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Tatuagens podem aumentar os riscos de linfoma?

Explicamos os detalhes da pesquisa que preocupou tatuados pela internet. Descubra agora se tatuagens podem mesmo aumentar os riscos de linfoma.

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Linfoma é um nome dado a um grupo de cânceres que afetam o sistema linfático, que é responsável por ajudar a proteger o nosso organismo, combatendo infecções. Seu desenvolvimento acontece quando uma célula normal do sistema linfático sofre mutações e começa a se multiplicar descontroladamente, espalhando-se pelo corpo.

Há muito tempo, sabe-se que existem vários fatores que podem aumentar o risco de desenvolver linfoma. Alguns deles são:

  • Infecções crônicas, como HIV e HTLV;
  • Exposição a certos produtos químicos;
  • Histórico familiar de linfoma;
  • Idade mais avançada.

Recentemente, porém, um estudo sueco desesperou pessoas pela internet ao levantar a hipótese de que também existe uma relação de causalidade entre ter uma tatuagem e adoecer por linfoma. A seguir, nós explicamos os detalhes dessa pesquisa para você entender tudo sobre o caso.

O que dizem os dados e especialistas?  

Indo direto ao ponto: os dados não foram suficientes para determinar uma correlação entre tatuagens e linfoma. Embora tenha sido indicado um risco maior de 21% entre indivíduos tatuados, especialistas entrevistados afirmam que são necessárias mais investigações para confirmar qualquer ligação direta.  

Catherine Diefenbach, diretora do Programa Clínico de Linfoma no Centro de Câncer Perlmutter, questiona alguns aspectos do estudo, como a falta de correlação entre o tamanho da tatuagem e o risco de linfoma. Na sua opinião, as pessoas estão reagindo excessivamente a um estudo preliminar que ainda precisa ser validado.

Foram avaliados quase 12 mil participantes na Suécia, e a pesquisa se desenrolou a partir de uma comparação entre os diagnosticados com linfoma maligno entre 2007 e 2017, com um grupo controle da mesma idade e gênero que não tinha câncer. Para que uma associação como essa seja realmente estabelecida, o levantamento precisa ser estatisticamente significativo.

Os pesquisadores especulam que a inflamação de baixo grau causada pelas tatuagens poderia contribuir para o desenvolvimento do câncer. Além disso, a tinta utilizada em tatuagens pode conter produtos químicos potencialmente carcinogênicos, como metais e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos.

No entanto, pesquisas anteriores e mais recentes não confirmaram uma conexão clara entre tatuagens e qualquer tipo de carcinoma. A Food and Drug Administration (FDA), que seria a Anvisa dos Estados Unidos, emitiu diretrizes sobre a segurança das tintas, mas não regula diretamente a prática, que é considerada um procedimento cosmético.

Quais são os reais riscos de fazer uma tatuagem?

Os riscos de fazer uma tatuagem de que nós temos conhecimento comprovado são todos relacionados à forma como o procedimento é executado e possíveis condições pré-existentes dos pacientes. Isso porque o processo de tatuar abre uma ferida no corpo que, depois, precisa cicatrizar como qualquer machucado.  

Logo, há o risco real de infecção, visto que microrganismos podem se aproveitar das fissuras abertas na pele para invadir o nosso corpo, causando inchaço, vermelhidão, dor e calor local. É por isso que a higienização do local e o uso de EPI pelo profissional é tão importante para reduzir as chances de contaminação.

A reutilização de seringas, como em qualquer procedimento, é terminantemente proibida. Essa regra também vale para o reuso da tinta, que deve ser distribuída em porções individuais em recipientes descartáveis. Dessa forma, são evitadas as transmissões de doenças, como as hepatites virais e o HIV.

As tatuagens também estão vinculadas a reações alérgicas em muitos casos, o que obviamente varia de pessoa para pessoa. Tal problema ocorre devido a componentes químicos da tinta.

Pessoas com histórico de alergias a certas substâncias podem apresentar sinais como: vermelhidão, sensação de espessamento da pele e descamação. Existe, inclusive, a possibilidade de um único pigmento ser o causador do processo alérgico, visto que as cores têm propriedades diferentes.

Como posso me proteger?

Ao fazer uma tatuagem, é fundamental prestar atenção na qualidade das tintas utilizadas. Apenas três marcas de tintas são registradas pela Anvisa e garantem a segurança dos componentes. São elas:  

  • Starbrite Colors;
  • Electric Ink;
  • Iron Works.

É essencial perguntar ao tatuador sobre a tinta que será usada e verificar a data de validade para evitar produtos clandestinos que possam conter substâncias tóxicas. Além disso, observe os cuidados de higiene e segurança no estúdio.

Já mencionamos o uso de materiais descartáveis, que devem ser abertos apenas na sua presença, mas o tatuador também precisa tomar outros cuidados. Dois exemplos são lavar as mãos antes e depois de cada procedimento e vestir máscara durante o procedimento. Vale lembrar que esse profissional não é autorizado a prescrever medicamentos e em caso de complicações, um médico deve ser procurado.

Cuidados após a tatuagem

Após fazer uma tatuagem, é crucial seguir cuidados adequados para garantir uma boa cicatrização e evitar infecções. Como mencionamos anteriormente, toda tatuagem é uma ferida e precisa de cuidados especiais. Siga as orientações do seu tatuador sobre quando retirar os curativos e como limpar a área corretamente.

Por fim, evite remover as casquinhas que se formam, pois isso pode prejudicar a cicatrização. Também é importante não expor a tatuagem ao sol direto por pelo menos 30 dias, não coçar, evitar o uso de roupas justas que possam causar atrito, beber bastante água e manter a região hidratada. Esses cuidados ajudam a garantir que a tatuagem cure bem e sem complicações.

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