Como combater a síndrome do impostor durante a faculdade de Medicina?
Síndrome do impostor na Medicina: entenda as causas, sintomas e como superar as inseguranças acadêmicas para seguir confiante na graduação médica.

Já se questionou se realmente você merece estar na faculdade de Medicina? Ou sente constantemente que todos ao seu redor são mais inteligentes, preparados ou confiantes que você? Esses podem ser sinais da chamada síndrome do impostor.
Essa sensação, apesar de comum, é algo que deve ser levado a sério, principalmente durante a graduação, uma jornada tão exigente quanto transformadora.
Neste post, vamos explicar o que é a síndrome do impostor, como ela afeta os estudantes de Medicina e, principalmente, o que pode ser feito para combatê-la.
Afinal, o que é a síndrome do impostor?
A síndrome do impostor é um fenômeno psicológico em que a pessoa não consegue internalizar suas conquistas.
Mesmo com bons resultados, dedicação e mérito próprio, ela sente que está enganando os outros e que, em algum momento, será “descoberta” como uma fraude.
Ou seja: você tira boas notas, estuda, coloca esforço, mas sente que foi sorte. Ou acha que todo mundo está indo melhor que você, mesmo sem saber exatamente como os outros estão de verdade.
Apesar do nome, a síndrome do impostor não é uma doença nem um transtorno diagnosticado no DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), mas é uma experiência psicológica muito real que impacta a saúde emocional, especialmente em ambientes de alta pressão.
A síndrome do impostor na Medicina: por que ela é tão comum?
Estudantes de Medicina estão entre os grupos mais afetados pela síndrome do impostor. Uma pesquisa feita com 863 estudantes de faculdades particulares no Brasil revelou que 97% já apresentaram sintomas compatíveis com a síndrome, um número altíssimo, que mostra o quanto esse fenômeno é recorrente nesse tipo de espaço.
Isso muitas vezes ocorre porque o ambiente da faculdade de Medicina costuma ser altamente competitivo e repleto de comparações. A pressão por desempenho acadêmico, a responsabilidade com vidas humanas, a carga horária pesada e o contato precoce com a dor, o sofrimento e a morte tornam tudo mais intenso, física e emocionalmente.
Além disso, experiências anteriores, como traumas da infância, histórico de autocrítica ou perfeccionismo, também podem contribuir para que a síndrome do impostor se manifeste de forma mais forte.
Quais são os principais sintomas da síndrome do impostor?
A síndrome do impostor pode se manifestar de diferentes formas, como:
- sentimento de que você é “menos capaz” que os colegas;
- medo constante de “não estar pronto” ou “não dar conta”;
- dificuldade de reconhecer suas conquistas;
- medo excessivo de errar ou de ser julgado;
- ansiedade antes de provas, plantões ou apresentações;
- comparações constantes com os outros;
- sensação de que tudo é muito mais fácil para os colegas do que para você.
Esses sintomas nem sempre aparecem de forma clara. Muitas vezes, o estudante só percebe que está passando por isso quando sente que está emocionalmente esgotado ou começa a duvidar seriamente de suas decisões.


Como combater a síndrome do impostor durante a faculdade de Medicina?
A boa notícia é que existem estratégias práticas e eficazes para lidar com esse sentimento. Confira abaixo algumas das principais dicas para combater a síndrome do impostor na Medicina!
Reconheça que o problema existe
O primeiro passo é entender que a síndrome do impostor não é sinal de fraqueza. Muito pelo contrário: os dados mostram que os estudantes mais comprometidos e exigentes com si mesmos são os mais propensos a desenvolver esse tipo de pensamento.
Se você se sente assim, saiba que não está sozinho e que esse sentimento é muito mais comum do que parece.
Fale sobre o que está sentindo
Conversar com colegas de turma, professores ou psicólogos da instituição pode fazer uma grande diferença. Ao verbalizar suas inseguranças, você pode perceber que outros estudantes passam pelas mesmas dificuldades e que ninguém é tão “perfeito” quanto parece.
A quebra do silêncio é uma das formas mais poderosas de diminuir o peso emocional desses pensamentos. Talvez você até ajude quem está passando pelo mesmo nesse momento.
Valorize seus próprios processos
Nem todo mundo aprende da mesma forma, nem no mesmo ritmo. Respeite seus métodos e seu tempo.
Pare de se comparar com os colegas o tempo todo. Afinal, você não conhece a realidade completa de ninguém além da sua. Olhe para trás e reconheça: você já percorreu um longo caminho para estar aqui. E isso tem valor.
Mude sua autocrítica por autocompaixão
A autocrítica em excesso mina sua autoconfiança. Comece a praticar a autocompaixão: trate-se como trataria um amigo que está passando por dificuldades.
Reconheça seus esforços. Dê crédito ao seu próprio trabalho. Aprenda a comemorar as pequenas conquistas, como um bom desempenho na prática clínica, uma dúvida sanada ou um elogio recebido de um professor.
Estabeleça uma rotina de autocuidado
Sono de qualidade, alimentação equilibrada, prática de atividades físicas e momentos de lazer são essenciais para manter o equilíbrio emocional.
Lembre-se: você não precisa estar 100% produtivo o tempo todo. Descansar também é uma forma de aprender e crescer, e você precisa se dar ao direito de fazer isso!
Busque apoio psicológico
Se os sentimentos de inadequação estiverem prejudicando seu rendimento, sua saúde mental ou suas relações pessoais, vale procurar ajuda especializada.
Muitas instituições oferecem apoio psicológico gratuito ou com preços acessíveis. Não hesite em procurar esse recurso, pois isso também é cuidar da sua formação médica.
Leia mais sobre o assunto
Entender melhor como funciona a síndrome do impostor ajuda a reconhecer padrões de pensamento nocivos. O nosso blog, por exemplo, tem um conteúdo completo sobre esse tema. Vale a pena conferir!
A graduação em Medicina é uma jornada longa, cheia de altos e baixos. Haverá dias em que você vai se sentir perdido, cansado ou com dúvidas sobre suas escolhas. E isso é normal. Por isso, combater a síndrome do impostor é um processo contínuo!
Gostou do conteúdo? Assine a nossa newsletter e receba mais dicas sobre saúde mental, formação médica e como vencer os desafios da faculdade de Medicina!

