Oncologia: tudo que você precisa saber sobre a especialização médica
Quando o tema é oncologia, logo pensamos em tratamentos para o câncer. Mas, como você verá neste artigo, o papel dessa especialização vai muito além!
Anualmente, o mês de julho recebe a cor verde em prol da conscientização global sobre os cânceres que podem acometer a cabeça e o pescoço. Os tumores que estão inclusos nesta categoria atingem as seguintes partes do corpo: tireoide, boca, garganta, laringe, faringe, paratireoide, traqueia e região sinonasal. De acordo com a agência de pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), estes tipos de câncer ocupam o nono lugar entre os mais comuns do mundo.
Com o aumento do número de casos nos últimos tempos, houve também muitos avanços em pesquisas de novos tratamentos por cientistas que visam encontrar uma cura definitiva para a doença, como a genoma e a imunoterapia. Mas, como você descobrirá nas próximas linhas, o papel da Oncologia vai muito além!
Importância da Oncologia
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Brasil terá mais de um milhão e 200 mil novos casos de câncer entre 2021 e 2022. Depois do câncer de pele não melanoma, os mais incidentes serão os de mama, próstata, cólon, reto, pulmão e estômago. E são os oncologistas que vão liderar as equipes multidisciplinares que cuidarão de todas essas pessoas quando elas mais precisarem.
Médicos especializados em oncologia clínica tratam pacientes de todas as idades e de todos os gêneros após o diagnóstico de tumores malignos sólidos, ou seja, de origem não hematológica. Contudo, há uma exceção: os cânceres em crianças requerem a atenção de oncologistas pediátricos.
Sua importância, porém, transcende a questão da cura. Infelizmente, o câncer é a segunda maior causa de mortes no mundo, das quais 70% acontecem em países de baixa e média renda, como o nosso país. O maior enfoque da oncologia hoje é o prolongamento do bem-estar dentro do tempo que a pessoa ainda tem, independentemente do resultado final.
Um dos motivos por trás desta nova abordagem é a brutalidade com que certos tratamentos afetam os pacientes, deixando-os muito debilitados. Desde que a humanização da medicina ganhou relevância, tal perspectiva de alongamento da existência a qualquer custo tem sido deixada de lado. Isto ressalta o tamanho da importância da oncologia em todo o processo.
Quando procurar ajuda
É comum ouvirmos que qualquer pesquisa sobre saúde no Google traz como diagnóstico algum tipo de câncer. Bom, isso já é um sinal de que o melhor a se fazer é buscar a ajuda de um especialista para avaliar os seus sintomas. Às vezes, o encaminhamento ao oncologista acontecerá de forma indireta, por exemplo, após uma consulta com um médico de outra especialidade.
Mas, caso você queira procurar um oncologista diretamente, também é possível. Certos sinais podem e devem soar como alertas vermelhos em nossas cabeças, como perda de peso drástica sem motivo aparente, feridas que não cicatrizam após longos períodos abertas, mudanças no órgão sexual masculino e sangramentos nas fezes ou em vômitos.
Procurar uma opinião médica é sempre o mais indicado em qualquer situação suspeita, pois as chances de cura são muito maiores quando os tumores malignos são descobertos em estágios iniciais de formação. Por fim, também é indicado marcar uma consulta com oncologistas quando não se está satisfeito com as sugestões terapêuticas recebidas de outros especialistas da área.
Dia a dia do médico especializado em Oncologia
A Oncologia tem particularidades em relação à maioria das especialidades médicas. Uma delas é que sua atuação acontece essencialmente nos ambulatórios hospitalares, com a realização de consultas. Outra particularidade é o trabalho intensamente codependente, que requer a colaboração com colegas especializados em psiquiatria, cuidados paliativos e patologia, e também em profissões diferentes, como enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos, para citar alguns.
Há ainda uma distinção quanto aos regimes de plantões, pois são mais raros para os oncologistas. Na prática, esta necessidade de carga horária específica limita-se aos setores de quimioterapia ou aos casos de eventos inesperados durante procedimentos, conhecidos por ‘intercorrências’.
Parte da rotina dos médicos especializados em oncologia perpassa por visitas a pacientes internados em quartos, enfermarias e em centros ou unidades de tratamento intensivo (CTI e UTI). Além disso, as avaliações de exames de imagem também são uma atividade frequente, sendo o contato deste especialista com radiologistas e radioterapeutas muito próximo.
Perfil de um bom oncologista
Depois de saber um pouco mais sobre como é o dia a dia dos oncologistas, você já pode imaginar quais são as soft skills básicas para uma boa atuação médica nesta área. Saber trabalhar em equipe e escutar ativamente são duas delas, senão as principais, tanto para um bom relacionamento dentro da equipe multidisciplinar quanto com os pacientes.
Inclusive, paciência, resiliência e empatia são outras três habilidades essenciais para o estabelecimento de relações saudáveis com os familiares e demais integrantes da rede de apoio que, muitas vezes, estão emocionalmente abalados. Mas tudo com o devido autocuidado para que lidar com os quadros terminais da doença não se torne um problema.
Além disso, gerenciar o próprio tempo de forma eficaz também faz parte do perfil de um bom médico oncologista. Isso porque pacientes com câncer costumam exigir mais presença para conversas longas, o que pode resultar em atrasos no atendimento de quem está com horário marcado mais para o final do dia. Assim, sabendo planejar sua rotina e dizer “não” com gentileza, tanto o trabalho quanto sua vida pessoal ficarão melhor administrados e protegidos.
Prevenção em primeiro lugar!
Fundada em 1981, com o intuito de representar os médicos oncologistas em todo o território brasileiro, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) cumpre também um papel importante na conscientização sobre medidas de prevenção ao câncer. Nos casos de tumores de cabeça e pescoço, existem atitudes específicas que podem reduzir bastante as chances de desenvolver a doença - e nem todas são tão óbvias assim.
Por exemplo, praticar sexo seguro é uma excelente forma de prevenir-se, pois a infecção pelo vírus HPV é um fator de risco para o aparecimento de tumores nestas partes do corpo. Além disso, manter uma boa higiene bucal também pode fazer toda a diferença. Então, não marque bobeira e esteja atento ao que é possível fazer para manter a sua saúde em dia.
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