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Menopausa: mitos e verdades sobre essa fase da mulher

Em busca de infomrmações sobre a menopausa? Confira os mitos e verdades sobre esse importante ciclo feminino.

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A menopausa é um dos temas mais interessantes da história da Ginecologia. Conhecer com riqueza de detalhes sobre essa fase da vida feminina é importante para desmistificar o assunto e saber, de fato, como esse processo funciona.

Tendo isso em vista, vamos explicar o que é a menopausa, quando ela se manifesta, quais os principais hormônios ligados a essa fase e como eles influenciam a saúde da mulher. Conheça, ainda, os principais mitos e verdade e saiba como prevenir os sintomas a ela associados. Boa leitura!

Afinal, o que é a menopausa?

Resumidamente, pode-se afirmar que a menopausa é um ciclo natural da fisiologia feminina. Sua principal característica é o fim da menstruação, que marca o término da capacidade reprodutiva. Entender tais mudanças é essencial para a manutenção da saúde da mulher após essa fase.

Geralmente, ocorre entre os 45 e 55 anos, mas isso pode variar de acordo com influências de herança genética, determinantes raciais ou mesmo alguma questão patológica. Contudo, costuma ocorrer por volta dos 51 anos.

Vale destacar, ainda, que a menopausa só pode ser confirmada, oficialmente, quando uma mulher fica sem menstruar por um período superior a 12 meses consecutivos. Ou seja, mesmo que a mulher tenha a média de idade em que essa fase costuma acontecer, as oscilações menstruais não podem ser consideradas menopausa.

Quais as alterações hormonais que acontecem?

Essa etapa é caracterizada por várias alterações hormonais significativas. Entre elas, as mais relevantes envolvem a produção e liberação dos principais hormônios sexuais femininos: estrogênio e progesterona.

Em linhas gerais, essas mudanças hormonais ocorrem gradativamente e estão associadas à diminuição progressiva da função ovariana. A compreensão desses processos é essencial, principalmente para quem vai fazer o Enem e tentar uma vaga em Medicina e para quem já está cursando e precisa estudar o assunto ou aplicar o conhecimento nas provas da faculdade e posteriormente na prática clínica.

Destacamos as principais alterações hormonais que ocorrem na menopausa. Veja quais são!

Redução do estrogênio

O estrogênio é o principal hormônio sexual feminino, sendo produzido pelos ovários. Quando os níveis de estrogênio começam a diminuir, um forte indício de que a menopausa está começando.

Mas o que acontece na fisiologia do aparelho reprodutor feminino? A explicação desse processo é simples: como a mulher está se aproximando do final da fase reprodutiva, os ovários reduzem, gradualmente, a produção de óvulos, até parar completamente.

Diminuição da progesterona

Além do estrogênio, os ovários também produzem a progesterona. A produção deste hormônio diminui porque a ovulação está sendo reduzida, de modo que a queda da progesterona e do estrogênio podem influenciar na estabilidade emocional da mulher e causar alterações no humor.

Aumento do FSH e do LH

Você que deseja fazer Medicina deve ter em mente que esse ciclo é marcado por diferentes alterações na função hormonal. O objetivo dessas mudanças é preparar o corpo da mulher para a menopausa, e como parte desse ajuste, enquanto alguns hormônios deixam de ser produzidos, outros têm a produção aumentada.

Assim, a diminuição dos níveis de estrogênio e de progesterona levam ao aumento da produção de alguns outros hormônios pela hipófise. Com isso, há maior liberação do Hormônio Folículo Estimulante (FSH) e do Hormônio Luteinizante (LH). Estas substâncias estão envolvidas com a redução da função ovariana e com a interrupção da ovulação.

Quais são os principais sintomas?

Vale destacar, ainda, que a menopausa não é uma condição médica que exige tratamento, mas sim um ciclo natural da fisiologia feminina. Contudo, é importante manter o gerenciamento dos sintomas, visando melhorar a qualidade de vida.

Em algumas circunstâncias, o ginecologista pode propor a terapia de reposição hormonal (TRH), uma das intervenções médicas mais indicadas para lidar com os sintomas. Porém, cada caso deve ser criteriosamente analisado e discutido com o profissional que acompanha a paciente.

As manifestações da menopausa variam de intensidade e também de mulher para mulher. Confira os sintomas comuns dessa etapa da vida!

Ondas de calor

Nessa fase, surge a sensação de calor súbita, que afeta, principalmente, as regiões superiores do corpo: face e pescoço são os mais atingidos. Essa condição é conhecida por fogacho.

Também são observadas algumas modificações na cor da pele, que pode ficar vermelha durante o surgimento dessas ondas de calor. A vermelhidão na face ocorre devido ao aumento do fluxo sanguíneo por toda a superfície da pele do rosto, principalmente.

Além da sensação de calor, também é comum a sudorese intensa, que resulta em suores noturnos. Tais quadros podem gerar desconforto, sendo capazes de afetar a qualidade do sono da mulher.

Quanto à duração, essas ondas de calor podem durar apenas alguns segundos. Porém, algumas mulheres têm esses sintomas por vários minutos, que acabam por intensificar as outras manifestações associadas ao fogacho.

Alterações de humor

É importante destacar que nem todas as mulheres passam por essas alterações de humor. Isso varia muito, já que algumas podem ter sinais mais leves do que outras.

Existem outros fatores que também são determinantes, como estresse, tabagismo, alcoolismo, suporte social e herança familiar e genética. Se uma mulher está passando por alterações de humor importantes, o ideal é procurar orientação médica.

Somente um ginecologista, por exemplo, está apto para avaliação e tomada de decisão das possíveis estratégias que possibilitam o manejo adequado desses quadros. Entre as condutas que podem surtir efeito positivo destacam-se as terapias hormonais, ou mesmo as abordagens não medicamentosas.

Também convém considerar que as mudanças bruscas no humor podem incluir sentimentos negativos. Se em algumas circunstâncias a mulher demonstra sofrimento ou sentimentos de tristeza, ou angústia profundas duradouras, o ideal é buscar ajuda psicológica.

Tendência à ansiedade

As flutuações hormonais têm sido consideradas como base para as crises de ansiedade que surgem na menopausa. Isso porque a queda nos níveis de estrogênio podem afetar o equilíbrio de importantes neurotransmissores liberados pelo cérebro.

Uma dessas substâncias é a serotonina, que desempenha um papel central no controle do humor e na estabilidade emocional. Portanto, é preciso estar atento a tais oscilações hormonais, já que elas podem contribuir para o desenvolvimento de instabilidade emocional durante essa fase.

Sintomas físicos

Os sinais físicos mais presentes na menopausa são as ondas de calor, os distúrbios do sono, fadiga e dores musculares. Tais quadros resultam das mudanças hormonais, que influenciam a adaptação fisiológica necessária ao fim da menstruação.

Portanto, os sintomas físicos e emocionais se mantêm integrados, sendo capazes de gerar certas dificuldades para as mulheres lidarem com essa condição. Além do mais, esse desequilíbrio pode impactar negativamente o bem-estar psicológico e a qualidade de vida feminina.

Risco de desenvolver depressão

Essa transição hormonal característica da menopausa é capaz de prejudicar o bem-estar emocional de algumas mulheres. Uma das consequências dessa situação é o aumento do risco de desenvolver doenças psiquiátricas como a depressão.

Tal tendência também surge em decorrência das alterações nos níveis de serotonina. Essa substância, convém enfatizar, desempenha um papel crucial na regulação do humor, podendo ajudar a entender por que as mulheres se tornam mais vulneráveis a quadros de instabilidade psicológica.

Vale destacar que nem todas as mulheres passarão por sintomas de depressão. Isso pode variar, de forma significativa, de uma pessoa para outra. Outro fato a ser considerado é que quando uma mulher já está enfrentando quadros depressivos, a menopausa tende a exacerbar o quadro. Neste caso, é necessário manter acompanhamento psiquiátrico com mais regularidade.

Diminuição da lubrificação vaginal

A redução da lubrificação vaginal durante esse ciclo é um sintoma comum e ocorre também por consequência das mudanças hormonais associadas à menopausa. Como os ovários reduzem a proporção de hormônios sexuais liberados, a mucosa vaginal tende a ficar ressecada.

Um dos problemas associados à menor lubrificação é a atrofia vaginal, que é a redução do tamanho e da espessura das paredes da genitália. Por conseguinte, essa condição também contribui para a menor produção de muco vaginal, comprometendo a lubrificação natural.

Somado a isso, a irrigação sanguínea também é reduzida porque o estrogênio, agora diminuído, não mantém a integridade dos vasos sanguíneos nesses locais. Por isso, a secura vaginal ocorre pela combinação de várias condições fisiológicas resultantes da queda dos hormônios femininos.

Dor e desconforto no ato sexual

A redução dos níveis de estrogênio afeta a função das glândulas de Bartholin, que estão localizadas na entrada da vagina, contribuindo para a lubrificação vaginal. Essas estruturas são responsáveis pela produção do muco que auxilia na lubrificação durante o ato sexual.

Na menopausa, a secura vaginal pode causar dor e desconforto para a mulher durante a relação sexual. Além disso, esse ressecamento também pode provocar coceira e ardência local. Como o muco tem função protetora, a vagina ressecada fica mais vulnerável a infecções, devido à perda da barreira protetora que a lubrificação natural proporciona.

Por fim, vale destacar que existe tratamento para a diminuição dos efeitos resultantes da menor lubrificação vaginal durante a menopausa. O ideal é que se procure um ginecologista e converse sobre a melhor conduta para aliviar esses sintomas. As abordagens mais utilizadas são:

  • uso de cremes;
  • uso de hidratantes;
  • terapia de reposição hormonal.

Queda da libido

Ainda que sejam parte do ciclo da vida, essas mudanças físicas associadas ao envelhecimento feminino resultam em significativas transformações no corpo. Por conseguinte, tais alterações podem afetar a autoestima e a autoimagem, tendendo a afetar negativamente a libido.

Muitas são as condições que influenciam a redução do interesse sexual durante o período da menopausa. As mais comuns são os fatores estressantes da rotina, as preocupações familiares, a vida financeira, ou questões ligadas à carreira profissional.

Vale destacar, entretanto, que a redução da libido durante essa fase da vida feminina é uma questão comum, mas que não afeta todas as mulheres. Mesmo que aconteçam, às vezes, a intensidade pode variar. Por isso, é importante manter o diálogo abertamente com o parceiro e, juntos, buscar apoio profissional para encontrar soluções mais viáveis.

Quais os mitos e verdades sobre a menopausa?

Destacamos 5 mitos e 3 verdades relacionados à menopausa. Alguns mitos sofrem influências puramente culturais, enquanto as verdades têm, sim, base científica. Confira!

Mitos

  • A menopausa ocorre, quase que automaticamente, aos 50 anos: mesmo que a idade média da menopausa seja por volta dos 51 anos, esse processo pode ocorrer cedo ou tarde. Toda mudança fisiológica depende de características individuais.
  • A menopausa causa exclusivamente sintomas físicos: ainda que os sintomas físicos sejam mais presentes, a menopausa também gera impactos emocionais e psicológicos. Os de maior evidência são a instabilidade do humor, ansiedade e sinais de depressão.
  • Em todas as mulheres, a perda de libido é inevitável: embora esse fato aconteça em decorrência da alteração hormonal, não se pode dizer que isso seja regra geral. Em alguns casos, certas mulheres experimentam o aumento do desejo sexual.
  • O aumento de peso sempre ocorre com todas as mulheres durante a menopausa: o ganho de peso pode, sim, ocorrer. Porém, é possível evitar, por meio de mudanças na dieta e pela adoção de atividade física regular.
  • A reposição hormonal é obrigatória e a única solução: ainda que seja aconselhada, a terapia de reposição hormonal é uma alternativa para aliviar os sintomas, mas não é a única solução. O ideal é conversar com o médico e discutir as abordagens mais indicadas em cada caso.

Verdades

  • A diminuição dos hormônios afeta a densidade dos ossos: sim, pois a menor quantidade de estrogênio pode elevar o risco de osteoporose e de fraturas.
  • Na maioria das mulheres, as alterações vaginais são comuns: a queda de estrogênio pode resultar em ressecamento vaginal, visto que a menor lubrificação tende a gerar coceira e dor durante a relação sexual. Porém, esses sintomas podem ser reduzidos com tratamentos adequados.
  • Em geral, o risco de doenças cardiovasculares aumenta: sim, mas a saúde do coração pode ser gerenciada por meio de mudanças no estilo de vida. Evitar álcool e cigarro, por exemplo, diminui as chances de doenças crônicas mais comuns.

Agora você já sabe os principais mitos e verdades sobre a menopausa!

Como você percebeu ao longo do texto, é de suma importância saber sobre menopausa, já que essa temática é fundamental para quem vai fazer faculdade de Medicina. Além disso, conhecer os mitos e verdades que envolvem esse assunto ajuda a se manter preparado para orientar as mulheres que têm dúvidas sobre essa etapa da vida.

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