Como se adaptar à vida universitária em uma cidade do interior
Será que a vida universitária no interior é para você? A sua resposta está aqui.
Adaptar é um verbo que se refere a um processo que depende de duas escolhas essenciais. A primeira é admirar o que há de positivo e aproveitá-lo da melhor forma. A segunda é entender o que há de negativo para encontrar formas de lidar com ele. Quanto melhor você for em trilhar esses dois caminhos melhor será a sua adaptação à vida universitária no interior.
No fim das contas, para seguir ambos ao mesmo tempo, você precisa de informação. Afinal, do que vou precisar abrir mão? E o que receberei em troca para além do meu diploma? Descubra todas as respostas nos próximos parágrafos.
Vantagens da vida universitária no interior
As pessoas são mais solicitas
A velocidade da cidade grande faz com que as pessoas tenham pouco tempo para si e ainda menos para os outros. Quando se procura companhia, trata-se de alguém conhecido e que já faz parte da sua rede de apoio original ou, pelo menos, do seu convívio acadêmico e corporativo.
Assim, percebe-se em meio a um paradoxo da vida moderna: torna-se mais difícil fazer novos amigos embora tenha muito mais pessoas por perto. O que explica isso? A pressa – coisa que não existe no interior.
Ao morar em uma cidade pequena, você perceberá que vai ter mais tempo para fazer o que quiser e, um dia, se encontrará ajudando um desconhecido sem precisar olhar para o relógio. Até que esse efeito surta sobre você, várias pessoas já terão se oferecido para te ajudar.
Será nesse momento que a sua ficha vai cair quanto a essa roda mágica da tranquilidade impulsiona a gentileza. “É por isso que as pessoas no interior são mais solicitas”, dirá a si mesmo quando parar de correr.
Menor índice de criminalidade
As 10 cidades mais seguras do Brasil hoje tem menos de 300 mil habitantes. Há cidades do interior que passam anos sem um único registro de crimes violentos, como é o caso de Serranos em Minas Gerais.
Medo de andar na rua com o celular na mão? Coisa de capital ou de municípios localizados na região metropolitana. Essa sensação de segurança traduz-se em maior qualidade de vida, pois o medo é a emoção primária da qual derivam o estresse e a ansiedade.
Beneficia a saúde física e mental
Por falar em estresse, a poluição sonora e a poluição atmosférica das cidades grandes alimentam muito essa emoção em nós, sendo o ar e o silêncio do campo um bálsamo para a saúde mental. Mas há benefícios do silêncio para a saúde física também.
Barulho em excesso, seja por volume ou por tempo de permanência, está relacionado a danos cardiovasculares e ao agravamento de doenças crônicas. Dois exemplos são o infarto do miocardio e a angina – dor causada pela redução do fluxo de sangue até o coração.
Estar próximo à natureza é recomendado por médicos não por acaso. Estudos revelaram que a terapia japonesa conhecida por "banho de floresta" melhora o nosso sistema imunológico, aumentando em 50% os linfócitos, que são células exterminadoras naturais e essenciais para proteger nosso organismo.
Não se perde horas com deslocamento
Se é perto, você vai a pé. Se é longe, não tem trânsito, fila ou transporte abarrotado de gente. A condução pode até demorar um pouco mais para chegar, mas o tempo gasto para ir e vir não depende de fatores externos e o conforto é sempre o mesmo.
Isso significa que você vai ter mais horas no seu dia para descansar e colocar os estudos em dia. Sem falar que a sua disposição para fazer algo ao chegar em casa após a aula ou o trabalho será muito maior.
Custo de vida mais baixo
Menos gente significa menos demanda pela oferta de bens essenciais que, via de regra, é estável. Assim, o custo de vida no interior é muito mais acessível do que em qualquer capital ou cidade grande. Isso, claro, considerando apenas os municípios dentro de uma mesma região.
Por exemplo, uma cidade como Ribeirão Preto, por estar no estado de São Paulo, possui um custo de vida maior do que Palmas, que é a capital do Tocantins. Isto é, escolher uma universidade em regiões fora do eixo Sul-Sudeste pode ser ainda mais interessante.
Desvantagens da vida universitária no interior
Falta de privacidade
Basta assistir os dois primeiros episódios da série Virgin River, disponível na Netflix, para saber do que estamos falando. Sim, tudo é mais perto e há menos pessoas em cidades do interior, mas esta é uma faca de dois gumes.
Por exemplo, por mais que a protagonista forasteira Mel tente esconder, todo mundo está a par do que está acontecendo em sua vida. Mas ela também tem sempre com quem contar quando precisa também.
Isto é, a cidade ser pequena facilita a construção de uma nova rede de apoio, que é fundamental para a vida universitária. Em contrapartida, faz com que todo mundo saiba da sua vida, mesmo que você não queira. Afinal, as pessoas são solicitas, mas também são curiosas.
Isso pode ser incômodo para pessoas mais reservadas que se sentem mais à vontade com a possibilidade de sumir na multidão de uma capital movimentada. Em uma cidade grande, mesmo se algo que você fez virar assunto, logo as pessoas perdem o interesse, pois sempre há uma nova fofoca para distraí-las.
No interior, as coisas já são um pouco diferentes. Dependendo do tamanho da população, o dono da padaria vai facilmente decorar o seu nome, seu rosto e o seu pedido usual. Então, vale a pena considerar como você poderia contornar situação de exposição para não deixar uma oportunidade de estudar no interior passar.
Poucas opções de lazer, comércio e serviços
O shopping mais próximo pode estar a mais de 100km de distância. Talvez não existam museus e parques para visitar. Nem restaurantes e cafeterias chiques, com um extenso cardápio para escolher em um dia qualquer.
Outra possibilidade é não haver um único motorista da Uber e 99 ou comércio cadastrado no iFood. Há cidades, como Ouro Preto em Minas Gerais, onde os moradores usam um aplicativo de transporte menos conhecido, inclusive.
Por fim, também é possível que suas encomendas demorem bem mais para chegar e que o frete seja mais custoso. Ou seja, a escassez de comodidades é real para quem mora no interior.
No entanto, dá para pesquisar qual é o cenário da cidade onde a universidade do seu interesse está localizada para melhor se preparar antes da mudança.
E quanto às oportunidades? São maiores ou menores?
A resposta é: depende, e nós não estamos nem falando da cidade apenas. Um dos fatores que afeta diretamente o volume de oportunidades disponíveis é o curso que você escolheu fazer.
Por exemplo, a escassez de médicos e enfermeiros no interior abre muitas portas. Mas talvez você more em um município onde não há nenhuma agência de publicidade para enviar o seu currículo quando estiver procurando um estágio.
Seu viés como profissional também conta muito para ampliar ou reduzir o seu leque de possibilidades. Isso porque se você estiver a fim de empreender, ser o primeiro em um mercado pequeno, pode ser uma excelente oportunidade.
Os profissionais que têm mais liberdade para transitar entre o campo e a cidade são os da área de tecnologia. Atualmente, muitas empresas estão convocando seus times a voltarem para o regime híbrido ou presencial, à exceção do setor de desenvolvimento de software, sistemas, segurança e dados.
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