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Lorazepam: conheça o medicamento que aparece na série “The White Lotus”

Lorazepam: ouviu falar no medicamento controlado ue aparece na série “The White Lotus”? Leia e saiba mais!

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O lorazepam é um benzodiazepínico muito utilizado para controle da ansiedade. No entanto, é preciso avaliar bem os riscos e benefícios desse fármaco, haja vista os efeitos adversos comuns a essa classe de medicamentos.

Para quem está estudando para Residência, hoje vamos discorrer sobre um dos medicamentos em “alta na mídia”: os benzodiazepínicos. Com a projeção da série “The White Lotus”, é possível que essa temática seja abordada nos próximos exames e concursos médicos.

Tendo isso em vista, vamos explicar o que é essa medicação, para que ela serve, como atua no organismo e para quais tipos de doenças ela tem indicação. Ainda, aproveite para revisar os principais riscos envolvendo o uso dos medicamentos benzodiazepínicos e, principalmente, nos riscos associados à utilização inadequada e abuso do fármaco.

Panorama do uso de benzodiazepínicos no Brasil

Essa classe de medicamentos é uma das mais utilizadas no país para o controle das principais doenças mentais, incluindo sintomas de ansiedade, insônia e agitação. Porém, os efeitos colaterais dos benzodiazepínicos não podem ser ignorados.

Recentemente, o Instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) reforçou as estatísticas do panorama da saúde mental no Brasil. Destacamos um excerto da publicação do IPQ. Observe:

Mesmo antes da pandemia, o Brasil era o país com maior prevalência de ansiedade. Segundo um estudo de 2017 da OMS, 18 milhões de brasileiros sofriam com algum tipo de distúrbio relacionado ao problema. Isso equivalia a 9,3% da população. Já a depressão afeta 12 milhões de pessoas no país, sendo a maior incidência da América Latina

Mecanismo de ação do lorazepam

Em tese, os medicamentos benzodiazepínicos funcionam como depressores do Sistema Nervoso Central (SNC) causando um efeito hipnótico sedativo. Os benzodiazepínicos aumentam o potencial do Gaba, um importante neurotransmissor produzido pelo cérebro.

Vale ressaltar que os benzodiazepínicos são altamente viciantes, tanto no nível fisiológico quanto psicológico. Devido ao tempo de uso, os pacientes desenvolvem tolerância a esse medicamento, o que leva à redução dos benefícios à saúde.

Lorazepam no tratamento da ansiedade

Um dos benefícios dos benzodiazepínicos é a possibilidade de controlar os sintomas da ansiedade e dos distúrbios do sono. Com o potencial de causar efeitos relaxantes no cérebro, esses fármacos podem minimizar os impactos negativos desses males.

Vale frisar que boa parte da população com transtornos de ansiedade são comumente se tornam mais vulneráveis a outros transtornos mentais mais graves. Entre eles, destacam-se tendências suicidas e consumo abusivo de substâncias ilícitas.

Porém, muitos desses transtornos podem ser contornados com uma assistência adequada, que inclui intervenções multidisciplinares focadas na reabilitação da saúde mental. Nesse cenário, o uso de lorazepam pode ser utilizado em terapias combinadas, desde que devidamente monitorado por profissionais de saúde experientes nessa área.

Efeitos adversos dos medicamentos benzodiazepínicos

Destacamos os principais prejuízos causados pelos benzodiazepínicos ao organismo. Veja quais são:

Interação medicamentosa

Não é aconselhável a prescrição de lorazepam em conjunto com outros medicamentos, principalmente aquelas que causam sedação no SNC. Também é preciso evitar o uso desses remédios com opiáceos, barbitúricos e remédios para dormir.

Uso concomitante com álcool

Mesmo que o mecanismo de ação dos benzodiazepínicos explique o efeito do relaxamento que eles induzem, também é necessário considerar os riscos que eles causam. Contextualmente, os médicos devem orientar os pacientes quanto aos cuidados durante o uso dos benzodiazepínicos. Ou seja, não é aconselhável dirigir durante o tratamento com lorazepam ou outros fármacos desse grupo.

Além disso, também é importante evitar atividades laborais que demandam atenção, tais como a operação de máquinas ou a direção de veículos. Isso se justifica devido ao potencial de sonolência induzida por esses medicamentos, que pode provocar acidentes graves ou fatais.

Risco de overdose

Mesmo que os benzodiazepínicos sejam valiosos para o tratamento de determinadas condições de saúde mental, convém estar atento ao seu uso indiscriminado. O abuso desses fármacos representa uma grave ameaça à saúde, o que torna essa temática muito discutida na Residência Médica de áreas correlatas.

A quantidade de medicamento utilizada faz toda a diferença no tratamento. Se tomado em grande quantidade, os benzodiazepínicos podem provocar overdose. Em geral, os primeiros sinais são mal-estar, tontura, náuseas, vômitos e a evolução para a depressão respiratória.

Tontura

Vale destacar, ainda, que é necessário orientar os pacientes que substituem tratamentos convencionais por lorazepam. No início do tratamento, os benzodiazepínicos devem ser consumidos em um lugar seguro e, de preferência, com alguém por perto. Isso porque esses remédios têm o risco aumentado para provocar tonturas e quedas.

Lorazepam e o risco de dependência

Outra questão preocupante para a classe médica é o risco de dependência causado por essa classe de fármacos. Os benzodiazepínicos são muito conhecidos por suas funções sedativas e propriedades ansiolíticas e hipnóticas.

Entretanto, o uso indiscriminado desses remédios é associado à dependência química. Essa problemática é grave, multifatorial, desafia a Medicina e estimula a busca de novos conhecimentos para contornar esses entraves.

Como acontece em todas as classes de sedativos e hipnóticos, os medicamentos benzodiazepínicos podem provocar tolerância, se utilizados por longos períodos. Os primeiros sinais desse problema são a exigência de doses crescentes para conseguir o efeito desejado.

Além disso, a interrupção abrupta do tratamento também pode causar sintomas de abstinência e piorar o quadro de ansiedade. Outras complicações incluem insônia, tremores, náuseas, irritabilidade e sudorese nas mãos e pés. Logo, mediante suspeita de sintomas indesejáveis, o ideal é suspender o uso desses medicamentos.

Principais efeitos colaterais dos benzodiazepínicos

Como o princípio ativo desse grupo de fármacos age no cérebro, os efeitos adversos do lorazepam costumam ser intensos. Destacamos os mais comuns, que são:

  • sonolência diurna intensa;
  • mudança repentina de humor ou comportamento;
  • irritabilidade, inquietação ou excitação;
  • mal-estar frequente ou convulsão;
  • tristeza intensa;
  • dificuldade para completar pensamentos;
  • ideações suicidas ou tendências a automutiladoras;
  • confusão mental ou falta de concentração;
  • agressividade;
  • sensações estranhas, delírio e alucinação.

Como você notou, por questões de ética médica e por responsabilidade profissional, os médicos detêm um papel crucial de orientar os pacientes quanto ao tratamento correto com lorazepam. Ter isso em mente é essencial para contribuir para que a assistência à saúde mental seja, de fato, mais efetiva e segura.

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