Estágio e carreira

Mercado de trabalho para mulheres: conheça os desafios e conquistas

Quando o assunto é a inserção da mulher no mercado de trabalho, ainda que haja muitos desafios a serem vencidos, existem motivos para comemorar. Confira!

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Êxito na luta pelo direito de cursar faculdades no Brasil (em 1879), conquista do direito ao voto (em 1932) e criação da Lei Maria da Penha (em 2006): esses são apenas alguns exemplos das batalhas vencidas pelas mulheres após esforços que duraram anos.

Algumas outras batalhas, no entanto, ainda não acabaram. Um exemplo é a conquista por equidade de salários no mercado de trabalho. Mesmo depois de tantas evoluções na forma de pensar da sociedade, as mulheres seguem ganhando salários inferiores aos dos homens.

De acordo com números presentes no relatório do Fórum Econômico Mundial, divulgado em 2019, o Brasil encontra-se em 130º lugar em um ranking de 153 países sobre igualdade salarial entre homens e mulheres que ocupam cargos semelhantes.

Ainda que dados como esse sejam assustadores, ainda há motivos para serem celebrados. Um deles é o fato de que as trabalhadoras estão se destacando cada vez mais em áreas que, até então, eram dominadas pelo sexo masculino. Acompanhe a leitura e descubra mais sobre a realidade das mulheres no mercado de trabalho: saiba quais são essas áreas, quais os desafios enfrentados por esse público e outras informações.

Mulheres no mercado de trabalho: contexto histórico

A inserção da mulher no mercado de trabalho se deu principalmente por meio da Primeira Revolução Industrial, que teve início em 1760, na Inglaterra. Nesse contexto, as mulheres passaram a ser vistas como mão de obra barata, tornando-se as contratações favoritas dos donos de fábricas. Nesses espaços, eram submetidas a trabalhos em condições exaustivas, que chegavam a ser prejudiciais à saúde. Tudo isso por um salário inferior ao dos homens, que desempenhavam as mesmas funções.

Nesse momento, é possível perceber o início de um flagelo social que perdura até os tempos atuais: a desigualdade salarial entre os gêneros.

Dando continuidade ao processo de inserção das mulheres no mercado de trabalho, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial também foram decisivas. Isso aconteceu pois, nos períodos das batalhas, o sexo feminino ficava responsável por tocar os negócios da família enquanto os homens guerreavam. Além disso, essa parcela da população também precisou deixar as tarefas da casa para desempenhar as atividades masculinas nas empresas, estreitando, assim, o seu contato com o mundo do trabalho.

O desafio do preconceito

Ainda que existam motivos para serem celebrados, como as conquistas mencionadas no início deste texto, é inegável que as mulheres ainda enfrentam desafios para se inserirem e permanecerem no mercado de trabalho.

O principal deles é o preconceito, que ainda permeia entre a sociedade. Muitos gestores e recrutadores insistem em cultivar a mentalidade de que a mulher é o ‘’sexo frágil’’, logo, acreditam na incapacidade desse público para executar funções importantes dentro de uma empresa. Dessa forma, acabam por privá-lo de desempenhar cargos de liderança ou de grande responsabilidade. Em alguns casos, nem mesmo efetivam as contratações.

Múltipla jornada, maternidade e família

Ainda sobre os desafios enfrentados pelas mulheres para se inserirem no mercado de trabalho, outro obstáculo vivido por elas é a múltipla jornada que muitas enfrentam. Além de trabalharem, são responsáveis por cuidar da casa e da família, tarefas que trazem consigo inúmeras obrigações. Dessa forma, pela necessidade de tempo para cumpri-las, muitas mulheres acabam abrindo mão de oportunidades que poderiam ser decisivas para suas carreiras.

Além disso, a maternidade ainda funciona como um critério eliminatório no processo seletivo para ingressar em muitas empresas. Isso acontece pois há uma ideia de que as mães não terão condições (em relação a tempo e disposição) para se dedicarem satisfatoriamente às atividades do trabalho.

Todos esses fatores mencionados ainda podem ser somados à falta de apoio das famílias, visto que muitas delas ainda acreditam em uma estrutura familiar tradicional, em que o homem trabalha para pagar as despesas da casa e a mulher é responsável pelos cuidados domésticos, incluindo a família.

Carreiras em destaque

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Ainda que as mulheres enfrentem inúmeros desafios para a sua inserção e permanência no mercado de trabalho, elas têm conseguido, gradualmente, ganhar espaço em algumas carreiras. São elas:

Medicina

Segundo a pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da USP, desde 2009 o número de mulheres que ingressam na medicina no Brasil tem sido maior que o de homens. 

A pesquisa ainda aponta, que até o ano de 2028, haverá um equilíbrio entre mulheres e homens no exercício da medicina no país.

Construção Civil

O Ministério do Trabalho e Emprego estima que nos últimos dez anos a absorção de mulheres nesse ramo cresceu quase 50%. Além disso, o órgão afirma, ainda, que o Brasil já conta com mais de 200 mil mulheres trabalhando no setor. Incrível, não?

 

Engenharia

Desde crianças as mulheres são tendenciosamente afastadas dessa área, dominada em sua maioria por homens. Mas isso está mudando. De 2016 para 2018, por exemplo, o número de engenheiras registradas por ano passou de 13.772 para 19.585. Os dados são do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).

Direito

Esse também é um campo que tem contado cada vez mais com a presença feminina. Não apenas advogadas têm feito parte da área, como também juízas e delegadas, provando que as mulheres estão capacitadas para assumirem cargos de liderança e responsabilidade.

Tecnologia

Números comprovam que a inserção das mulheres no ramo de tecnologia e gestão tem crescido. Segundo o site UOL, uma pesquisa realizada pela empresa Revelo mostra que a porcentagem de oportunidades oferecidas às mulheres no ramo cresceu 5% em dois anos (saltou de 12% em 2017 para 17% em 2019).

Por outro lado, a diferença de remuneração entre os gêneros feminino e masculino nesses mesmos anos aumentou: passou de 22,4% para 23,4 %. Esses últimos números mostram que, apesar dos avanços, ainda há muita luta por igualdade pela frente.

Administração

As mulheres também estão sendo cada vez mais requisitadas para essa área. Isso acontece pois são detentoras de características consideradas fundamentais e únicas, capazes de contribuir para a criatividade, inovação e solução de problemas dentro das empresas.

Como as empresas podem ajudar?

Como você pôde perceber, as mulheres têm conquistado cada vez mais espaço no mercado de trabalho, principalmente em áreas como a engenharia, administração e direito. No entanto, ainda há muito pelo o que lutar na busca por igualdade: a desigualdade salarial, por exemplo, é um problema persistente.

Para demonstrarem apoio às mulheres nessa luta, as empresas podem se mobilizar para incorporarem medidas que auxiliem esse público e facilitem o seu dia a dia, como a instauração do home office e da jornada de trabalho flexível.