Tenho dislexia, como ficam meus estudos?
Descubra como driblar a dislexia e deixá-la para trás na hora de estudar para o Enem ou fazer trabalhos na faculdade.
Dislexia é um distúrbio de origem neurobiológica que afeta a compreensão da linguagem, sendo sua principal característica a dificuldade de decodificar quaisquer símbolos gráficos. Em crianças, por exemplo, um dos primeiros sinais do problema é o atraso no aprendizado da leitura e da escrita ao entrar na escola.
Apesar de não ter cura ou tratamento, as pessoas disléxicas têm total capacidade de superar esses obstáculos congênitos, estudarem e serem independentes. Vale ressaltar que a dislexia não é equivalente a um QI inferior ou nada parecido. Portanto, com a ajuda necessária, você e seus estudos ficarão muito bem, como explicamos a seguir.
Causas e sintomas da dislexia
Como já adiantamos, a dislexia trata-se de uma condição física, que é genética e também hereditária. Ou seja, pode persistir ao longo da vida e ser passada dos pais para os filhos. Pesquisas recentes revelaram que esse defeito congênito talvez seja resultado de um excesso de testosterona no corpo da gestante durante a gravidez.
Assim como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) possui diferentes níveis, a dislexia também pode se apresentar em variados graus. Algumas pessoas, por exemplo, não conseguem associar as letras aos seus respectivos fonemas, o que consequentemente também acaba por afetar a sua capacidade de fala.
Entre 0,5 e 17% da população mundial sofre dessa condição comumente negligenciada pela falta de um olhar atento às formas como ela se manifesta. Além do que já mencionamos, alguns dos principais sintomas que devem ser observados com atenção são:
- Dificuldade para soletrar;
- Dificuldade para decorar a tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos;
- Inversão, omissão ou acréscimo de letras e sílabas;
- Desorganização temporal e espacial;
- Dificuldade de se expressar de forma clara;
- Falta de coordenação motora.
Viu que não mencionamos déficit de atenção? Pois é, muitas pessoas confundem essa condição com a dislexia equivocadamente. Caso esse seja o seu problema na hora de estudar, recomendamos que leia o nosso artigo sobre como lidar com o TDAH. Mas é para ler a fim de encontrar dicas mais assertivas e não para se autodiagnosticar, ok?
Métodos de estudo para driblar a dislexia
Nenhum item da lista de dicas que reservamos para você abaixo é válido para todo mundo. Portanto, não precisa se apegar a ela como se fosse um guia com soluções escritas em pedra, pois caso alguma não funcione, a frustração será certeira.
O que queremos que você faça então? Teste! Teste um por um dos métodos de aprendizado que selecionamos para ver qual vai ajudá-lo a se preparar melhor para o ENEM e demais vestibulares este ano ou para as provas da faculdade.
Escutar podcasts e audiolivros
Eles serão seus melhores amigos, visto que a dificuldade de ler pode afastar você de livros e apostilas por aversão. Isso, porém, inevitavelmente afetará seu desempenho acadêmico caso você não substitua suas fontes de conhecimento por outras mais palatáveis à sua cognição.
Atualmente, existem diversos podcasts sobre as matérias específicas da escola, como o Geografia Em Meia Hora, e também de disciplinas universitárias, como o Direito Penal do Zero. Ficar ligado nas atualidades é outra coisa muito importante em qualquer fase da vida e os principais veículos de mídia do mundo têm seus próprios canais no Spotify e/ou no Deezer.
Estabelecer uma rotina
Tudo que você puder fazer para melhorar o seu desempenho será bem-vindo. Ao estabelecer uma rotina, você estará utilizando os recursos mentais que você tem da forma mais apropriada: no lugar e no período em que você identificou que é mais produtivo durante o dia.
Também faz parte desse processo identificar a quantidade de conteúdos que consegue absorver em determinados intervalos de tempo. Assim, você vai evitar uma sobrecarga ou a desmotivação causada pela dificuldade na leitura e na compreensão do que foi lido.
Estudar por porções menores
Essa é a base do método pomodoro de estudo. Seu rendimento provavelmente será muito melhor caso dedique seu tempo e seu foco a conteúdos específicos, intercalando tais períodos com pausas para descanso, em vez de tentar abraçar uma matéria inteira durante uma tarde inteira.
Só não vale deitar para ver um filme de 2 horas a cada lista de exercícios feita. Via de regra, a cada 25 minutos de estudo ininterruptos devem ser aproveitados cinco para distração, repetidas vezes.
Incorporar estratégias multissensoriais e lúdicas
Primeiramente, trouxemos duas opções mais comuns: os flashcards e os mapas mentais. Eles estimulam o aprendizado de quem tem dislexia ao resgatar de modo ativo o conhecimento estudado pela memória e criar representações visuais para informações escritas, respectivamente.
Essas conexões que integram assuntos distintos também podem ser construídas por meio de outros sentidos, como a audição e o tato, para além das cores e de figuras geométricas. Experiências químicas e físicas, visitas a museus e biomas, e músicas com instruções para cantar e repetir são alguns exemplos de recursos que você deveria explorar mais no seu dia a dia.
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