Estágio e carreira

O que são “mad skills” e como usá-las a seu favor no mercado de trabalho?

Maluco ou genial? Normalmente, grandes profissionais são vistos como ambos e isso tem muito a ver com a essência das mad skills. Confira!

6
minutos de leitura

Nós já falamos bastante sobre soft e hard skills por aqui. Mas elas não são as únicas habilidades que têm sido procuradas pelos recrutadores no mercado de trabalho. Hoje falaremos sobre as mad skills, cujo nome faz jus à sua importância, afinal, qual gênio inovador não foi chamado de maluco um dia?

A seguir, está o início do caminho que pode levá-lo a se tornar um deles. Confira!

Entendendo as mad skills ou “habilidades fora de série”

O essencial para entender as mad skills não é exatamente saber o que elas são, mas como você as adquire. Afinal, um curso de teatro pode ajudá-lo a desenvolver empatia, e a paixão por escrever pode ser o canal para aprender a técnica do storytelling.

A primeira habilidade que citamos é uma soft skill, enquanto a segunda é uma hard skill. Mas ambas entram na categoria de “habilidades fora de série” pelo fato de que você as aprendeu sem ter esse objetivo em mente. Na verdade, você estava apenas se divertindo com um passatempo.

É nisso que os recrutadores têm focado quando avaliam um candidato. Quais habilidades essa pessoa tem na manga por correr maratonas, viajar para lugares exóticos ou dançar salsa? As possibilidades são infinitas, e é isso que tornam os hobbies e o ócio tão preciosos.

Sua dedicação em determinada atividade, contudo, deve ser consistente. Não é considerado hobby ter participado de uma aula de pintura há dois anos. Somente a execução contínua de um esporte, arte ou qualquer outro atividade do seu interesse, é capaz de desenvolver mad skills.

Por que disso? Como bem diz a palavra, nenhum desenvolvimento acontece do dia para a noite ou num passe de mágica. É por meio da repetição que novos circuitos mentais são criados e um novo conhecimento é adquirido.

Agora que você sabe dessa definição, quais são os seus hobbies de verdade? Anote em um papel, pois logo diremos o que você fará com essa descoberta.

É fato: ter hobbies abre portas no mercado de trabalho

Uma pesquisa da Robert Half revelou dados importantes sobre essas habilidades fora de série. Para 66% dos recrutadores, elas são de grande importância ao avaliar os candidatos, e existe um exemplo muito fácil para entender o porquê disso.

Ir à academia é uma prática comum. Em uma seleção, provavelmente há um candidato que frequente de vez em quando para cuidar da saúde. Junto deste, competindo pela mesma vaga, tem outro que vai porque gosta e que segue até uma dieta específica para alcançar seus objetivos.

Um faz quando dá, sem compromisso. O outro, para além da paixão, faz por disciplina – uma soft skill essencial para ser um bom profissional, que cumpre prazos, respeita horários e é resiliente. Quem você contrataria levando apenas isso em conta?

Pois é. Agora, vamos além, pois não é apenas a opinião dos recrutadores que importa nessa avaliação. Observemos o ambiente dos hobbies com um olhar analítico.

Ao entrar para uma turma para aprender qualquer atividade, você estará em contato com mais pessoas. Logo, sua rede de contatos aumentará, o que pode colocá-lo mais próximo à vaga que almeja.

Um hobby também pode transformar-se em uma descoberta profissional inesperada. Imagine que você é um analista contábil em uma empresa de grande porte e, às quartas-feiras, participa de uma aula de panificação em um instituto de gastronomia.

Num dado dia, ao levantar-se, percebe que fazer pães é muito mais importante para você do que controlar gastos, receitas e lucros para alguém. A partir daí, sua nova meta é usar o seu conhecimento universitário para administrar o próprio negócio: um café gourmet no centro da cidade.

Por fim, a curiosidade intelectual é e sempre será o diferencial de um profissional precioso. Afinal, trata-se de uma pessoa que está sempre atrás de conhecimento, motivada e em constante evolução.

Qual a melhor forma de um recrutador descobrir suas mad skills?

Existem algumas formas de um recrutador chegar até você. Pode ser por meio do seu currículo enviado por e-mail ou pela barra de busca do LinkedIn, sem que você esteja sequer procurando se realocar.

Estes são dois canais onde você pode inserir de forma sutil suas mad skills. Porém, o momento em que poderá falar mais sobre elas será mesmo durante a entrevista, o que pode acabar sendo o resultado desses dois caminhos.

Isso quer dizer que “tanto faz”? Não. Significa que você deve colocar um insight dos seus hobbies em ambos para aumentar as suas chances de passar às fases seguintes do processo de seleção.

LinkedIn

Logo no início do seu perfil existe um espaço onde você pode escrever o que quiser sobre si mesmo, sua vocação, aspirações e, claro, habilidades fora de série. São 2.600 caracteres disponíveis, isto é, dá para falar bem sobre uma ou mais experiências que marcaram a sua vida.

Além disso, caso a sua fonte de mad skills seja um trabalho voluntário, há uma seção exclusiva para inseri-lo embaixo de “Licenças e certificados”. Caso a experiência seja muito relevante também para hard skills, sugerimos colocá-lo junto ao seu histórico de trabalho, indicando que se trata de uma posição não remunerada no título.

Currículo

Atualmente, o mais importante para um currículo é ser simples a ponto de ser facilmente escaneado por um bot. Essa é dura realidade – é possível que essa “primeira peneira” seja feita sem que uma pessoa chegue a olhar o seu documento.

Assim, como o termo é conhecido pelos recrutadores, você pode criar uma seção curta ao final da única página do seu currículo intitulada “mad skills”. Liste as principais com bullet points e pronto – nada de rodeios.

Entrevista

Hora de brilhar. Caso um ou mais de seus hobbies, habilidades e experiências tenham chamado a atenção do recrutador, ele provavelmente reservará um momento para perguntar sobre eles durante a sua entrevista.

Mas você não precisa esperar que isso aconteça. Você pode linkar o assunto em uma pergunta sobre os seus motivos para querer trabalhar naquela empresa, quais são as suas expectativas para o cargo ou porque você está disposto a sair do seu emprego atual.

Nada melhor do que uma boa história, desde que ela seja sucinta, clara e objetiva. A conexão entre as mad skills e a vaga precisam estar óbvias para que o recrutador dê importância a elas quando for avaliá-lo.

Se expresse com paixão, pois o seu brilho nos olhos é o que desperta o interesse de outras pessoas. Outro exemplo? Fale sobre os podcasts, filmes e livros que consome, mostrando que possui uma bagagem extracurricular diversificada e que é um curioso intelectual.

Em resumo, seja você mesmo, pois descobrir que alguém está falando sobre algo que, na verdade, não entende nada é muito decepcionante. Primeiramente, pelo fato de que você pode ficar sem jeito até para continuar a entrevista após uma saia justa.

Em segundo lugar, pelo fato de que, no fim das contas, estava mentindo, e a desonestidade é uma característica que ninguém quer dentro de sua equipe. Concorda?

Confira mais dicas de como turbinar o seu desempenho no mercado de trabalho por meio de outros artigos do nosso blog. A seção Estágio e carreira é dedicada exclusivamente para isso.