Como enfrentar e combater a homofobia e a transfobia no ambiente acadêmico?
Leia este post e entenda o que fazer ao presenciar casos de homofobia no ambiente acadêmico.
A discriminação contra diferentes grupos é uma triste realidade. Várias pessoas ainda sofrem todos os dias, sendo excluídas de oportunidades, perdendo acesso a direitos básicos ou mesmo sofrendo ataques diretos. Os casos de transfobia e homofobia no ambiente acadêmico também não são menos graves.
À primeira vista, espera-se que um ambiente com alto nível de educação seja mais receptivo para diferentes grupos. Porém, a discriminação ainda existe em todos os ambientes. Por isso é importante ter uma postura ativa no combate a esses preconceitos, além de ficar atento às próprias atitudes.
Para te ajudar a entender melhor a importância dessa luta, vamos falar um pouco sobre os principais exemplos de transfobia e homofobia no ambiente acadêmico, além de trazer algumas dicas sobre o que fazer a respeito. Acompanhe.
Como a transfobia e homofobia se manifestam no ambiente acadêmico?
Um alto nível de educação não significa que as pessoas ao redor são mais ou menos tolerantes. Isso é algo que vem de suas vivências. Além disso, ainda há muitos fatores sistêmicos no ambiente acadêmico que dificultam a aceitação de certos grupos, incluindo homossexuais e pessoas trans.
Veja aqui algumas das principais formas de homofobia e transfobia que você vai encontrar nesses ambientes.
Linguagem preconceituosa
Muitos termos foram designados especificamente para diminuir e excluir pessoas homossexuais e transexuais. Alguns ainda são usados deliberadamente, mesmo em linguagem acadêmica. Muitos desses termos perpetuam estereótipos ou causam constrangimento.
Algumas dessas palavras também permeiam a linguagem coloquial, sendo usados de forma insensível por pesquisadores, professores e colegas. Isso cria um ambiente nocivo a esses grupos.
Exclusão de pessoas trans e homossexuais em pesquisas
Outro problema sério no meio acadêmico é a exclusão de certos grupos tanto como pesquisadores quanto como pesquisados. Por exemplo, um coordenador ou uma banca podem negar um projeto de pesquisa sobre grupos LGBTQIAPN+ ou que sejam voltadas a estes grupos. O resultado é que há menos perspectivas presentes no meio acadêmico. Estas que são indispensáveis para compreender esses grupos e suas particularidades.
Ideias intolerantes são toleradas
Muitas pessoas trans, homossexuais e outros membros do movimento LGBTQIAPN+ no meio acadêmico já tiveram alguma experiência com discriminação partindo de uma figura de autoridade. Um professor ou pesquisador experiente, um colega veterano, um administrador, etc. E, devido ao seu status, seus atos de intolerância passam despercebidos ou são ignorados.
Essa impunidade é um dos fatores que levam à transfobia e homofobia no ambiente acadêmico. E muitos desses pensamentos também são transmitidos ao conteúdo das pesquisas, assim como suas soluções.
Atos de discriminação e violência
Segundo o dossiê do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania (MDHC), no ano de 2022 foram 273 mortes violentas de pessoas LGBTQIAPN+ no Brasil. Lembrando que esses são apenas os casos relatados e confirmados. E o ambiente acadêmico não é menos sujeito esses atos extremos. Mesmo quando há medidas para evitar casos de violência, ainda é possível que ela seja praticada por estudantes, funcionários, professores e pesquisadores.
Como combater a transfobia e homofobia no ambiente acadêmico?
Os números e exemplos sobre a homofobia e a transfobia no Brasil são graves. E o meio acadêmico é um ambiente propício para combater essa discriminação, produzindo conhecimento e evitando preconceitos. Porém, isso depende de ações em diferentes níveis das instituições.
Veja aqui algumas coisas que você pode fazer para ajudar a combater a transfobia e homofobia no ambiente acadêmico.
Aponte casos de discriminação
Como mencionamos, um dos principais fatores que levam à perpetuação de estereótipos e casos de discriminação é a impunidade. Especialmente quando são perpetuados por figuras de autoridade. É importante ficar atento a esses casos, denunciá-los e garantir que haja consequências para esse preconceito dentro das instituições de ensino.
Pense na segurança das vítimas
A denúncia é uma arma importante no combate à homofobia e à transfobia, mas não é algo que existe de forma isolada. Seja você a própria vítima ou uma pessoa próxima, é importante pensar também na segurança. Uma denúncia deve ser feita de forma a não prejudicar alguém que já sofre com o preconceito e a discriminação.
Favoreça uma presença diversa na academia
A pauta da diversidade nas universidades, tanto de estudantes quanto de docentes, não existe sem motivo. Um ambiente que abarca mais perspectivas também tende a produzir menos preconceito e discriminação, já que há mais vozes prontas para apontar esses casos, além de evitar que os erros sejam cometidos por descuido ou ignorância.
Crie espaços seguros e redes de apoio
Pessoas LGBTQIAPN+ tendem a ser alvos de atos de discriminação e violência. Isso é um fato. E, infelizmente, é necessário levar tal realidade em conta ao definir seu espaço de convivência na academia. Uma forma de ajudar em sua proteção é construir redes de apoio e espaços seguros. Assim, caso haja qualquer ato de violência, a vítima terá a quem recorrer para sua proteção.
Fique atento à própria linguagem
Quando se trata de atos mais individuais, a linguagem é um dos fatores mais importantes. Pessoas cisgênero e heterossexuais podem perpetuar uma linguagem agressiva e preconceituosa por ignorância. Na melhor das hipóteses, essa fala pode causar desconforto e afastar essas pessoas de seus círculos sociais. Por isso, é importante se atentar ao que é falado.
Demande ações das autoridades da universidade
Em muitos casos, o combate à transfobia e homofobia no ambiente acadêmico depende de atitudes estruturais da administração da instituição de ensino. Nesses casos, o melhor a fazer é demandar essas alterações, acompanhar seu progresso e garantir que essas questões não serão negligenciadas.
Escute
Acima de tudo, para ajudar a proteger pessoas LGBTQIAPN+, o melhor é escutar. Afinal, não há como garantir que suas necessidades sejam compreendidas e aceitas sem conhecê-las. Promover uma educação inclusiva exige que todos estejam dispostos a conversar, se entender e mudar suas atitudes sempre que necessário.
Como você pode ver, o combate à transfobia e homofobia no ambiente acadêmico é uma luta de longa data. Ainda assim, esse é o melhor foco para promover mudanças, já que é a partir das universidades que novos professores transmitem seus valores e conhecimento.
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