Escolha profissional

Como o viés comportamental influencia nossas carreiras

Deixar-se levar pelo viés comportamental é dar brecha para o preconceito e também para as más escolhas. Descubra como evitá-lo!

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São as heurísticas ou “atalhos mentais” que nos auxiliam quando precisamos ser ágeis ao tomar uma decisão. Elas funcionam como uma antecipação do resultado a partir de uma experiência passada ou de uma teoria pré-concebida, determinando certo padrão de atitude que, por sua vez, é conhecido por viés comportamental.

Apesar de terem um lado positivo em momentos de maior adrenalina, os vieses comportamentais passam a ser prejudiciais no momento em que ignoramos evidências e nos deixamos levar por eles. Afinal, suprimir o raciocínio lógico por pressa ou preguiça é dar brecha para o preconceito e para as más escolhas.

Às vezes, porém, isso acontece. E é para impedir que você construa a sua carreira a partir de um julgamento distorcido da realidade que este artigo foi escrito. Então, continue a leitura!

Quais são os principais vieses comportamentais?

Existem vários vieses comportamentais, com um leque de diferenças entre si. O que eles têm em comum é seu caráter instintivo e o fato de que todos têm o potencial de influenciar nossas decisões.

Para você que está começando uma nova fase em sua vida, buscando o curso superior ideal, uma mudança de profissão ou um melhor desempenho nos estudos, entender mais sobre este assunto pode ser uma grande virada de chave. Também recomendamos a prática do autoconhecimento, como já falamos em outros conteúdos.

Descubra abaixo qual viés comportamental tem dirigido suas ações sem nenhum embasamento.

1. Viés da Ancoragem

Quem tem o Viés da Ancoragem costuma deixar-se levar por boas primeiras impressões na hora de tomar uma decisão. Um estudante que recebe uma proposta muito boa de estágio e, depois, consegue outra oportunidade melhor, pode escolher a primeira sem pesar os prós e contras por já ter ancorado (daí o termo) na proposta anterior.

Este viés precisa ser questionado com um pouco de disposição para colocar na ponta do lápis os benefícios que terá em cada opção. Com base em mais evidências, há menores chances de arrependimento. 

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2. Viés da Disponibilidade

Este talvez seja o viés mais comum que vemos quando o assunto é a escolha da graduação. O Viés da Disponibilidade é sobre experiências passadas, portanto, influencia decisões no presente com dores que foram sofridas anteriormente.

Logo, descartar cursos de Exatas porque você era ruim em Matemática na escola é um exemplo disso. Outro é não escolher um curso por conta da vida financeira de alguém que você conhece e sabe que não “se deu bem” na carreira.

Tais decisões, caso não sejam averiguadas de perto, podem ser totalmente equivocadas. Se você se identificou com alguma das situações, fique atento!

3. Viés da Aversão à Perda 

Não trocar de curso por medo de perder o investimento de tempo que foi feito e se arrepender ou não mudar de emprego por temer “não dar conta do recado”, ser demitido e ficar sem renda. Estas projeções são frutos do Viés da Aversão à Perda.

É a ideia de ficar na zona de conforto, que é familiar, mesmo quando não é o que se sonha. Isso porque a antecipação negativa causa mais sofrimento do que a perspectiva do possível ganho futuro devido à sua incerteza.

Porém, muito do crescimento profissional e pessoalmente somente acontece quando arriscamos. Por exemplo, com a proposta de projetos ousados para o chefe ou com o enfrentamento de novos desafios.

4. Viés da Recência 

Este é um viés comportamental curioso: sua característica é a tendência a embasar decisões somente nas últimas informações que recebeu. Ou seja, faz parte de um apego a fatos recentes e imediatos, o que pode ser interpretado como impulsividade.

A boa notícia é que é fácil quebrar um ciclo de ações neste padrão. Para tanto, deve-se pesquisar a fundo o que se quer para saber se o estado atual das coisas vai se sustentar por muito tempo ou se é algo passageiro.

Vamos a um bom exemplo, com um valor importante para muitos estudantes: índice de empregabilidade dos cursos superiores. Será que a profissão que está em alta hoje vai ser igualmente demandada no futuro? Vale a pena “dar um Google”, concorda?

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5. Viés da Familiaridade 

Parecido com o Viés da Aversão à Perda, o da Familiaridade também está vinculado à preferência pelo que já lhe é concreto, conhecido e manejável. Quem não lida bem com a quebra de rotina costuma ser bastante influenciado por atalhos mentais que trazem estabilidade.

Outra interpretação pode ser seguir a profissão dos pais pela familiaridade com o negócio e as facilidades de mercado que serão herdadas, assim como investir em um curso que abra mais portas para concursos públicos, mesmo quando não se é fã da área.

6. Viés do Excesso de Confiança 

Assumir a existência da prepotência é o primeiro passo para ser capaz de combatê-la. Este viés é muito prejudicial, principalmente nos estudos durante o pré-vestibular ou mesmo depois, já na faculdade.

Imagine negligenciar uma ou mais matérias por acreditar que não precisa aprender mais nada sobre elas e ir para a prova do Enem ou de fim de semestre completamente despreparado. Se você não quer passar um aperto desses, comece hoje a tratar seu excesso de confiança.

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7. Viés da Ilusão de Controle 

Este viés é potencializado pelo que citamos no tópico anterior, pois a confiança é a condição daquele que se sente seguro e, portanto, no controle da situação. Sua grande armadilha é a ideia de que qualquer problema futuro poderá ser facilmente contornado.

Muitas vezes, um jovem pode pensar assim para justificar más escolhas como, por exemplo, infringir o código de conduta no estágio. Racionalmente, as consequências podem ser irreparáveis, trazendo uma série de prejuízos à carreira. Porém, nada disso é levado em conta sob o Viés da Ilusão de Controle.

[Bônus] Como impedir que um viés comportamental defina a escolha do curso

É impressionante como a psicologia e a ciência têm explicações para a forma como pensamos e agimos, não é mesmo? Mas calma, não precisa ficar desesperado com todas essas informações e achar que está “metendo os pés pelas mãos” em todos os âmbitos da sua vida.

Na verdade, temos duas sugestões para lhe dar a autoconfiança necessária para que você construa uma carreira com equilíbrio. A primeira é buscar o auxílio de um especialista, ou seja, um psicólogo que, a partir da Terapia Cognitivo-comportamental, conseguirá ajudá-lo a encontrar a razão por trás de seus comportamentos disfuncionais.

Já a segunda dica é baixar agora mesmo o nosso E-book Humanas, Exatas e Biológicas. Com este material, sua escolha de curso será muito mais assertiva e de acordo com o que realmente faz sentido para você!