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Reprodução Assistida: conheça as opções disponíveis para quem adiou a maternidade

A Reprodução Assistida é uma área para quem gosta de ajudar as pessoas a realizarem sonhos. Saiba tudo sobre essa especialidade!

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A chamada “emancipação feminina” aconteceu à medida que seus direitos básicos foram sendo conquistados. A partir daí, as mulheres começaram a ter mais voz na sociedade e espaço no mercado de trabalho, o que colocou em xeque os papéis de gênero sustentados até então.

O “lugar delas” já não era limitado à casa e ao “ser mãe”, fazendo com que muitas escolhessem adiar a maternidade. Mas a Medicina também estava evoluindo enquanto tudo isso acontecia, trazendo mais opções para que as mulheres cisgênero pudessem engravidar com mais idade.

Recentemente, a gravidez inesperada de Cláudia Raia aos 55 anos reaqueceu esse debate sobre os limites da fertilidade humana.  Só que, apesar das esperanças que tal acontecimento proporcionam, é preciso se ater à biologia.

Por que o envelhecimento afeta a fertilidade feminina cisgênero? A menopausa causa a falência dos ovários e a queda irreversível dos hormônios estrogênio e progesterona. Além disso, as mulheres produzem um número limitado de óvulos e sua quantidade diminui ao longo da vida.

Neste cenário, as maiores chances de sucesso recaem sobre a reprodução assistida e aos tratamentos de fertilização. E é sobre essa especialidade médica que nós falaremos neste artigo. Boa leitura!

O que é a Reprodução Assistida?

Trata-se da especialidade médica que investiga, estuda, descobre e administra tratamentos para remediar a infertilidade. Assim, o médico especializado nesta área é capaz de auxiliar casais de todos os tipos ou até pessoas solteiras a planejarem o crescimento de suas famílias.

A avaliação de fertilidade faz parte da chamada “saúde reprodutiva” que, quando em desequilíbrio, pode causar abortos espontâneos, por exemplo. Entre os exames mais solicitados para análise e diagnóstico destacam:

  • Sequenciamento completo dos genes dnai1 e dnah5;
  • Sequenciamento mdo gene dnai1 – pcd;
  • SRY estudo por PCR.

Junto ao auxílio focado em alcançar uma gestação saudável, os testes também podem servir para rastrear o risco de a criança nascer com uma síndrome genética hereditária recessiva. A seguir, falaremos sobre algumas causas da infertilidade em futuras mães.

Possíveis causas de infertilidade em mulheres

A infertilidade existe quando há ausência de concepção após um período de 12 meses, com atividade sexual regular e sem o uso de qualquer método contraceptivo. Isso significa, porém, que há uma dificuldade e não necessariamente que é impossível.

Cada caso é um caso. Inclusive, existe a infertilidade primária, quando a pessoa nunca engravidou, e o tipo secundário.

Para as mulheres cisgênero que desejam ser mães, os obstáculos podem ser:

  • Síndrome do ovário policístico;
  • Síndrome da anovulação;
  • Insuficiência ovariana prematura;
  • Menopausa precoce;
  • Secreção excessiva de prolactina;
  • Hipotireoidismo;  
  • Obstrução tubária, geralmente provocada pela endometriose ou infecções pélvicas;
  • Alterações na secreção do muco cervical;
  • Vigor do óvulo;
  • Defeitos nos cromossomos ou nas outras estruturas que regulam a fusão dos dois gametas;
  • Falhas hormonais que podem produzir um endométrio inadequado para a implantação.

Já para as futuras mães transexuais, alguns dos problemas enfrentados são:

  • Vigor do espermatozoide;
  • Criptorquidia – que é a má formação dos testículos identificada no nascimento;
  • Infecções, como prostatites e uretrites;
  • Obstrução do canal por onde passam os espermatozoides;
  • Hormônios desregulados;
  • Varicocele (veias do testículo com dilatação anormal).

Técnicas de Reprodução Assistida (TRA) e suas indicações

Fertilização in vitro (FIV)

Esta técnica permite que o encontro entre óvulos e espermatozoides seja feito de forma controlada no ambiente ambulatorial.  Primeiro, há a coleta dos gametas do corpo de cada paciente e, depois, eles são transferidos para o útero.

A FIV é indicada para quem não tem um parceiro, sendo utilizados óvulos ou espermatozoides de doadores. Também se recomenda este método para casais que não obtiveram sucesso por outros caminhos, como o coito programado e a inseminação intrauterina, sobre a qual falaremos adiante.

Inseminação intrauterina (IIU)

Este procedimento é de menor complexidade do que a FIV, pois o sêmen recolhido em laboratório é injetado diretamente no útero da pessoa. Para que seja bem-sucedida, a inseminação deve ocorrer durante o período fértil e em momento próximo à ovulação.

A IIU encurta o caminho que o espermatozoide deve percorrer para alcançar os óvulos nas trompas, facilitando a fecundação. Sua indicação é válida tanto para casos de baixo volume e motilidade de espermatozoides quanto de alguma anormalidade uterina que impede a passagem deles.

Como funciona a doação de gametas e a barriga solidária

Tanto a ovodoação quanto a doação de espermatozoides são regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), devendo ser feitas apenas de forma voluntária. Ou seja, o processo não pode envolver nenhuma espécie de pagamento ao doador para ser realizado.

Existe a possibilidade de doar os gametas de forma direta para parentes de até quarto grau ou anonimamente. Devido aos efeitos do envelhecimento que citamos lá no início do texto, os doadores de óvulos em específico podem ter no máximo 37 anos.

Um fato curioso sobre o método “barriga de aluguel” é que este também é considerado uma espécie de “doação temporária”. Isso porque uma pessoa oferece seu útero para alguém que não pode engravidar naturalmente.

Mas, diferentemente de outros países, a legislação brasileira não autoriza nenhuma forma de pagamento para que uma gestação aconteça. Assim, no Brasil, fala-se apenas sobre “barriga solidária”, que deve ser um ato voluntário.

Quais os riscos de uma gravidez tardia?

A maternidade tardia por meio de gravidez possui algumas complicações tanto para o bebê quanto para a mulher cisgênero. Por exemplo, os óvulos de mulheres acima de 40 anos são considerados de “menor qualidade”, tendo maiores chances de sofrer um aborto espontâneo.

Há também um risco mais alto de ocorrer má formação fetal, com alterações cromossômicas que resultam em síndromes genéticas. Também é possível que o feto não se desenvolva com crescimento ideal ou até que aconteça um parto prematuro.

Logo, planejar ser mãe pode envolver a coleta dos óvulos em idade mais jovem para que, posteriormente, seja possível engravidar mais saudável via FIV. O congelamento garante que eles permaneçam protegidos enquanto a mulher espera o momento ideal para embarcar na maternidade.

A idade também é diretamente proporcional a complicações mais graves, como hemorragia. Doenças prévias como hipertensão e diabetes devem ser discutidas com o médico para garantir a segurança de uma gravidez tardia.

As mulheres transexuais devem se atentar igualmente à idade para serem mães. Isso porque após os 35, há maiores chances de seus espermatozoides gerarem filhos prematuros.

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