Tudo o que você precisa saber sobre o Programa Mais Médicos
Se um dia você também se encantou pelo Programa Mais Médicos, mas ainda tem dúvidas sobre como ele funciona, você está no lugar certo. Confira o artigo completo!
Um levantamento feito pelo Summit Saúde revelou que 150 milhões de brasileiros, quantidade que representa 70% da população do Brasil, dependem diretamente do Sistema Único de Saúde (SUS). A maior parte dessas pessoas vive nas regiões Norte e Nordeste do nosso país.
Na contramão, está a desigualdade na distribuição da força médica entre os estados. Recentemente, o Conselho Federal de Medicina divulgou que, apesar da média nacional ser de 2,38 médicos por mil habitantes, há capitais, como Vitória (ES), onde a proporção é 13,71, enquanto municípios menores contam com apenas 0,37.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Sul e no Sudeste, a proporção geral é de 3,5, muito maior que o mínimo necessário (2,7). Sabe o que isso significa?
Significa que quem mora em locais mais isolados está em situação de vulnerabilidade social no que diz respeito ao acesso à saúde. Isso, porém, não é novidade há mais de uma década.
Foi a consciência sobre essa situação difícil que motivou a criação do Programa Mais Médicos (PMM), revelando o lado mais bonito da Medicina: o seu poder humanitário. Se um dia você também se encantou pelo projeto, mas ainda tem dúvidas sobre como ele funciona, está no lugar certo.
Em entrevista à Graduação Afya, a diretora geral do ITPAC Itacoatiara, Helen de Souza Oliveira, falou sobre a relevância desse movimento, trazendo detalhes sobre como o PMM está transformando a nossa história. Confira abaixo!
1) O que é o Mais Médicos?
É um programa criado no âmbito do Governo Federal, por meio da Lei 12.871/13, para fomentar e melhorar, de um modo geral, a infraestrutura e o atendimento da atenção primária à saúde nas regiões com maior nível de escassez de médicos. Trata-se de uma formação em serviço e não de um vínculo de trabalho.
Logo, todos os médicos que trabalham por meio do PMM têm direito às férias de 30 dias por ano, tendo a sua contribuição para o INSS, moradia e alimentação custeadas pelo Ministério da Saúde.
Além disso, todos os profissionais recebem bolsa-formação mensal líquida de R$ 10 mil, são supervisionados e cumprem 40 horas semanais no programa. Deste total, 32 horas são de atuação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e oito horas são dedicadas às ações de educação na UBS ou em outros locais.
2) Em que contexto o PMM foi criado?
Sua criação partiu do ponto em que foram identificadas fragilidades que precisavam ser tratadas de forma prioritária, por serem desafios contemporâneos da Medicina para a promoção de um cuidado integral à saúde das pessoas.
3) Quais são as populações mais beneficiadas?
Sem dúvidas, as populações mais beneficiadas com o Mais Médicos são as dos municípios que aderiram ao programa, pois isso possibilitou e ainda se mantém como principal canal de acesso aos cuidados que tanto necessitam. Em 2015, 63 milhões de brasileiros já haviam sido beneficiados pelo programa, sendo que muitos deles antes não contavam com nenhuma forma de atendimento médico próximo às suas casas.
Você pode conferir a lista completa de cidades com a presença desses profissionais aqui. Neste link você também consegue descobrir o número de vagas de graduação em Medicina e Residência disponíveis por instituição de ensino.
4) Qual a importância de um programa desse para o Brasil?
A importância do PMM para o Brasil é central. Finalmente, estamos tomando consciência da importância do SUS e o quanto ainda é necessário avançar. Então, se nós olharmos para os objetivos estratégicos do programa Mais Médicos, é possível enxergar que estamos tomando um passo grandioso para conquistar a melhoria da saúde do nosso país.
O programa existe para levar profissionais onde muitas vezes não há nenhum, com a previsão de investimentos na construção, reforma e ampliação de unidades de atendimento. Sem falar do aumento da oferta de vagas de graduação, buscando a interiorização da Medicina, e o investimento na formação médica no momento da residência também.
5) Qual o papel das faculdades nesse projeto?
As faculdades fazem parte do segundo eixo estratégico do PMM, que é a educação. Nós somos responsáveis por fazer a profunda reestruturação médica do nosso país.
Então, quando chegamos aos municípios mais longínquos do Brasil, com uma infraestrutura belíssima, tecnologia de ponta e professores qualificados, estamos dizendo que nos colocamos à disposição e que vamos ajudar nesse grande movimento, uma frente ampla, que objetiva a melhoria da saúde básica brasileira.
Enquanto agentes do ensino, temos em nossas mãos a responsabilidade e o compromisso de trazer não apenas mais movimentação para a economia local, com a geração de emprego e renda, mas também formar os médicos que atuarão na ponta, com qualidade e humanização.
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6) Como os profissionais interessados podem fazer parte?
A Afya possui faculdades de Medicina que aderiram ao Programa Mais Médicos espalhadas pelos quatro cantos do nosso país. Entre as mais recentes estão as unidades inauguradas no estado do Amazonas, nas cidades de Itacoatiara e Manacapuru, e no Pará, em Abaetetuba e Bragança.
Assim, ofertamos anualmente 50 vagas, que são preenchidas por meio do processo seletivo de vestibular on-line ou via nota do Enem. As datas e os editais são divulgados no site de cada IES e em nossas redes sociais.
Também oferecemos cinco bolsas de estudo de 100% pelo PMM. Outra opção para quem quer fazer parte é ingressar pelo Programa Universidade para Todos (Prouni), que também contempla o mesmo número de estudantes, com cobertura integral.
Por fim, o candidato que passar no vestibular ainda tem a opção de financiar o curso de Medicina por meio do Fies ou com o auxílio das instituições que são nossas parceiras.
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