Por que o planejamento financeiro é essencial para médicos?

Médicos precisam dominar o cuidado com foco em pessoas, a análise de históricos de saúde, as correlações entre contextos e doenças, e por aí vai.  Agora, ser bom em matemática, será que já não é pedir demais? Pode até ser, mas temos uma boa notícia. Ter um planejamento financeiro não dependerá de suas próprias habilidades, e você já vai entender o porquê.

Planejar é a capacidade de imaginar situações e traçar um ou mais caminhos para que elas transcorram da melhor maneira possível. A vida, porém, é cheia de imprevistos e nem sempre conseguimos levar nossos planos à risca.

Na contramão dessa ideia está o planejamento financeiro, pelo simples motivo de que, em geral, é dele que dependem todos os nossos outros projetos. O que também não significa que nenhum imprevisto o atinja.

É como os primeiros minutos do filme “Up: Altas Aventuras” retratam muito bem: o casal nem sempre consegue guardar a mesma quantia de dinheiro no pote de vidro. Ou seja, suas projeções de renda variam conforme o dia a dia. No entanto, o fato de que, em dado momento, possuam uma reserva para conseguir arcar com o pneu que furou de repente é a prova de que havia, sim, um plano de emergência.

Planejar-se financeiramente é gerenciar salários e demais recebimentos, estabelecendo um limite abaixo do valor total para seus gastos pessoais, assim como uma porcentagem para o futuro. Na prática, é uma ferramenta que todo mundo deveria utilizar. 

"Então, por que ela é tão essencial para médicos?”, você deve estar se perguntando, e é sobre isso que falaremos a seguir.

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Principais questões para prestar atenção

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É fácil se deixar levar pelo status da carreira

Das mensalidades aos materiais necessários no curso, passando pelos congressos e simpósios de especialidades, tudo que envolve a formação médica costuma ter um valor alto. E há muitos motivos para tanto como, por exemplo, os investimentos em pesquisas científicas, os anos de estudo dos médicos que se tornam professores, etc.

Além disso, outra razão um pouco mais comentada é o prestígio vinculado à profissão. Essa, porém, não é uma ideia muito boa para se apegar, pois a busca por manter determinado status social pela carreira pode custar caro, sem trazer muitos benefícios.

Ter isso em mente é ainda mais importante para estudantes que financiam a graduação, visto que eles saem endividados da faculdade. Então, tome bastante cuidado com o impulso de manter uma imagem desejável.

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É muito caro abrir clínica e consultório próprio

Abrir uma clínica médica própria requer muito investimento. A começar pelo fato de que há mais taxas a pagar quando se trabalha como médico pessoa jurídica (PJ) do que somente pelo CPF.

Depois de abrir um CNPJ na junta comercial da cidade em que estará localizada, outras normas precisam ser cumpridas até que se possa começar os atendimentos. Uma clínica formalizada precisa:

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• De alvará de funcionamento da prefeitura onde estará localizada;
• Ser sindicalizada para recolhimento anual de contribuição;
• Passar por uma avaliação dos bombeiros;
• Receber alvará também das secretarias estaduais e municipais de saúde;
• Ser autorizado pela Anvisa.

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Tudo isso, claro, tem custos financeiros, além do tempo dedicado a cada etapa. O ideal é que um advogado e um contador sejam contratados para auxiliar na execução desse processo, podendo ser os mesmos profissionais que trabalharão posteriormente nas áreas jurídicas e contábeis.

Existe, porém, a alternativa de abrir uma franquia. Neste caso, de acordo com especialistas do Sebrae, o valor mínimo gira em torno de 180 mil reais. Em média, quem opta por ser franqueado fatura de 15% a 25% mensalmente, a partir do investimento inicial.

Em todo caso, talvez você precise buscar um empréstimo para que o sonho se concretize ou mesmo encontrar um ou mais sócios para prestar mais atendimentos e ampliar a carteira de pacientes. Ou seja, juros deverão ser pagos e uma estratégia para divisão dos lucros precisará ser estabelecida para que a clínica prospere.

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Como ser um médico com bom planejamento financeiro

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Mantenha as suas contas organizadas [e separadas]

A regra número um de todo negócio é o controle da receita e dos custos. Ou seja, de todo valor que entra pelo pagamento de consultas no caso das clínicas médicas, e do que sai para manutenção e investimento.

Para manter isso em ordem, as finanças vinculadas ao CNPJ não podem se misturar às do CPF dos médicos proprietários, pois fica muito mais difícil fazer a contabilidade e descobrir se a clínica precisa de um reajuste de preço ou se podem ser feitas mais consultas pro bono.

Além disso, outra separação interessante é a que se estabelece entre as contas a receber e as a pagar. Tal medida evita a perda de prazos de vencimento, por exemplo, entre outras dores de cabeça.

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Tenha uma reserva de emergência

Crises econômicas acontecem, e estar preparado para enfrentá-las é o caminho mais seguro para conseguir superá-la. Do contrário, os prejuízos financeiros são certos, podendo acarretar inclusive a falência da clínica.

A reserva de emergência é uma garantia de que você conseguirá cumprir seus compromissos com banco, fornecedores e pacientes, mesmo que sua receita sofra uma queda brusca de repente. Assim, quando o mercado se acalma e a vida volta ao normal, sua autoridade e reputação se mantêm intactas.

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Conte com o suporte da tecnologia

Seu planejamento financeiro pode ser muito mais fácil de concretizar com o auxílio da tecnologia. Atualmente já existem sistemas operacionais que fazem, por exemplo, gestão de estoque, controle de contas e otimização de processos.

Mesmo que não pareça relevante, a própria computação em nuvem e os prontuários eletrônicos oferecidos pelas healthtechs também são importantes nesse sentido. Isso porque melhorar o funcionamento da clínica, oferecer mais agilidade e segurança de dados fideliza pacientes.

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Contrate profissionais especializados

Mencionamos anteriormente, mas vale a pena ressaltar: advogados especializados em saúde e contadores serão seu braço direito na clínica médica. Seus conhecimentos quanto à legislação vigente e à contabilidade, respectivamente, permitirão a você confiar que seu negócio está crescendo enquanto se concentra no bem-estar de seus pacientes.

“Então, por que eu preciso aprender?”. Bom, em primeiro lugar, você não saberia a quem recorrer se não tivesse parado para ler o que tínhamos para falar sobre o tema aqui apresentado, o que engloba a dica de contratar profissionais especializados.

Em suma, a importância de médicos saberem sobre planejamento financeiro reside no controle que este lhe garante na gestão do seu próprio negócio. Afinal, embora não seja um especialista, você estará apto para analisar a participar do processo e adquirir experiência no assunto.  

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