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CRM cassado: como isso acontece e como evitar?

Entenda quando o CRM pode ser cassado, o que acontece com o médico nessa situação e como evitar essa penalidade extrema na carreira médica.

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O CRM é o documento que valida legalmente a atuação de um médico no Brasil. Sem ele, não é possível exercer a Medicina de forma regular e, em casos mais graves, um profissional pode ter seu número cassado, o que significa a perda do direito de exercer a profissão.

Mas afinal, o que pode levar à ocasião de um CRM cassado? E o que acontece se isso acontecer com um médico?

Neste post, você vai entender o que é o CRM, por que ele é tão importante, em quais situações ele pode ser cassado e se é possível reverter esse processo. Continue a leitura e tire todas as suas dúvidas!

O que é o CRM e qual sua função?

O CRM (Registro no Conselho Regional de Medicina) é o número que comprova que um médico está habilitado a exercer a profissão em determinada região do país.

Ele é fornecido após a conclusão do curso de Medicina e deve ser emitido no Conselho Regional de Medicina do estado onde o profissional irá atuar.

Sem esse registro, mesmo um médico formado não pode atender pacientes, prescrever medicamentos, realizar procedimentos ou qualquer atividade médica. O CRM é, portanto, o principal documento profissional de um médico.

Além de registrar os médicos, o Conselho Regional de Medicina também é responsável por fiscalizar a atuação profissional, garantir o cumprimento do Código de Ética Médica e proteger a sociedade contra práticas irregulares.

Quando o CRM pode ser cassado?

A cassação do CRM é uma medida extrema, adotada quando o médico comete infrações éticas graves. Essa penalidade é aplicada após processo ético-disciplinar conduzido pelo próprio Conselho Regional de Medicina, com base em denúncias, investigações e análise de provas.

Alguns motivos que podem levar à cassação de CRM incluem:

  • exercício ilegal da profissão (como atuar com diploma falso ou sem revalidação);
  • negligência ou imperícia grave, causando danos ou morte ao paciente;
  • fraudes, falsificações de documentos ou prontuários médicos;
  • violação do sigilo médico de forma grave e intencional;
  • abusos sexuais ou comportamentos antiéticos com pacientes;
  • uso de métodos não reconhecidos cientificamente para tratamentos;
  • participação em esquemas ilegais, como venda de atestados ou tráfico de órgãos.

A cassação também pode ocorrer em caso de reincidência de condutas condenadas em processos anteriores, especialmente quando o médico demonstra desrespeito contínuo às normas éticas e princípios da profissão.

O que acontece quando o CRM é cassado?

Se um médico tem seu CRM cassado, ele perde imediatamente o direito de atuar profissionalmente em todo o território nacional. Isso significa que ele não pode mais:

  • realizar atendimentos;
  • prescrever medicamentos;
  • assinar documentos médicos (como atestados e laudos);
  • trabalhar em instituições públicas ou privadas de saúde;
  • registrar novos CRMs em outros estados.

A cassação é registrada oficialmente e pode ser consultada publicamente no sistema do Conselho Federal de Medicina (CFM), afetando a reputação e credibilidade do médico de forma duradoura.

Além disso, o profissional pode responder civil e criminalmente, dependendo da gravidade dos atos cometidos. Isso pode incluir processos judiciais, pagamento de indenizações e, em alguns casos, até prisão.

A cassação do CRM é definitiva?

Na maioria das vezes, sim. A cassação de CRM é uma penalidade disciplinar de caráter definitivo e irrecorrível, conforme definido pelo Conselho Federal de Medicina.

Ou seja, diferentemente da suspensão (que tem prazo determinado), a cassação impede o exercício da Medicina por tempo indeterminado.

No entanto, o médico pode recorrer judicialmente contra a decisão do Conselho, especialmente se considerar que houve erro no julgamento ou violação ao seu direito de defesa. Nesses casos, o processo pode ser revisto, mas isso depende da análise do Poder Judiciário e não mais dos Conselhos Regionais ou do CFM.

Se a decisão for mantida, o médico não poderá reaver o registro, mesmo que tente atuar em outro estado ou abrir uma nova inscrição.

Como evitar a cassação do CRM?

A melhor forma de evitar a cassação é atuar com ética, responsabilidade e respeito aos princípios da Medicina. Para isso, alguns cuidados são essenciais. Confira a seguir!

Conheça e respeite o Código de Ética Médica

Todos os médicos devem seguir os preceitos estabelecidos pelo Código de Ética Médica, que é atualizado periodicamente e publicado pelo CFM. Ele aborda desde a relação com os pacientes até a conduta diante da mídia e nas redes sociais.

Mantenha uma conduta profissional exemplar

É importante cultivar empatia, escuta ativa e postura respeitosa com os pacientes. Evitar julgamentos, manter o sigilo médico e tratar cada caso com atenção são atitudes fundamentais.

Se atualize constantemente

O exercício da Medicina exige atualização contínua. Seguir boas práticas clínicas, baseadas em evidências científicas, é uma forma de garantir qualidade no atendimento e evitar erros que possam gerar denúncias.

Documente tudo corretamente

Prontuários médicos, laudos, atestados e prescrições devem ser preenchidos com clareza, precisão e responsabilidade. Isso ajuda a evitar acusações infundadas e protege o profissional em eventuais processos.

Respeite os limites da sua atuação

Não prometa resultados, não ultrapasse sua área de conhecimento e evite utilizar terapias que não tenham respaldo científico. Em caso de dúvida, peça ajuda ou encaminhe o paciente a um especialista.

E se o médico continuar atuando com o CRM cassado?

Exercer a Medicina sem um CRM ativo é considerado exercício ilegal da profissão, o que é crime no Brasil. Médicos que insistem em continuar atendendo mesmo após a cassação podem ser denunciados ao Ministério Público, responder por crime previsto no Código Penal e até ser presos.

Além disso, a reincidência agrava a situação legal e dificulta qualquer possibilidade futura de reversão da penalidade.

Ter o CRM cassado é uma das penalidades mais severas que um médico pode enfrentar. Ela impede o exercício da profissão e compromete toda uma trajetória construída com esforço e dedicação. Por isso, é fundamental que os futuros médicos compreendam desde cedo a importância de atuar com ética, responsabilidade e compromisso com a saúde do paciente.

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