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Metodologia ativa na medicina: o que é e como funciona?

A metodologia ativa na medicina é um conceito que favorece o protagonismo do aluno no próprio aprendizado desde o início do curso. Entenda!

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A metodologia ativa é o conceito de aprendizagem em que o aluno é considerado o principal agente pelo seu processo de absorção e aplicação de conteúdo e o professor é o intermediador desse conhecimento.

Logo, a metodologia ativa na medicina tornou-se muito bem-vista, já que o futuro médico deve ter papel central na sua própria jornada de aquisição de conhecimento e saber tomar decisões de forma segura e objetiva.

Com a disseminação das metodologias ativas, muitas instituições de ensino superior estão investindo em estratégias para implantação, como a capacitação de docentes, orientação para os discentes e esquemas diferenciados para avaliação dos alunos.

Quer conhecer mais sobre a metodologia ativa na medicina? Então, fique de olho nesse conteúdo!

Entenda como a metodologia ativa funciona na medicina

A especialização contínua das áreas da saúde como necessidade de compreender e aprofundar os conhecimentos sobre as diferentes frentes do corpo humano tem feito com que o conhecimento seja cada vez mais fragmentado e de caráter informativo.

Para evitar que isso se torne um limitador no dia a dia do profissional em formação, os cursos de medicina têm incentivado a metodologia ativa, que prega não só a ação do aluno diante do seu processo de ensino e aprendizagem como também a valorização de uma visão mais unificada do corpo humano, no caso da medicina.

Ou seja, que atenda uma visão mais ampla das diferentes áreas do conhecimento, integrando as funções do organismo e concluindo como as doenças interferem de forma sequencial nesse processo.

Esse processo é o que mais se aproxima do que ocorre na "vida real", que mesmo que o médico se especialize em uma determinada área, ele precisa entender em quais sistemas fisiológicos, a situação clínica do paciente impactará.

Em outras palavras, no dia a dia, o estudante de medicina passará, a partir daquilo que lhe foi transmitido, a levantar hipóteses diagnósticas e tomar decisões próprias diante dos problemas reais que lhes forem apresentados.

Sendo assim, o professor terá um caráter não apenas de transmissor do conhecimento, mas de facilitador para que as decisões dos alunos sejam mais assertivas e se repliquem na vida profissional. Desse modo, o pensamento crítico e analítico é desenvolvido e a aprendizagem passiva é jogada para escanteio.

Além das Diretrizes Curriculares Nacionais de Medicina incentivarem a metodologia ativa como processo ideal para a formação de médicos, outras razões podem ser apontadas como benéficas para quem adota o método.

A metodologia ativa oferece maior autonomia na gestão do conhecimento. E esse é um ponto bastante importante se considerarmos que a geração Z é adepta do consumo daquilo que a interessa e altamente capaz de buscar as informações de maneira independente.

Soma-se também ao fato da característica da geração Y que consegue "prestar atenção" em diversas atividades ao mesmo tempo, mas tem dificuldade em manter o foco. Nesse sentido, processos que a desafiem a pensar são bem-vindos.

Essa modalidade de ensino aprendizagem mescla curadoria de conteúdo com pensamento crítico. A abordagem da metodologia ativa em medicina exige que os conhecimentos teórico e prático sejam unidos a fim de levar a melhor formação ao futuro profissional, mas de modo que ele, sujeito que aprende, seja o agente transformador nesse processo.

As metodologias ativas promovem a mudança de mentalidade dos docentes. O professor passa a se reinventar no modo de ensinar visto que cada aluno pode ter um processo de “protagonismo” no próprio aprendizado.

Assim, caberá ao docente estimular e facilitar a jornada de cada um deles de modo mais personalizado, o que amplia o desafio do ensino além de criar situações clínicas mais reais e desafiadoras para os discentes.

A metodologia ativa favorece a formação mais completa do aluno. O futuro médico passa a ter contato com um universo muito mais amplo de conhecimento do que apenas aquele transmitido pelo professor em aula.

A partir de suas vivências e dos desafios, ele poderá aprofundar seus conhecimentos em busca de respostas que talvez não tivesse interesse em buscar sem colocar em prática os ensinamentos que muitas vezes são repassados de forma fragmentada.

Na metodologia ativa, se observa a ampliação do interesse do aluno. Colocar o aprendizado em prática desde o início pode ser muito mais estimulante para que o estudante de medicina se mantenha focado, apesar das exigências do curso, que requer motivação constante.

Método PBL: conheça essa estratégia da metodologia ativa

A sigla PBL vem do termo em inglês "Problem Based Learning" (Aprendizado Baseado em Problemas, em português). Isso quer dizer que os alunos se aprofundarão em casos clínicos abordados durante as aulas. Em geral, o método PBL segue alguns passos importantes. Veja quais são!

Apresentação do problema

As instituições de ensino que adotam a metodologia ativa fazem uma breve contextualização sobre a estratégia de aprendizagem e em seguida apresentam um caso clínico para discussão dos conteúdos.

É importante mencionar que o professor orienta sobre os conhecimentos necessários à resolução do caso clínico, recomendando os livros e artigos científicos que facilitarão a interpretação.

Divisão dos alunos em pequenos grupos para discussão sobre o caso

Em um segundo momento, os grupos farão uma “chuva de ideais” considerando as variáveis clínicas, medicamentosas e comportamentais relatadas.

Idealmente recomenda-se que todo o processo seja documentado e conduzido por um líder que fosse substituído a cada novo episódio para garantir o desenvolvimento das habilidades pessoais de todos os alunos.

Análise das hipóteses diagnósticas e pesquisas

O levantamento das hipóteses diagnósticas deve ser precedido de ampla discussão com o grupo, construindo um embasamento para definição da situação clínica.

Nesse processo de ensino e aprendizagem é interessante trabalhar com mais de uma hipótese diagnóstica a fim de discutir a probabilidade de ocorrência com os membros do grupo e demais integrantes na sala de aula.

Pesquisas individuais para aprofundamento no caso

A discussão do caso clínico dependerá exclusivamente do nível de informação dos grupos e do interesse da turma. Nesse ponto, cabe também a participação ativa do professor.

Isso porque o professor pode mediar as indagações, sugerir o aprofundamento de novos conteúdos, sugerir leitura de artigos e casos parecidos, entre outras possibilidades.

Apresentação das conclusões ao professor e ao restante do grupo

As conclusões visam solucionar os casos clínicos como também listar os pontos críticos e as limitações de tempo e conhecimentos que influenciaram na conduta final.

A metodologia ativa na medicina veio como uma estratégia de ensino para otimizar a assimilação de conteúdo na área da saúde, integrar os principais conceitos sobre as funções fisiopatológicas e facilitar a tomada de decisão em equipe, identificando os pontos nevrálgicos e assertivos.

Ao longo das aulas é claro o amadurecimento dos conhecimentos por parte dos alunos e é importante compartilhar o que acharam da experiência em estudar com base na metodologia ativa. Considerando os benefícios das práticas, muitas instituições de ensino superior estão adotando essa metodologia e os resultados da atuação dos médicos no mercado de trabalho tem sido surpreendente.

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