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Médicos sem fronteiras: o que é e como funciona

A saúde humanitária é uma área que atrai você? Então conheça o Médicos sem Fronteiras e veja como ingressar na organização internacional!

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minutos de leitura

Se você tem paixão por ajudar os outros e está procurando uma maneira de usar suas habilidades para fazer a diferença no mundo, trabalhar para o Médicos Sem Fronteiras como médico, pode ser a opção perfeita para você.

Então, se você já é médico ou pretende cursar Medicina, precisa conferir o texto a seguir. Boa leitura!

O que é e como surgiu o Médicos Sem Fronteiras?

O Médicos Sem Fronteiras (MSF) é uma organização médico-humanitária internacional que fornece assistência médica emergencial a pessoas afetadas por:

  • epidemias de doenças (febre amarela, cólera etc.);
  • desnutrição por pobreza extrema;
  • desastres naturais (furacão, terremoto, tsunami etc.);
  • conflitos armados (guerras);
  • doenças tropicais negligenciadas (malária etc.).

Além disso, eles têm a missão de alertar o mundo a respeito de situações muitas vezes desconhecidas para outras populações, as quais nunca vivenciaram realidades como violência, abandono e miséria — situações consideradas como sendo aquém do minimamente aceitável para a dignidade humana.

Na década de 1960, um grupo formado por médicos de várias especialidades e jornalistas que testemunharam a devastação da guerra civil na Nigéria, decidiu atuar em benefício dos maiores atingidos pelo conflito. Mas foi somente em 1971 que o MSF oficialmente surgiu, precisamente na França.

O tempo passou e a organização cresceu, em tamanho (de pessoas e países ajudados) e em notoriedade. Até que, em 1999, o MSF recebeu o Prêmio Nobel da Paz em reconhecimento ao trabalho “pela humanidade e pela paz”.


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Qual é a importância do Médicos Sem Fronteiras?

Os médicos que atuam no MSF são comprometidos em fornecer assistência médica imparcial nos lugares em que for mais necessário — independentemente de raça, religião ou afiliação política.

Já os jornalistas, além de divulgarem as ações, ainda levantam conflitos que foram engavetados pela mídia. Ao lado das Nações Unidas, a organização luta contra a violação aos Direitos Humanos, bem como contra as atrocidades observadas em comunidades sem representações sociais.

Como funciona o Médicos Sem Fronteiras na prática?

O MSF presta assistência a pessoas necessitadas que foram atingidas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição ou sem qualquer acesso a cuidados médicos.

Atualmente, está presente em mais de 70 países, contando com mais de 36 mil profissionais, de 100 nacionalidades diferentes. Esses profissionais incluem médicos, enfermeiros, parteiros, especialistas em água e saneamento, logística e administração.

O Médicos Sem Fronteiras depende de doações para cerca de 90% de seu orçamento. A maioria dessas doações vêm de indivíduos e empresas.

São oferecidos cuidados de saúde essenciais e apoio a pessoas envolvidas em algumas das situações mais difíceis do mundo.

Um relato emocionante é o da obstetra Marcella Israel, que atuou no MSF durante dois meses numa maternidade de “Jahun Paradise”, localizado no interior da Nigéria, país em que a taxa de mortalidade materna pode chegar a 800 por 100.000 nascimentos, o que representa um número 10 vezes maior do que o que é visto no Brasil. Segundo ela:


“Meus presentes são diários e inestimáveis: choro dos recém-nascidos, sorrisos das mães com partos seguros, acompanhantes tentando se comunicar comigo enquanto gesticulam, além do convívio estimulante com os colegas locais.


E completa:


"Sim, se o paraíso for como Jahun, eu quero ir para lá.”


Por fim, vale mencionar que a organização é independente e imparcial, escolhendo em quais locais serão suas próximas áreas de atuação de acordo com a real necessidade.

Quais são os riscos e recompensas do Médicos Sem Fronteiras?

Existe um código de ética mundial proibindo que os médicos sejam punidos pelo exercício de sua atividade. Mesmo assim, estes profissionais podem ser mortos ou feridos, acidentalmente, em bombardeios.

Nem sempre o MSF é autorizado a implantar seus recursos nas regiões de conflito, porém, é comum que a organização drible os impedimentos e se instale. Isso acontece em situações de gravidade extrema e a ajuda inclui fornecimento de água, alimentação e abrigos, até a situação ser minimamente restabelecida.

Felizmente, o sistema logístico do Médicos Sem Fronteiras é muito bem organizado. Nesse sentido, eles conseguem chegar a um local de ocorrência de catástrofe em menos de 48 horas e com toda a estrutura requerida.

O que é necessário para atuar no MSF como médico?

Antes de tudo, é essencial saber que a organização Médicos Sem Fronteiras procura profissionais que desejam construir uma carreira viajando pelo mundo em muitos contextos diferentes e com capacidade para atuar em situações de extrema precariedade e riscos.

Para trabalhar no MSF como médico, o profissional precisa ter concluído o curso de Medicina e ter pelo menos dois anos de experiência clínica. É preciso, ainda, ser fluente em inglês e em francês, pois esses são os dois idiomas oficiais de Médicos Sem Fronteiras.

Além disso, os candidatos devem estar dispostos a trabalhar em condições (muito) desafiadoras e em ambientes diferentes. É importante ressaltar que o Médicos Sem Fronteiras oferece treinamentos especiais para seus bravos, brilhantes e corajosos profissionais de saúde.

Ainda que o perfil seja voluntariado, os profissionais são assalariados e o processo de seleção é muito difícil. Isso porque, não é só um "trabalho", mas uma mudança no estilo de vida enquanto permanecer neste trabalho desafiador, com chances de experiências muito relevantes para o currículo do profissional.

Mesmo com a seleção rigorosa, a procura pelo trabalho é grande, pela possibilidade de salvar vidas e colaborar para mudanças significativas no mundo todo.

Na lista a seguir, veja os passos para entrar para a equipe do MSF:

  • análise do currículo;
  • pré-entrevista;
  • atividade presencial;
  • período de espera;
  • considerações gerais.

O candidato deve enviar um currículo escrito em francês ou em inglês. Se a análise curricular for satisfatória, será feito um contato por telefone.

Na fase presencial, há reuniões, uma entrevista, além de testes que podem durar o dia todo. Os aprovados entram em uma lista de espera e são chamados segundo a necessidade da organização.

Você já conhecia o Médicos Sem Fronteiras?

Nesse artigo você conferiu informações importantes sobre o Médicos Sem Fronteiras, incluindo seu surgimento, sua relevância internacional e os desafios e riscos enfrentados pelos profissionais — que, apesar de tudo, podem ser muito recompensadores. Por fim, você conferiu como fazer parte da equipe do MSF e o quanto o seu currículo ficará enriquecido após essa incrível experiência em forma de trabalho.

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