Tenho TDAH, como ficam meus estudos?
O TDAH afeta a sua capacidade de prestar atenção nos estudos, dificultando o processo de aprendizagem. Mas difícil não é sinônimo de impossível.
TDAH é a sigla para transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, cujos sintomas estão relacionados à capacidade de foco, autocontrole, memória, organização e planejamento, entre outras atividades cerebrais. Então, é natural que você, caso já tenha sido diagnosticado por um psiquiatra, tenha certa preocupação quanto à sua produtividade nos estudos. Afinal, fica realmente mais difícil aprender quando não se consegue prestar atenção. No entanto, difícil não é sinônimo de impossível. E foi para lheajudar a superar este desafio que nós escrevemos o artigo de hoje. Vamos lá?
Causas e consequências do TDAH
Cerca de dois milhões de brasileiros sofrem com transtorno de hiperatividade, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), e 3 a 5% das crianças do mundo possuem TDAH. Na prática, os sintomas deste distúrbio de fato aparecem logo na infância e, em geral, tendem a acompanhar a pessoa pelo resto da vida. Portanto, o melhor a se fazer é descobrir mecanismos para contorná-lo em vez de procurar uma solução rápida, pois, até então, não existe uma cura.
De origem genética, este transtorno neurobiológico aparece por meio de sintomas mais ou menos intensos, a depender dos contextos e das experiências de vida do portador. Por exemplo, obter maus resultados em simulados pode afetar a autoestima do estudante, o que acarretará em uma piora de sua saúde mental devido ao desenvolvimento de outros problemas, como ansiedade, depressão e fobia social.
A quantidade de estímulos aos quais a pessoa hiperativa é submetida todos os dias também pode afetar a sua capacidade de atenção negativamente, e por aí vai. Mas por que estamos falando sobre isso? Simples! Para mostrar que o TDAH não diz nada sobre a inteligência de uma pessoa, mas sobre a forma distinta que seu cérebro funciona, podendo ser influenciado por fatores ambientais.
Agora que esclarecemos as causas, vamos às consequências. Veja abaixo a lista com as principais características comportamentais de quem possui tal transtorno:
- Desatenção;
- Inquietude;
- Impulsividade;
- Esquecimento;
- Dificuldade de organização;
- Estresse ao assumir muitos compromissos;
- Tendência a deixar trabalhos incompletos.
Métodos de estudo para driblar o TDAH
Procure dormir o suficiente
De acordo com especialistas, a privação de sono prejudica a concentração, a memória e o humor. Não à toa, quando sentimos que não estamos descansados o suficiente, muitas vezes, agimos com mais irritabilidade, inclusive, em situações que talvez não nos incomodariam caso tivéssemos dormido bem.
Dormir pode ser um desafio para quem tem hiperatividade, pois seus pensamentos continuam incessantes mesmo depois de deitar a cabeça no travesseiro. Há, porém, alguns métodos de limpeza do sono que auxiliam neste processo.
Um deles é desconectar-se de dispositivos digitais pelo menos uma hora antes de se deitar. Quaisquer outras atividades com carga de estímulos sensoriais também devem ser evitadas. Escolher um horário regular para dormir também facilitará a autorregulação do seu corpo para este momento, assim como ingerir alimentos com potencial calmante, como suco de maracujá e chá de camomila.
Entre os 15 e 19 anos, existe ainda a particularidade de que pessoas dessa idade precisam dormir mais para reter memórias. Nesse sentido, cochilos de trinta minutos à tarde podem ajudar. Mas tenha cuidado! Não deixe que essas sonecas durem tempo demais, tanto para não perder muitas horas de estudo quanto para que isso não prejudique o seu sono à noite.
Escolha um lugar quieto
Se o seu problema é distrair-se com facilidade, encontrar um ambiente em que haja menos incentivos à distração faz sentido, certo? Então, abandone para ontem o costume de sentar em sua cama para estudar; deixar o celular fora do modo “não perturbe" enquanto está estudando; e deixar abas aleatórias abertas na tela do computador. Tudo isso tem um enorme potencial para roubar sua atenção num estalar de dedos.
Além disso, ouvir música enquanto lê um artigo ou faz uma lista de exercícios também atrapalha seu foco. Um estudo feito pelo Instituto da Universidade do País de Gales testou o desempenho de estudantes sob o efeito de cinco diferentes ambientes:
- Totalmente silencioso;
- Com sons repetitivos (simulando sons ambientes, como chuva, ar-condicionado ou o barulho da construção ao lado);
- Com sons variados (como uma conversa paralela);
- Com uma música que eles gostem;
- Com uma música que não gostem.
Por fim, os cientistas descobriram que o desempenho mais baixo foi daqueles que estiveram nos ambientes com música, independentemente se eles gostavam ou não do que estava tocando. Performance semelhante foi a do local em que havia o som de pessoas conversando. Em contrapartida, os que estudaram nos ambientes com sons repetitivos ou totalmente silenciosos obtiveram resultados melhores.
Faça atividades físicas
Trinta minutos de exercício aeróbico por dia, quatro a cinco dias por semana, melhora o foco e as habilidades cerebrais de funcionamento executivo, especialmente em alunos com TDAH. Se você pratica esportes ou vai à academia regularmente, veja se não é possível adaptar sua rotina para que os seus estudos aconteçam logo após a atividade física. Senão, leia um capítulo ou dois no caminho de volta para aproveitar o “gás” novo.
Também existem alternativas para quem não gosta de carregar peso ou de suar na esteira. Para os estudantes com o déficit, os melhores são o balé, a ioga e o tai chi chuan, pois eles trabalham tanto o corpo quanto a mente, exigindo mais concentração.
Procure ajuda profissional
Visto que os neurotransmissores são as substâncias químicas responsáveis por passar informação entre as células nervosas, é importante mantê-las em um nível ideal. Por este motivo, o tratamento do distúrbio depende de um médico psiquiatra, que lhe prescreverá os medicamentos certos.
Além disso, um estudo de 2020 encontrou relação entre: TDAH, memória de trabalho ruim, habilidades sociais fracas e sofrer bullying. Ou seja, o acompanhamento com um psicólogo também é importante para que seja analisado como o seu comportamento em relação ao distúrbio e às pessoas foi moldado desde a infância. Além disso, um profissional desta área estará preparado para dar sugestões de estudo individualizadas, o que favorecerá sua readaptação.
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