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Microplásticos: O que são e quais os perigos para a saúde humana e animal?

Você sabia que está ingerindo plástico todos os dias? Saiba mais sobre os microplásticos!

6
minutos de leitura

A poluição plástica é um dos maiores desafios ambientais da nossa era. Enquanto imagens de ilhas de lixo flutuando nos oceanos chocam o mundo, um problema invisível, porém igualmente preocupante, ganha destaque: os microplásticos.

Essas partículas minúsculas estão por toda parte — na água que bebemos, no ar que respiramos e até nos alimentos que consumimos. Mas o que são exatamente os microplásticos? Quais são os riscos que eles representam para a saúde humana e animal? E como podemos nos proteger?

São muitas dúvidas, e viemos ajudar você a acabar com todas elas! Nos próximos minutos, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre esse tema urgente. Vamos lá?

Qual é a história do plástico?

O plástico foi inventado no início do século XX como uma solução revolucionária para substituir materiais naturais, como marfim e borracha. Sua versatilidade, durabilidade e baixo custo rapidamente o tornaram indispensável em diversos setores, desde a embalagem de alimentos até a fabricação de eletrônicos.

No entanto, o sucesso do plástico também trouxe consequências devastadoras. A produção global de plástico saltou para milhões de toneladas a partir de 1950, atingindo valores extremamente altos hoje em dia. Além disso, desse total, estima-se que somente uma pequena parcela seja reciclada, enquanto o restante acaba em aterros, rios e oceanos.

O que são os microplásticos?

Os microplásticos são pequenas partículas de plástico que se originam de duas formas principais.

A primeira é a dos microplásticos primários, que são produzidos intencionalmente em tamanho reduzido, como esferas presentes em cosméticos (esfoliantes) ou pellets usados na fabricação de produtos plásticos.

Em seguida, temos os microplásticos secundários. Eles resultam da fragmentação de pedaços maiores de plástico, como garrafas, sacolas e redes de pesca, que se quebram devido à ação do sol, da água e do vento.

Essas partículas estão presentes em praticamente todos os ambientes: oceanos, rios, solos e até no ar que respiramos.

Inclusive, estudos recentes detectaram microplásticos em locais remotos, como o Ártico e o topo de montanhas, mostrando que o problema é verdadeiramente global.

Onde os microplásticos podem ser encontrados?

Como você viu, eles estão por toda a parte! Mas, de toda forma, é bom nos informarmos sobre isso. De modo geral, os microplásticos estão tão disseminados que já foram detectados em:

  • água potável, tanto em garrafas plásticas quanto em torneiras;
  • alimentos, como frutos-do-mar, sal, mel e até cerveja;
  • ar, pois as partículas microscópicas podem ser inaladas, especialmente em áreas urbanas;
  • produtos de higiene, como pastas de dente, esfoliantes e cosméticos;
  • roupas sintéticas, como as fibras de poliéster e o acrílico, que liberam microplásticos durante a lavagem.

Quais são os riscos dos microplásticos para a saúde?

A ingestão de microplásticos é uma realidade preocupante. Estima-se que uma pessoa possa consumir até 5 gramas de plástico por semana — o equivalente a um cartão de crédito. Mas quais são os riscos reais para a saúde? Confira a seguir!

Toxicidade química

Os microplásticos podem conter aditivos químicos, como ftalatos e bisfenóis, que são conhecidos como disruptores endócrinos. Essas substâncias têm a capacidade de interferir no sistema hormonal, podendo causar desequilíbrios que levam a problemas como:

  • alterações na produção de hormônios sexuais;
  • câncer, especialmente cânceres hormônio-dependentes, como mama e próstata;
  • impactos no desenvolvimento fetal e infantil, incluindo malformações e déficits cognitivos.

Além disso, os microplásticos podem adsorver poluentes ambientais, como pesticidas e metais pesados, aumentando ainda mais seu potencial tóxico.

Acúmulo no organismo

Partículas de microplásticos são pequenas o suficiente para atravessar barreiras biológicas e se acumular em órgãos como fígado, rins e intestinos. Esse acúmulo pode desencadear processos inflamatórios crônicos, danos celulares e até fibrose tecidual.

Transporte de patógenos

Os microplásticos podem atuar como vetores de bactérias e vírus, carregando microrganismos patogênicos para o interior do corpo humano. Isso aumenta o risco de infecções, especialmente em indivíduos com o sistema imunológico comprometido.

Além disso, a presença de biofilmes (comunidades microbianas) na superfície dos microplásticos pode dificultar a ação do sistema imunológico e de antibióticos.

Impacto a longo prazo

Ainda não se sabe ao certo quais são os efeitos cumulativos da exposição contínua a microplásticos, mas há preocupações sobre possíveis danos ao sistema imunológico e neurológico.

Quais são os impactos dos microplásticos na vida animal?

E não somos só nós que sofremos. Os animais, especialmente os marinhos, são diretamente afetados pelos microplásticos. Peixes, tartarugas, aves e mamíferos marinhos frequentemente confundem essas partículas com alimentos, o que pode levar a:

  • obstrução do sistema digestivo, causando desnutrição e morte;
  • liberação de substâncias químicas presentes nos microplásticos, que podem intoxicar os animais;
  • entrada na cadeia alimentar, já que os peixes e outros animais que ingerem microplásticos são consumidos por humanos, fechando um ciclo perigoso.

Sendo assim, é possível perceber que o meio ambiente também é prejudicado com tudo isso. E pode acreditar: a cobrança volta para nós, mais cedo ou mais tarde.

Como reduzir a exposição aos microplásticos?

Embora seja quase impossível evitar completamente a exposição aos microplásticos, algumas medidas podem ajudar a reduzir seus impactos. Continue para conhecer algumas delas e saiba como ser mais sustentável!

Evitar produtos com microesferas

O primeiro passo é verificar os rótulos de cosméticos e evite aqueles que contenham polietileno ou polipropileno. Caso note a presença dessas substâncias, evite a compra, sempre que possível.

Reduzir o uso de plásticos

Além disso, prefira produtos reutilizáveis, como garrafas de vidro e sacolas de tecido. Isso faz bem para o planeta, mesmo quando os microplásticos não estão diretamente envolvidos.

Filtrar a água

Outra dica é: utilize filtros de água que possam reter partículas microscópicas. Não é 100% garantido, mas é algo que pode ajudar!

Lavar roupas com cuidado

Quer mais uma recomendação? Experimente usar sacos de lavagem que capturem fibras sintéticas e evite lavagens desnecessárias.

Apoiar políticas de redução de plásticos

Por fim, incentive iniciativas que promovam a redução do uso de plásticos e a reciclagem. Sua participação conta e o planeta agradece, assim como a sua saúde!

Como você viu, os microplásticos são um desafio complexo que afeta tanto o meio ambiente quanto a saúde humana e animal. Apesar de serem quase invisíveis, seus impactos são profundos e de longo prazo. Por isso, precisamos combatê-los!

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