Habilidades interpessoais: qual a importância e como desenvolvê-las
Desenvolver habilidades interpessoais é fundamental para o exercício da Medicina. Veja, neste artigo, quais são as principais que um profissional precisa ter!
Saber como desenvolver habilidades interpessoais é um grande diferencial na profissão médica, muitas vezes percebida como fria e objetiva demais. Os passos são lentos para desenvolver esses comportamentos, mas promissores.
As habilidades interpessoais são comportamentos que ajudam no acolhimento e escuta do paciente, melhorando também a relação terapêutica. Nesse sentido, podem otimizar a adesão ao tratamento, sendo considerada inclusive uma das soft skills essenciais dos estudantes de Medicina.
Contudo, essas competências são ainda pouco exploradas nos cursos de graduação na área da saúde, em especial na Medicina. Por isso, o futuro médico deve procurar cursos de aperfeiçoamento para desenvolver essas virtudes.
Quer saber mais sobre como desenvolver habilidades interpessoais para se destacar no atendimento médico? Então, fique por aqui e estude sobre isso!
Escuta ativa
Muitos médicos ouvem, mas não “escutam” o paciente. Parece óbvio, mas a escuta ativa está relacionada a realmente prestar atenção no discurso do paciente, mantendo o contato visual direto e sem interferências.
Às vezes, em poucos minutos de conversa terapêutica se descobre mais do que em 1 hora de consulta.
A escuta ativa é fundamental para que o profissional capte outras aflições e sentimentos que estão por trás de uma queixa. Além disso, ajuda a conduzir adequadamente a situação apresentada.
Dentre as barreiras que dificultam a escuta ativa está o computador, por impedir que o paciente seja avaliado em sua plenitude.
Além da máquina, existem outras barreiras, por exemplo, um acompanhante que interfira na conversa, ruídos externos, interrupções de outros profissionais, entre outras possibilidades. Cabe ao futuro médico, consciente disso, buscar alternativas que garantam a plena assistência à saúde do paciente.
Empatia
Empatia significa colocar-se no lugar do outro, tentando ao máximo compreender sua experiência subjetiva em relação ao problema. Sendo assim, um dos pontos importantes é não menosprezar o relato do paciente.
Isso porque, por menos complexo do ponto de vista médico que um problema possa ser, quem está sentindo é o paciente. Para ele, a situação pode trazer preocupações, alterações da rotina, aumento de custos, entre outras consequências.
A situação inversa também pode acontecer, quando o paciente não sabe que aquela situação é mais complexa do que se parece. Então, cabe ao médico explicar, de forma simples e objetiva, as consequências desse problema.
Em todas as situações, é essencial compreender os sentimentos e percepções do paciente. Para isso, basta procurar saber e então analisar o impacto na condição socioeconômica, emocional, pessoal, profissional e clínica.
Trabalhar com empatia envolve também perceber o nível de letramento em saúde do paciente. Ou seja, perceber a profundidade do conhecimento sobre um determinado assunto e como isso pode ser abordado de forma amigável.
Inteligência emocional
Antigamente, se prezava muito pela inteligência clínica e pela construção do raciocínio lógico em torno da hipótese diagnóstica. Além disso, pela escolha das opções terapêuticas mais eficientes e acompanhamento do prognóstico do paciente.
Com a evolução da Medicina e da própria experiência relatada pelo paciente, observou-se que a inteligência emocional e a boa oratória também devem ser consideradas. Afinal, elas contribuem para o processo clínico do paciente.
A inteligência emocional é um conjunto de ações e sentimentos que envolvem a escuta ativa e a empatia. Além disso, trabalha os métodos para lidar com diversos tipos de pacientes (queixosos, questionadores, céticos etc.) e instituir condutas personalizadas.
Essa é uma das habilidades interpessoais mais requeridas atualmente, pois engloba uma série de outras possibilidades. Ela também traz experiência para o médico lidar em diversas situações encontradas diariamente, não apenas com os pacientes, mas com todos os colegas de trabalho.
Trabalho em equipe
Muitas vezes, o médico carrega para si toda a responsabilidade pelo cuidado ao paciente. Por esse motivo, a maioria desenvolve a Síndrome de Burnout. Entretanto, isso vem mudando, porque se sabe que existem intervenções que não cabe a ele decidir integralmente.
O trabalho em equipe é uma das habilidades interpessoais mais exigidas nos estabelecimentos de saúde e até mesmo nos processos seletivos. Nesse caso, a inteligência emocional é um dos pilares essenciais.
O trabalho em equipe envolve reconhecer as responsabilidades de cada profissional de saúde, instituir condutas em consenso e compartilhar as percepções e a responsabilidade entre todos os envolvidos.
Além disso, os resultados clínicos, humanísticos e econômicos de um trabalho multidisciplinar são notórios. Afinal, ele traz uma nova perspectiva para o paciente, o estabelecimento de saúde e a comunidade em geral.
Humanização
Exercer a humanização nos ambientes de saúde é uma das habilidades interpessoais mais em destaque atualmente. Inclusive, ela está respaldada por políticas institucionais internas e políticas públicas, nos âmbitos municipal, estadual e federal.
Normativas federais preconizam o acompanhamento de idosos e parturientes nos ambientes hospitalares. Elas podem ser melhoradas a partir das demandas de cada instituição de saúde.
A humanização envolve o acolhimento do paciente e as discussões sobre as alternativas terapêuticas disponíveis. Assim, acata as decisões dos pacientes e evita, ao máximo, aquelas soluções que causam sofrimento para ele e sua família.
Envolve também dar conforto nos momentos delicados. Ou seja, acolher família e amigos nos cuidados paliativos, quando necessário, e prover uma assistência integral e humanizada para o paciente.
As práticas da Medicina humanizada são diversas. Entretanto, pequenas atitudes fazem uma diferença significativa na percepção do paciente, desde que respaldadas pela equipe médica e psicológica da instituição.
Lidar com a finitude da vida
Muitos médicos se frustram com a morte de um paciente ou sequelas de uma doença ou situação clínica apresentada pelo paciente. Isso porque acreditam que seu trabalho foi em vão e se martirizam por isso.
Durante a rotina, esses profissionais terão que lidar com vários cenários. Haverá aqueles em que as intervenções feitas em outros pacientes terão um desfecho clínico acima do esperado.
Mas também terão as situações de prognósticos ruins de pacientes. Nesse caso, é preciso lidar com a finitude da vida. Assim, evitará procedimentos desnecessários e preparará o paciente e a família da melhor forma possível.
Nesse dilema pessoal e profissional, é fundamental desenvolver o máximo possível de habilidades interpessoais. Além disso, quando necessário, é indicado fazer terapia para lidar com os desafios da profissão.
Desenvolver habilidades interpessoais é um passo importante na formação do médico.
Afinal, esse processo está relacionado a perceber o paciente para além da doença. Assim, traz acolhimento, empatia, humanização e o entendimento de todas as questões subjetivas em torno de um problema. Além disso, o médico que investir nessas competências certamente terá uma valorização pessoal e profissional pelo trabalho desenvolvido.
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