Educação Inclusiva: como esta política mudou com o tempo e o que pode melhorar
É bom ficar por dentro deste assunto para ter argumentos cada vez melhores na faculdade de Medicina ou ainda na redação do Enem. Confira!
Tem duas coisas que você, com certeza, já está cansado de defender: representatividade e inclusão como pilares da Medicina. Porém, isso somente é possível quando a educação é inclusiva desde a base até a ponta, concorda?
É bom que você fique por dentro deste assunto para ter argumentos cada vez melhores nas suas rodas de conversa. Este também é um tema recorrente no Enem, tanto no caderno de Ciências Humanas e suas Tecnologias quanto permeando os temas da Redação.
Atualmente, há um Projeto de Lei tramitando na Câmara dos Deputados em caráter de urgência que merece a sua atenção. O PL 3035 propõe alterar a política nacional, permitindo:
- Intervenção clínica na escola;
- Cobrança da família por investimentos para inclusão;
- Exigência de laudo médico para receber atendimento pedagógico.
Você estava sabendo? Pois é, para ficar por dentro das questões relacionadas à educação inclusiva, continue a leitura. Esperamos por você na última linha, com uma novidade sobre a Afya.
Deixando a exclusão para trás
De 1994 até 2008, as normas que estavam em vigor no setor estudantil eram excludentes. Elas não promoviam a integração de pessoas com deficiência (PCD) no ambiente escolar comum, criando turmas especiais separadas.
Essa proposta foi revogada por meio de um apelo ao preceito constitucional de que a educação é para todos. No Brasil, existe apenas um sistema de ensino, que é o regular.
Portanto, tanto as escolas privadas quanto as públicas que fazem parte dessa rede não podem ser segregacionistas, devendo oferecer recursos para incluir qualquer estudante. Isso serve não apenas para o ensino básico, mas também para o ensino médio e o ensino superior.
Do contrário, a instituição não consegue credencial, autorização e reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) para funcionar. Veja aqui os critérios do órgão para liberar a abertura de cursos de Medicina.
Não podemos esquecer que a acessibilidade também abarca quem é neurotípico. Esse grupo específico é representado por estudantes com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), bipolaridade, Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC), ansiedade, depressão, dislexia, autismo, entre vários outros.
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Os marcos da Educação Inclusiva no Brasil
Além da Lei nº 13.146/2015, conhecida por Lei Brasileira da Inclusão, que veio para combater o capacitismo, sendo adicionada à Constituição Federal do nosso país, existem outras políticas que precisam ser nomeadas. Afinal, a educação inclusiva não é apenas sobre PCD, mas sobre qualquer minoria.
A seguir, vamos falar sobre as medidas para incluir pessoas de baixa renda, pretas, pardas, indígenas e LGBTQIAPN+. Anote aí!
Cotas de renda e raciais
Desde 2012, todas as universidades e institutos federais passaram a reservar 50% das suas matrículas para pessoas provenientes do ensino médio público. Esse número é ainda subdividido em duas modalidades.
Metade é destinada à Modalidade 2, para pessoas não-brancas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita. O restante pertence à Modalidade 4, que engloba esse mesmo grupo racial, porém, com renda familiar bruta maior do que um salário mínimo e meio.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas pretas e pardas cresceu 400% e o de indígenas 842% no Ensino Superior desde a implementação da Lei. Vale lembrar que o processo foi feito de forma gradual.
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Nome social para travestis e transexuais
Em 2018, o Conselho Nacional de Educação – órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC) – expediu a resolução que trata sobre o uso de nome social, garantido esse direito para travestis e transexuais. Antes disso, não havia obrigatoriedade por parte das escolas, inclusive do nível básico, a mudarem os seus registros.
No entanto, somente estudantes maiores de idade podem fazer a solicitação de alteração sem a mediação dos pais ou responsáveis. Além disso, a resolução também fala sobre o dever institucional de combater qualquer forma de discriminação em função de orientação sexual e identidade de gênero.
Desafios atuais da Educação Inclusiva
Atualmente, ainda não são todas as crianças e adolescentes PCD que fazem parte da educação inclusiva. O índice gira em torno de 88%, sendo o principal desafio superar as barreiras que ainda impedem a universalidade desse direito.
No entanto, há outro latente problema, que afeta as minorias como um todo: a evasão escolar. De modo geral, existe uma ligação direta entre pertencer a um grupo social minoritário, à pobreza e à vulnerabilidade.
Isso acontece por alguns motivos, dentre eles, está a necessidade de um dos pais deixar o emprego para cuidar do filho deficiente; a marginalização histórica de pessoas pretas, pardas e indígenas; e a expulsão de pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ de casa ainda na adolescência.
Em contrapartida, quando pensamos nas pessoas neuroatípicas, a adaptação das escolas de forma ampla é algo que ainda precisa ser endereçado. Seja pela falta de acesso à tecnologia ou pelo déficit no que diz respeito ao treinamento docente para atender os diferentes tipos de aprendizagem.
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[EXTRA] Tecnologias para inclusão de PCD e pessoas neuroatípicas
A tecnologia é um dos pilares da Afya, e nós prezamos pela educação inclusiva de todas as pessoas. Então, nada mais justo do que trazermos aqui uma lista de ferramentas que existem para garantir a acessibilidade no ensino.
Nossa lista permeia diversos softwares e plataformas com foco em PCD e pessoas neuroatípicas. Veja se você já conhecia algum deles?
- Leitores de Tela (Screen Readers) que convertem o texto exibido em tela em áudio para que alunos com deficiência visual acessem conteúdo digital;
- Legendas e Tradução Automática para alunos surdos ou com dificuldades de audição e alunos com língua materna diferente;
- Software de Reconhecimento de Fala que transforma a fala em texto para alunos com deficiências motoras ou dificuldades de escrita, como disgrafia;
- Softwares de Leitura Multissensorial que combinam texto, áudio e imagens para oferecer uma experiência de leitura mais rica para alunos com diferentes estilos de aprendizagem;
- Recursos de Realidade Virtual (VR) e Realidade Aumentada (AR) que oferecem experiências imersivas, que podem ser especialmente eficazes para explicar conceitos complexos e engajar alunos com diferentes habilidades de aprendizado;
- Aplicativos de Organização e Gerenciamento de Tarefas que estruturam o dia, definem lembretes e gerenciam tarefas para pessoas com TDAH e outras condições que afetam a organização;
- Aplicativos de Comunicação Visual que usam sistemas de símbolos ou pranchas de comunicação para pessoas com dificuldades na comunicação verbal.
Em suma, a educação inclusiva no Brasil evoluiu por meio de marcos regulatórios importantes durante o século 21. Mas ainda há muito a ser feito para que todos os estudantes exerçam seu direito de forma plena, fazendo o mercado de trabalho e a Medicina cada vez mais diversos.
E se você está aqui para saber qual é a novidade sobre a Afya, chegou a hora de descobrir: as inscrições para o vestibular 2024 estão abertas. Inscreva-se para garantir a sua vaga no maior hub de educação e soluções digitais médicas do Brasil!