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Metaverso: a nova revolução da Medicina

Nem todo mundo que tem falado sobre esse assunto sabe o que ele é. Você também não? Então, vem com a gente descobrir mais sobre o metaverso, que promete ser a nova revolução da Medicina.

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Embora seu conceito tenha sido definido há duas décadas por Vernor Vinge, o metaverso estourou a bolha acadêmica e se disseminou entre as massas em 2012. Mas nem todo mundo que tem falado sobre este assunto sabe que ele é uma forma de sociedade ternária baseada na tecnologia digital. Você também não sabia, certo? Então, vem com a gente descobrir mais sobre o metaverso, que promete ser a nova revolução da Medicina.

A palavra ternária significa “que está distribuído em três'' e, assim, é utilizada para definir várias coisas. Neste caso, seu uso se dá pela necessidade de expor que tal comunidade integra humanos, máquinas e materiais.

Além disso, existe ainda outra tríade: as três dimensões da realidade, sendo a terceira um universo virtual no qual podemos participar por meio de uma interface cérebro-computador. Agora, como é que isso pode ser aplicado na saúde? Vamos falar a seguir!

 

Veja também: Como a tecnologia pode ajudar a Medicina

Quatro estágios do metaverso da Medicina

Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou três características fundamentais que diferenciam a “metamedicina” do modelo tradicional que conhecemos hoje. São elas:

  • Interação permitida para pacientes e médicos editarem;
  • Integração do virtual e real por meio de sistemas econômicos, sociais e de identidade;
  • Descentralização graças à tecnologia blockchain para certificação, autenticação e distribuição de recursos médicos, entre outros serviços digitais.

Para que tudo isso possa funcionar, a implementação precisará passar por quatro etapas:

1 - Construção holográfica

Todas as possibilidades de procedimentos, cenários e equipes envolvidas precisarão ser construídas no mundo virtual. Isso será feito a partir de modelos geométricos estáticos de hospitais, equipamentos médicos, etc.

Também serão projetados graficamente os dados dinâmicos e as informações que serão geradas durante as interações entre os profissionais em tempo real.

2 - Simulação holográfica

Não haverá detalhe real excluído do mundo virtual. A conexão dos sistemas de informação mencionados acima somada à captura de movimento simultânea nas três dimensões garantirão que os avatares digitais de pacientes e equipe médica forneçam feedback intuitivo automaticamente. Tal processo será possibilitado por meio de dispositivos multissensoriais.

3 - Fusão entre virtual e real

Um humano digital no metaverso não será uma mera imagem 3D simulada por um computador da aparência e comportamento de um paciente, mas sua exata projeção virtual. Por meio de um dispositivo XR, o médico receberá acesso ilimitado à identificação, rastreamento e possíveis interações entre as informações sobre o panorama da saúde de um indivíduo recebidas no momento da consulta.

4 - Ligação entre virtual e real

Novos métodos e equipamentos surgirão durante e após a implementação do metaverso pelas necessidades que o próprio mecanismo exigirá com as inovações subsequentes. Logo, conceitos adaptados para esta realidade de intersecção entre virtual e real também precisarão surgir, transformando o cuidado e a atenção à saúde.

Descubra mais: Como os serviços digitais em saúde impactam a educação médica

Benefícios do metaverso para a Medicina

Cirurgias mais precisas

Em teoria, a integração do metaverso aos centros cirúrgicos promoverá um cenário de recuperações mais rápidas e com risco muito menor de complicações. Com a realidade aumentada, os médicos poderão projetar órgãos no mundo real logo acima do corpo do paciente para ver o seu interior em detalhes.

Telemedicina com contato

Ao longo do tempo, o espectro de enfermidades prevalentes na sociedade mudou, e as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) tornaram-se uma ameaça significativa à saúde humana. Neste cenário, principalmente nas áreas onde há escassez de médicos generalistas, como é o caso das cidades no interior do Brasil, o metaverso mudará muitas vidas.

A proposta é que seja possível ao profissional visitar o paciente em sua própria casa no mundo virtual por meio de seu avatar e fazer uma anamnese como se estivesse presencialmente. Assim, o médico não precisará mais confiar apenas no que o paciente pode descrever verbalmente, utilizando-se também dos dados de saúde fornecidos pela inteligência artificial.

Disseminação de informações

A partir de bancos de dados com milhões de registros e permissão para acesso de qualquer lugar do mundo, especialistas de vários países poderão colaborar juntos em casos desafiadores. Isso com certeza será determinante para o avanço de tratamentos contra doenças raras, cujo principal obstáculo para seu diagnóstico é o fato de ocorrerem de forma espalhada e em baixo índice.

Formação médica mais sólida

Durante a graduação médica, como você já sabe, existem períodos dedicados exclusivamente ao desenvolvimento de habilidades cirúrgicas. Por meio do metaverso, os estudantes poderão arriscar mais em seus treinamentos até dominarem a técnica de procedimentos complexos, o que garantirá mais segurança aos pacientes.

Além disso, pelo fato de conseguirem enxergar a anatomia completa no mundo virtual, aprender esta disciplina básica será um processo ainda mais intenso.

Preparação via simulações

Médicos precisam saber como agir em casos de catástrofes, quando é necessário utilizar o protocolo START para selecionar quais vítimas precisam receber atendimento prioritário. O metaverso será uma ferramenta importante na preparação para eventos trágicos via simulações, que podem ser feitas, inclusive, desde a faculdade.

Tratamentos personalizados

Uma das dificuldades da medicina tradicional é usar a mesma abordagem para corpos com características que, mesmo pequenas, são diferentes, o que pode gerar riscos imprevisíveis. Com a possibilidade de escanear e criar virtualmente o corpo do paciente em alta definição exatamente como ele é por biodesign, será possível planejar procedimentos personalizados.

Mudança de paradigma

Hoje, a Medicina ainda é bastante focada na patologia e na remediação do problema quando ele já está estabelecido com a apresentação de sintomas e pode, assim, ser diagnosticado. A mudança de paradigma proposta pelo metaverso é dirigir o enfoque para a prevenção, com o auxílio dos algoritmos e das bases de dados robustas que estarão disponíveis.

Trata-se de um movimento rumo à gestão de saúde. Isso também poderá acarretar em uma transformação cultural, que é o assunto do nosso último tópico.

Promoção do autocuidado

Os famosos smartwatches já são um bom exemplo de como a inteligência artificial (IA) pode ajudar o ser humano a cuidar melhor do bem-estar físico. A praticidade promovida pelo metaverso, com a ampliação da atuação dos médicos pela telemedicina, por exemplo, trará maior flexibilidade para as pessoas.

Além disso, o próprio paciente terá uma cópia em escala real dos dados que forem captados pela IA de prontuários, entre outros dispositivos. Ou seja, ele poderá acompanhar mais de perto quaisquer alterações que acontecerem em seus sinais vitais.

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