivem com enfermidades crônicas, de alta gravidade, com risco de complicações fatais e que tendem a se agravar com o tempo. A seguir, separamos os principais perfis de pacientes que se beneficiam dessa modalidade de cuidado.

Pacientes oncológicos

Pacientes diagnosticados com câncer em estágios avançados ou metastáticos, que apresentam dor intensa e outros sintomas debilitantes, precisam desse tipo de tratamento.

Os cuidados paliativos podem ser iniciados desde o diagnóstico, independentemente do tratamento curativo, para aliviar sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Doenças neurodegenerativas

Pacientes com doenças que tenham condições progressivas, como Alzheimer, Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), Parkinson e Esclerose Múltipla, também podem receber o paliativismo.

O foco é o controle de sintomas como dor, espasticidade muscular e dificuldades de deglutição e comunicação, além do suporte emocional para o paciente e seus cuidadores.

Insuficiência cardíaca crônica

Pacientes com insuficiência cardíaca em estágio avançado, que apresentam sintomas como falta de ar, fadiga e dor no peito, podem se beneficiar dos cuidados paliativos. Esse tipo de abordagem contribui para o alívio dos sintomas e auxilia na adaptação às limitações físicas impostas pela doença.

Doenças pulmonares crônicas

Inclui doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), fibrose pulmonar e hipertensão pulmonar. A abordagem visa melhorar a qualidade da respiração, controlar a falta de ar e proporcionar conforto ao paciente.

Pacientes com doenças hepáticas em estágio avançado

Casos de cirrose hepática, insuficiência hepática ou câncer de fígado podem demandar cuidados paliativos para controle de dor, inchaço abdominal e outros sintomas associados.

Pacientes com doenças infectocontagiosas crônicas

Pacientes com HIV em estágio avançado ou doenças infecciosas crônicas que impactam a qualidade de vida e causam sofrimento físico e emocional também devem receber esses cuidados.

Pacientes geriátricos com múltiplas comorbidades

Idosos com múltiplas doenças crônicas, limitações funcionais e necessidade de cuidados contínuos podem se beneficiar dos cuidados paliativos para o controle dos sintomas e a melhoria da qualidade de vida.

Doenças renais crônicas em estágio terminal

Pacientes que não são candidatos a transplante renal ou que optam por não realizar diálise podem receber cuidados paliativos voltados ao controle da dor e ao conforto nas etapas finais da doença.

Pacientes com condições congênitas ou hereditárias

Crianças e adultos com doenças genéticas, síndromes raras ou malformações congênitas que impactam significativamente a qualidade de vida também são candidatos ao paliativismo.

Agora que você já sabe que os cuidados do paliativismo representam um avanço humanitário na Medicina, proporcionando dignidade e conforto aos pacientes que enfrentam doenças graves, não deixe de estudar mais sobre o assunto. Dessa forma, conseguirá entender melhor como é o trabalho nessa área.

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