Hepatites Virais: descubra os melhores métodos de prevenção
Conheça os melhores métodos de prevenção e dados relevantes sobre as hepatites virais, que são um problema grave para o SUS.

Afinal, você sabe o que são as hepatites virais? Elas são doenças inflamatórias que atacam o fígado devido à presença de diferentes vírus hepatotrópicos. A classificação dessas viroses varia conforme os vários tipos de vírus causadores da doença. Assim, usa-se as primeiras letras do alfabeto para diferenciar a doença: A, B, C, D e E.
Hoje vamos falar, em especial, sobre os melhores métodos de prevenção para evitar esse tipo de infecção. Saiba também o que são hepatites virais, as causas, principais sintomas e as melhores alternativas para controlar os efeitos dessa virose sobre o organismo.
Panorama das hepatites virais na população brasileira
Um estudo financiado pelo Governo Federal analisou a incidência das hepatites virais no Brasil durante os anos de 2010 a 2020. Os pesquisadores responsáveis se concentraram num estudo epidemiológico descritivo observacional.
Os dados foram extraídos dos Boletins Epidemiológicos de Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde, oriundos do Sistema de Informações de Agravos de Notificações do Sistema Único de Saúde (SINAN/DATASUS), em parceria com o IBGE.
Confira os números da doença e as características epidemiológicas mais relevantes:
As variáveis coletadas foram as incidências de infecção por Hepatite A, B, C e D totais e de acordo com as 5 regiões do país. Constataram-se 388.188 casos da doença no Brasil entre o período de 2010 a 2020, havendo predomínio as infecções por Hepatite C, que foram responsáveis por 189.001 casos (48,69%), seguido das infecções por Hepatite B, que foram responsáveis por 153.304 casos (39,49%). Foi observado um aumento de incidência de hepatites virais, passando de 16,33 em 2010 para 16,87 em 2019, com ápice de 21,26 casos por 100.000 habitantes em 2015.
Entretanto, evidenciou-se uma queda abrupta da incidência em 2020, que passou para 7,47, devido a uma provável subnotificação dos casos, decorrente da pandemia de COVID-19. Ademais, quando analisada a incidência nos sexos, obteve-se o maior número de casos no sexo masculino.
Por meio do levantamento desses dados conclui-se que há necessidade de fortalecimento da capacidade dos sistemas de Vigilância Epidemiológica com relação a estratégia de saúde.
Tipos de hepatites virais
Listamos os principais tipos de hepatites. Confira!
Hepatite A
Causada pelo vírus da hepatite A (HAV), a hepatite A é uma infecção independente. Ou seja, ao contrário da hepatite D, que requer a presença do vírus da hepatite B para ocorrer, a hepatite A não está relacionada a outros vírus da hepatite.
Ela é transmitida, principalmente, pelo consumo de água ou alimentos contaminados com fezes de uma pessoa infectada pelo vírus. Assim, pode-se afirmar que a forma de transmissão dessa virose é classificada como fecal-oral.
Hepatite B
Considerada a mais comum das hepatites, ela é vista como um problema de saúde pública global devido a sua maior prevalência. Contudo, por meio de medidas eficazes de prevenção e tratamento é possível controlar a disseminação do vírus e reduzir os impactos dessa virose entre os indivíduos infectados.
Além disso, a hepatite B é uma hepatite viral que pode ser transmitida por meio do contato pessoal próximo com uma pessoa infectada. Condições de higiene precárias também são formas de propagação da doença.
A doença provoca inflamação aguda do fígado, porém, muito raramente se torna crônica. Ela é causada pelo vírus da hepatite B (HBV), patógeno que pode causar tanto infecções agudas quanto crônicas.
Os sintomas comuns da hepatite A são febre, fadiga, perda de apetite, náusea, vômito e dor abdominal. Assim como as demais hepatites, ela também causa icterícia e hematúria.
Listamos as formas de transmissão da hepatite B. Observe:
- via sanguínea: ocorre por meio de compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas, transfusões de sangue contaminado;
- contato sexual: por meio de relações sexuais desprotegidas com uma pessoa infectada;
- transmissão vertical: a mãe pode transmitir o vírus ao bebê durante o parto;
- fluidos corporais contaminados: o contato direto com fluidos contaminados, como saliva, urina, secreções vaginais e sêmen transmitem o vírus.
Hepatite C
É uma doença viral causada pelo vírus da hepatite C (HCV). Essa infecção pode variar de uma forma aguda para uma forma crônica. As doenças de longa duração podem causar danos hepáticos graves devido à exposição do organismo ao vírus por mais tempo..
Nesse quadro, os pacientes com cirrose hepática causados pela hepatite C podem requerer uma monitorização mais rigorosa. Além disso, também é necessário adotar cuidados especiais durante o tratamento, a fim de evitar complicações.
Hepatite D
Também conhecida como vírus da hepatite delta, essa infecção tem uma particularidade: ela só pode ocorrer em pessoas que já estão infectadas pelo vírus da hepatite B (HBV). Essa característica que ocorre de forma tão peculiar se explica porque o vírus da hepatite delta depende da presença do HBV para fazer a sua replicação e propagação no organismo humano.
Além do mais, a infecção por hepatite D ocorre em duas situações, que são:
- infecção simultânea: quando a pessoa é infectada pelos vírus da hepatite B e hepatite D ao mesmo tempo;
- infecção subsequente: quando a pessoa já é portadora crônica do vírus da hepatite B e somente depois se infecta pelo vírus da hepatite D.


Principais sintomas das hepatites virais
Embora sejam causadas por vírus diferentes, seus sintomas são muito semelhantes. Todas elas podem se manifestar por meio de:
- fadiga;
- náuseas e vômitos;
- febre;
- perda de apetite;
- desconforto abdominal;
- urina escura;
- fezes claras;
- icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos).
Estes são os sintomas mais comuns das hepatites A e E. Mas a hepatite C, por exemplo, possui a singularidade de que a febre é sempre baixa. Já as hepatites B e D somam ao pacote dores musculares e articulares.
Vale ressaltar que todas são silenciosas, pois a maioria dos indivíduos não manifesta nenhum sintoma. Todavia, mesmo os casos assintomáticos podem se tornar crônicos. Portanto, é importante fazer exames de rotina regularmente e manter a saúde em dia.
Fatores de risco
Independentemente de ser ou não fator de risco, convém tomar cuidado para não contrair esses tipos de vírus. Porém, as hepatites virais apresentam maiores riscos em pessoas que já possuem problemas hepáticos ou são imunossuprimidas.
Por exemplo, pessoas soropositivas ou que possuem lúpus devem ficar mais atentas, pois os seus sistemas imunológicos são mais frágeis. Quem faz tratamento com psicofármacos também deve se cuidar mais.
Afinal, tais medicamentos são metabolizados pelo fígado e pode haver uma sobrecarga do órgão. Isso também vale para pessoas que fazem terapia hormonal com testosterona.
Para melhor compreensão do tema, confira a seguir outros fatores de risco para as hepatites virais.
Melhores métodos de prevenção
A transmissão das hepatites A e E acontece por meio de alimentos ou água contaminados com fezes infectadas. Ou seja, esse é um problema muito presente na vida das famílias que não têm acesso ao saneamento básico.
Ambas são doenças agudas, sendo que a hepatite A raramente se desdobra em complicações graves. Ela é autolimitada, com potencial de agravamento em mulheres grávidas.
Mesmo assim, é importante prevenir-se, e o melhor método é manter bons hábitos de higiene. Além da imunização, a realização de atividade física também é importante para fortalecer a imunidade.
Importância da vacinação
Pessoas contaminadas com hepatite viral não podem doar sangue. Por isso é essencial manter as vacinas em dia. Aliás, essa foi uma das razões que incentivaram Albert Sabin, o preconizador da vacina contra a poliomielite, a manter suas pesquisas nessa área.
A vacina contra a hepatite A é altamente recomendada em regiões onde a doença é endêmica. A Saúde Pública orienta também a imunização em situações de surtos. Além da vacinação, medidas simples de higiene, como lavar as mãos com frequência, também ajudam a prevenir a propagação do vírus causador da hepatite A.
Também existe vacinação contra a hepatite B, que é transmitida pelo contato com sangue e fluidos corporais infectados. Manter relações sexuais protegidas é fundamental para não contrair o vírus.
Da mesma forma, acontece também a transmissão das hepatites virais C e D, mas há distinções. Primeiramente, a hepatite D apenas se manifesta em pessoas que já têm hepatite B, podendo desencadear uma superinfecção crônica.
Logo, para prevenir-se da hepatite D, basta seguir os mesmos métodos indicados para a hepatite B. Já para a hepatite C, que é frequentemente crônica, deve-se manter o cuidado ao compartilhar objetos perfurocortantes e praticar sexo seguro.
Tratamento para hepatites virais
Conheça as melhores alternativas de tratamento para essas infecções.
Hepatite A
Geralmente envolve cuidados de suporte para aliviar os sintomas — tal conduta possibilita que o corpo se recupere naturalmente. Destacamos os principais pontos relacionados ao tratamento da hepatite A, que são:
- descansar adequadamente e evitar atividades extenuantes durante a fase aguda da doença;
- ingerir bastante líquido, especialmente água, ajuda a prevenir a desidratação;
- manter uma alimentação balanceada e leve, com pequenas refeições frequentes;
- buscar ajuda médica imediata, caso ocorra piora dos sintomas da doença.
Hepatite B
Infelizmente, ainda não existe cura para a hepatite B crônica. No entanto, há medicamentos antivirais que podem ajudar a controlar a replicação do vírus. Fazer o tratamento é essencial para reduzir o risco de complicações hepáticas.
Hepatite C
O uso de medicamentos é altamente eficaz na supressão viral e tem menos efeitos colaterais do que as terapias anteriores baseadas em interferon. Para tanto, o esquema terapêutico específico depende de algumas condições, a saber:
- genótipo do vírus;
- estado do fígado do paciente;
- outras condições médicas pré-existentes.
Hepatite D
Em geral, o tratamento da hepatite D é bastante desafiador devido à complexidade da infecção. Nesse contexto, o ideal é saber quais são os aspectos mais relevantes do tratamento dessa hepatite viral. Vale destacar que o fato de o vírus da hepatite delta (HDV) estar condicionado à presença do vírus da hepatite B (HBV) para se replicar, o tratamento inicial visa suprimir a replicação do HBV.
Logo, isso é feito por meio de medicamentos antivirais eficazes contra o HBV. A intervenção mais utilizada é o interferon alfa, que é considerado o tratamento padrão para hepatite D. Mesmo que cause efeitos colaterais, esse medicamento tem sido eficaz na supressão do vírus da hepatite delta.
Importância da adesão ao tratamento
O risco de não tratar hepatites varia de acordo com o seu tipo e a situação específica de cada caso. Logo, não tratar a doença pode levar a complicações graves.
Destacamos alguns dos possíveis riscos associados à falta de tratamento adequado dessas viroses. Veja quais são:
- progressão de uma fase aguda à crônica, com inflamação contínua do fígado;
- cicatrizes no tecido hepático, conhecido como cirrose;
- insuficiência hepática, hipertensão portal, ascite, encefalopatia hepática;
- desenvolver câncer de fígado, como o carcinoma hepatocelular (principalmente hepatites B e C);
- falência hepática e consequente necessidade de um transplante.
Por fim, vale destacar a relevância de conhecer os tipos de hepatites virais, as formas de tratamento e prevenção de cada uma delas. Por meio da atenção especializada, a Medicina pode contribuir para reverter as condições crônicas que mais desafiam a saúde no Brasil.
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