Medicina do Sono: entenda por que a área é um pilar fundamental na saúde
Descubra como proteger a sua saúde, identificando possíveis sintomas que são tratados pela Medicina do Sono, e melhore o seu desempenho na faculdade.

Um sono deficiente está diretamente ligado ao desenvolvimento de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e obesidade, devido a alterações metabólicas e hormonais. Além disso, a privação de sono contínua, que afeta 46% dos pacientes de forma persistente, eleva ainda mais tais riscos à saúde.
A má qualidade do sono também prejudica a saúde mental, agravando ansiedade, depressão e déficits cognitivos, enquanto reduz a produtividade e aumenta a irritabilidade. Assim, com 72% dos brasileiros enfrentando distúrbios do sono, a Medicina do Sono se consolida como subespecialidade vital, com alta demanda por profissionais qualificados.
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O que é a Medicina do Sono?
Trata-se de uma subespecialidade médica dedicada ao estudo, diagnóstico e tratamento dos distúrbios relacionados ao sono. Para atuar nesta área, o profissional deve primeiramente se especializar em Neurologia, Psiquiatria, Pneumologia, Pediatria, Clínica Médica ou Otorrinolaringologia.
Depois, deve passar por uma residência médica ou uma pós-graduação em Medicina do Sono. Enquanto a primeira garante a obtenção do Registro de Qualificação de Especialidade (RQE), a segunda oferece o título de especialista, que é concedido pela Associação Médica Brasileira (AMB) a quem é aprovado no exame.
Entre os principais distúrbios tratados está a insônia, que é a dificuldade persistente em dormir ou de se manter dormindo, gerando prejuízos diurnos como fadiga e irritabilidade. Já a apneia obstrutiva do sono causa interrupções repetidas na respiração durante a noite, levando a complicações cardiovasculares e metabólicas quando não tratada adequadamente.
Um terceiro distúrbio conhecido, mas considerado raro, é a narcolepsia. Seu principal sintoma é a sonolência diurna excessiva, com episódios súbitos e temporários de fraqueza muscular – podendo ser incapacitante por afetar diretamente a produtividade da pessoa. Outros distúrbios são:
- Sonambulismo;
- Síndrome das pernas inquietas;
- Terror noturno;
- Distúrbios do ritmo circadiano;
- Bruxismo.
Como é feito o diagnóstico?
A Medicina do Sono utiliza exames especializados como a polissonografia e estudos do sono para monitorar parâmetros vitais durante o repouso. No entanto, a anamnese e o exame físico do paciente também são fundamentais, precedendo a solicitação e a interpretação de exames complementares.
Tais procedimentos permitem identificar com precisão os distúrbios mencionados anteriormente, pois seguem critérios rigorosos da Classificação Internacional de Distúrbios do Sono (ICSD). Para diagnóstico de insônia crônica, por exemplo, o paciente deve relatar dificuldade em dormir por pelo menos três noites semanais durante três meses consecutivos.
Esse processo diagnóstico deve ser minucioso para descartar a associação com outros transtornos de sono ou condições psiquiátricas. Há, inclusive, medicamentos que podem mimetizar sintomas, sendo imprescindível informar ao médico sobre o uso.


Quais são os possíveis tratamentos?
No âmbito terapêutico, as intervenções são personalizadas conforme cada distúrbio. Uma das principais abordagens é a terapia cognitivo-comportamental para insônia, considerada padrão-ouro. Outras incluem o uso de dispositivos de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) para apneia obstrutiva e, quando necessário, medicamentos psiquiátricos.
Além disso, o tratamento deve sempre considerar mais do que o alívio sintomático, visando restaurar a arquitetura natural do sono e melhorar a qualidade de vida. Assim, é necessário manter acompanhamento contínuo para ajustar as estratégias conforme a evolução do paciente.
Essa abordagem multidisciplinar, que alia tecnologia médica a intervenções comportamentais da psicologia, demonstra como a Medicina do Sono oferece soluções completas. Desde a identificação precisa dos problemas até a sugestão de mudanças de hábitos que transformam a relação das pessoas com o descanso noturno.
Sono de qualidade como prevenção de doenças
Um sono de qualidade desempenha um papel fundamental no fortalecimento do sistema imunológico, ajudando o corpo a combater infecções e reduzindo o risco de doenças crônicas. Estudos mostram que a privação de sono está também associada a uma menor expectativa de vida.
Isso porque dormir bem ajuda a regular hormônios importantes, como os que controlam o apetite, reduzindo o risco de obesidade e diabetes. Outros benefícios são:
- Redução de riscos cardiovasculares;
- Maior capacidade de concentração e memória;
- Redução do estresse e ansiedade.
A prática de bons hábitos de higiene do sono, como manter horários regulares e evitar bebidas estimulantes e a exposição à luz azul antes de dormir, pode melhorar significativamente a qualidade do repouso noturno. Além disso, criar um ambiente tranquilo e escuro no quarto também contribui para um sono mais reparador.
Desafios e avanços na Medicina do Sono
A Medicina do Sono enfrenta desafios significativos, como o subdiagnóstico crônico e a falta de conscientização na população sobre a importância dos distúrbios do sono. Muitas vezes, esses cuidados frequentemente são negligenciados como meros desconfortos em vez de condições médicas sérias.
Entre os avanços promissores da área estão o desenvolvimento de tecnologias vestíveis para monitoramento do sono, a polissonografia domiciliar e terapias farmacológicas personalizadas. No entanto, populações vulneráveis, especialmente no interior do Brasil, que vivem com múltiplas comorbidades e/ou baixa renda, enfrentam barreiras tanto para o acesso a essas tecnologias quanto a profissionais formados nessa subespecialidade.
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