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Transtorno do Espectro Autista: o que é?

Você sabe o que é o Transtorno do Espectro Autista? Veja quais são os sinais que podem sugerir autismo e como confirmar o diagnóstico.

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minutos de leitura

O autismo é uma dos transtornos do neurodesenvolvimento mais discutidos na atualidade. Dados do IBGE indicam que a estimativa é que o número de autistas no Brasil já ultrapassa 2 milhões de pessoas. No país, há novas leis focadas nessa temática: sancionada em 2019, a Lei 13.861 obriga o IBGE a perguntar sobre o autismo no censo populacional.

Em vista disso, hoje vamos explicar o que é o transtorno do espectro autista, suas principais características e como ele se manifesta. Veja, também, os diferentes níveis de autismo, como ele pode ser diagnosticado e as melhores alternativas de tratamento. Continue lendo e confira valiosas informações sobre o tema!

Afinal, o que é Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

Antes conhecido como Mal de Asperger, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento. O autismo não é uma doença, mas a pessoa com esse diagnóstico apresenta características comportamentais muito peculiares.

Os sinais do autismo variam conforme o nível de comprometimento. No entanto, o transtorno pode se manifestar de formas diferentes em indivíduos que tenham diagnósticos semelhantes.

Nas crianças, os sinais de alerta no neurodesenvolvimento podem ser percebidos nos primeiros meses de vida. Contudo, devido à amplitude do espectro, é necessário uma avaliação criteriosa para se estabelecer a confirmação do transtorno.

O transtorno do espectro autista acomete pessoas de diferentes faixas etárias. Há casos de autistas adultos que foram diagnosticados tardiamente, o que pode comprometer o resultado do processo psicoterapêutico. Mais adiante vamos abordar as metodologias de tratamento mais utilizadas para o TEA.

Quais os tipos de autismo?

Para quem vai prestar vestibular de Medicina ou o ENEM convém ficar a par de temas de atualidades cobrados. O transtorno do espectro autista é um deles, já que essa condição tem sido amplamente abordado em séries sobre temas ligados à área médica.

Você sabia que há três tipos de autismo e que eles são diferenciados conforme o nível de severidade das manifestações? O termo "espectro" diz respeito justamente a isso. Confira cada nível a seguir!

Leve

Nesse nível, as manifestações são discretas, sem causar prejuízos significativos à vida ou ao aprendizado. O autista consegue interagir na escola e na sociedade, por exemplo. A linguagem e a fala são bem próximas do padrão.

Moderado

A criança ou o adulto com o transtorno terá mais dificuldade de se integrar e de se comunicar. Contudo, costumam ter boas respostas aos tratamentos.

Grave

Esse é o nível de maior complexidade e que pode gerar mais dificuldades em diferentes aspectos da vida pessoal, social e profissional do TEA. O autista pode ter muita dificuldade para interagir até em família e disfunções sensoriais mais acentuadas. Em alguns casos, a deficiência cognitiva está presente.

Quais as características do autismo?

O espectro autista é amplo e, por isso, as manifestações podem variar em cada indivíduo. Listamos os sinais mais presentes nesse transtorno. Observe:

  • dificuldade em manter contato visual, evita olhar diretamente nos olhos;
  • não olhar e não ouvir as pessoas quando chamado;
  • evita compartilhar interesses com os outros;
  • muita dificuldade para interagir, iniciar ou manter conversas;
  • não entende charadas ou não consegue identificar a perspectiva do outro;
  • tendência a apresentar expressões faciais e expressões que não combinam com o contexto;
  • tom de voz incomum, com fala simplificada ou respostas em monossílabos;
  • tendência à repetição de comportamentos, palavras e frases;
  • interesse forte por assuntos ou objetos específicos;
  • hiperfoco em objetos em movimento, principalmente se giratórios;
  • muita atenção às partes ou aos detalhes dos objetos;
  • irritabilidade, insegurança e desconforto com mudanças na rotina.

Qual é a origem do autismo?

Como já descrito, o TEA está relacionado à alterações do neurodesenvolvimento. Há hipóteses que sugerem a origem do autismo como o resultado de modificações estruturais na arquitetura cerebral. Em outras palavras, é como se ocorressem falhas na “correção” de mecanismos específicos durante a formação do cérebro.

Às vezes, essas alterações se mantêm na infância e na adolescência, o que pode agravar os sintomas do autismo. Porém, a causa do autismo não está totalmente elucidada, apesar dos avanços da ciência e da Medicina nessa área. Mas as projeções são positivas, pois nos últimos anos houve descobertas importantes sobre o TEA.

Existem fatores de risco para o TEA?

Mesmo que não existam fatores de risco, há evidências de que o transtorno do espectro autista tende a ser mais presente em famílias com casos diagnosticados. Assim sendo, questões ligadas à herança familiar e influência genética precisam ser consideradas. Alterações em determinados genes elevam as possibilidades do risco de autismo.

Portanto, se um dos pais carrega em seus genes uma ou mais dessas alterações, há chance de que elas sejam passadas para os filhos, independentemente de os pais serem autistas. Mas isso não significa que os filhos serão necessariamente autistas, mas que a herança genética aumenta o risco para o transtorno.

Entre os fatores de risco mais discutidos quando se fala em TEA destacam-se:

  • bebês prematuros ou com baixo peso ao nascer;
  • gravidezes múltiplas;
  • parentes de primeiro grau com o diagnóstico.

Diagnóstico

O diagnóstico é essencialmente clínico, pois é a partir das observações da criança, de informações colhidas em entrevistas com os pais que o avaliador poderá chegar a alguma conclusão. Além do histórico da criança, a aplicação de instrumentos específicos também são utilizados para detectar alterações comportamentais sugestivas de TEA.

Tratamento

Geralmente, os procedimentos mais utilizados na assistência terapêutica de pessoas com transtorno do espectro autista são:

  • acompanhamento psiquiátrico regular;
  • suporte psicoterápico para o autista e os familiares;
  • estratégias psicoterapêuticas de modificação do comportamento;
  • uso de comunicação alternativa para melhorar a compreensão/linguagem;
  • mecanismos de estimulação sensorial;
  • medicações para controle de ansiedade ou de agitação noturna.

Como lidar com os sintomas do autismo?

Ainda não há cura para o TEA. Contudo, é possível amenizar os sintomas do transtorno por meio de alternativas de tratamento. Quanto antes o diagnóstico e o início das intervenções, melhores serão os resultados na melhoria do bem-estar do autista e das pessoas de seu convívio.

Como o TEA acomete pessoas de diferentes faixas etárias, há diversas oportunidades para prestar suporte a esse grupo. Muitas empresas adotam estratégias que ampliam o mercado de trabalho para autistas. Com o tratamento adequado, pessoas com o transtorno do espectro autista leve e moderado podem estudar, trabalhar, formar família e ter uma vida tranquila.


O transtorno do espectro autista é umas das temáticas mais discutidas na atualidade

E as projeções são promissoras, já que o grande número de pesquisas nessa área eleva as tendências para descobertas de novos tratamentos. Esse contexto é bem positivo quanto à possibilidade de melhoria da qualidade de vida das pessoas com TEA.

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