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Como se preparar para os efeitos das mudanças climáticas na saúde da população?

As mudanças climáticas estão provocando transformações no planeta e precisamos aprender a lidar com isso. Leia o post e saiba como.

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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta sobre os impactos das mudanças climáticas na saúde dos trabalhadores, destacando a gravidade da exposição a essas condições. Os dados são impressionantes e levantam importantes questões sobre as condições de trabalho enfrentadas por essas pessoas.

Neste post, apresentaremos algumas dessas informações e exploraremos medidas que podem ser tomadas para minimizar os efeitos das mudanças climáticas na saúde. Acompanhe o conteúdo até o final!

Quais foram as mudanças climáticas observadas?

O aumento da poluição atmosférica, a extração de recursos naturais e o desmatamento são ações que provocaram mudanças climáticas e diversas consequências sobre a saúde e a segurança dos trabalhadores em todo o mundo.

Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM) em relatório publicado em 2022, os anos de 2015 a 2022 foram os mais quentes já registrados. De acordo com o documento, foi aferido que:

  • secas, inundações e ondas de calor estão afetando um número cada vez maior de pessoas;
  • o nível do mar e o calor do oceano estão atingindo níveis recordes;
  • o gelo do Mar Antártico sofreu grande redução, alcançando a menor extensão já registrada.

No início da década de 2010, projeções da Agência Internacional de Energia (AIE) sugeriam que o mundo sofreria um aumento de 6°C no final do século. Já em 2020, a projeção da mesma agência foi de um aquecimento de 2,9°C a 3,4°C, graças às políticas estabelecidas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Mesmo com a redução, os números ainda são maiores que a faixa de 1,5 a 2°C recomendada pelos cientistas para evitar piores impactos climáticos.

Como as mudanças climáticas podem afetar a saúde dos trabalhadores?

De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT),  cerca de 70% dos trabalhadores no mundo estão expostos a riscos de saúde relacionados às mudanças climáticas. O relatório revela que, anualmente, 8.970 vidas são perdidas devido a lesões ocupacionais causadas pelo calor excessivo.

Entre os problemas mais recorrentes, destaca-se o câncer de pele, que afeta 1,6 bilhão de trabalhadores expostos à radiação ultravioleta. Além disso, mais de 300 mil trabalhadores agrícolas morrem todos os anos por envenenamento por pesticidas, e 15 mil mortes anuais estão ligadas à exposição a doenças transmitidas por vetores e parasitas.

Quais são os efeitos das mudanças climáticas na saúde?

As mudanças observadas no clima mundial trazem diversos impactos em nosso organismo, afetando o bem-estar e a nossa saúde. Observar esses pontos é importante para trabalhar preventivamente em relação a esses problemas. Acompanhe!

Ondas de calor

As ondas de calor estão acontecendo com frequência cada vez maior e podem causar problemas como insolação, desidratação, além de acentuar doenças crônicas, como as cardiovasculares.

Baixa qualidade do ar

Com o aumento das mudanças climáticas e da poluição, a qualidade do ar tende a piorar. Essas condições provocam a piora de doenças respiratórias como asma e bronquite.

Doenças

O aumento de doenças provocadas por mosquitos como dengue, zika e malária é mais uma consequência das mudanças climáticas.

Frio intenso

Assim como o calor atinge picos, as mudanças climáticas também provocam a ocorrência de picos de frio durante o ano. Pessoas em ambientes com essa condição podem perceber uma piora de doenças cardiovasculares e respiratórias.

Chuvas intensas

As enchentes e os deslizamentos de terra que temos visto mais frequentemente nos últimos anos são algumas das consequências das mudanças climáticas. Isso pode provocar até mesmo transformações na concentração de pessoas em determinadas regiões, que passam a migrar para áreas mais seguras.

Baixa umidade do ar

Um ar com baixa umidade favorece o ressecamento da pele e das mucosas, causando desconforto respiratório e irritações.  

O que fazer para minimizar esses efeitos?

Para que o impacto das alterações climáticas sobre os nossos organismos sejam reduzidos, vale adotar os cuidados que sempre são recomendados quando se trata de saúde e bem estar: alimentação adequada, hidratação e prática de exercícios físicos. Tornar esses fatores um estilo de vida fortalece o nosso corpo, aumentando a resistência e a imunidade.

No âmbito laboral, algumas empresas têm implementado medidas como a observação de limites máximos de temperatura, restrição de exposição ocupacional, treinamentos e avaliações de risco, entre outras iniciativas. No entanto, essas práticas ainda estão restritas a determinados países e não são amplamente disseminadas em escala global.

Em nível mundial, são realizadas conferências ambientais que reúnem representantes de diversos países para avaliar pesquisas e dados, buscando ações concretas para mitigar os problemas decorrentes das mudanças climáticas. A partir dessas conferências, são firmados acordos internacionais, como o Acordo de Paris e o Protocolo de Kyoto, com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

Como os profissionais de saúde podem lidar com os efeitos das mudanças climáticas?

Diante das diversas consequências das mudanças climáticas no organismo humano, os profissionais de saúde precisam se preparar para lidar com o aumento de ocorrências, aprendendo a orientar e tratar esses pacientes de maneira eficaz.

Para ajudar com essa orientação, o Ministério da Saúde lançou um guia de bolso contendo os tópicos mais importantes. As ondas de calor, secas extremas e inundações obrigam as unidades de saúde a realizar mudanças para manter a qualidade de atendimento, e guias como esse ajudam com informações bastante claras sobre o que deve ser feito.

O uso de tecnologia também pode ser um grande aliado no combate aos problemas relacionados às mudanças climáticas. Ferramentas tecnológicas permitem obter avisos sobre condições climáticas adversas, facilitando a adoção de ações preventivas. Cidades como Paris e Nova York já utilizam esses recursos para reorganizar pacientes e remarcar procedimentos eletivos, ajudando a administrar o aumento da demanda durante eventos extremos.

No Brasil, a estrutura ainda não está tão bem organizada quanto em outras localidades. Por isso, a disseminação de informações e a adoção de medidas preventivas continuam sendo as melhores estratégias para enfrentar esses desafios.

Compreender os efeitos das mudanças climáticas na saúde é essencial para os profissionais atuais e futuros do sistema de saúde, em todas as esferas de atendimento. Afinal, com o aquecimento global cada vez mais evidente, as complicações no organismo causadas por essas condições tendem a se tornar mais frequentes.

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