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Influencers da saúde: como criadores de conteúdo transformam a educação e o atendimento médico

Para além de dicas sobre bem-estar, veja outras formas como os influencers da saúde estão ajudando seus seguidores on-line!

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Foi no início da década de 2010 que as redes sociais começaram a tomar a proporção que conhecemos hoje, transformando a forma como nos comunicamos, aprendemos e consumimos. Isso se deu para todos os setores da sociedade, abrindo espaço para que quaisquer pessoas se tornassem influencers, inclusive, da saúde.

Isso despertou a preocupação de que nem todos os perfis que falam sobre o assunto são de fato administrados por profissionais.  No entanto, quando são feitos do jeito certo, os conteúdos de influenciadores podem ser muito positivos não apenas por incentivar hábitos mais saudáveis.

Veja outras formas como os influencers da saúde estão transformando a educação e o atendimento médico a seguir!

Combatendo a desinformação

Em 2018, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) publicou um estudo intitulado “A Ciência das Fake News”. Suas pesquisas revelaram um cenário preocupante: informações falsas têm 70% mais chance de viralizar na internet do que as verdadeiras.

Mesmo assim, são os médicos que se dispõem para atuar nesse cenário desfavorável que têm minimizado o impacto causado pela desinformação. Reconhecido em todo o país pelas suas participações em programas de TV - como eram os influencers da saúde à moda antiga - o doutor Dráuzio Varella afirma que para ser relevante nas redes sociais é preciso falar de forma didática.

Quando se refugiam no vocabulário técnico para falar sobre qualquer assunto da saúde, o conteúdo torna-se menos atraente à maior parte das pessoas que é leiga. É como lecionar uma aula de física quântica para um pré-adolescente de 11 anos – apenas uma minoria ínfima vai prestar atenção, compreendendo ou não o que está sendo dito.

No momento em que essa barreira linguística é quebrada e o assunto torna-se mais palatável às pessoas, maiores são as chances de estas se interessarem pelo assunto abordado. Assim como compartilhar com seus amigos a informação correta que foi recebida.

O canal do YouTube de Varella tem mais de três milhões de inscritos. Seus vídeos são variados, sendo alguns apresentados por ele mesmo, outros em formato de animação. Há também entrevistas onde ele se coloca como convidado e uma seção dedicada a responder os comentários de seus seguidores.


Oferecendo conteúdo rico gratuitamente

Você, com certeza, já aprendeu com conteúdos compartilhados on-line porque apareceu no seu feed do Instagram ou porque precisou pesquisar uma dúvida enquanto estudava para a prova. Certo?

Pois bem. Esse é um impacto social muito positivo gerado pelos médicos que atuam como produtores de conteúdo on-line, visto que eles democratizam o acesso à informação de qualidade e dados científicos que quase sempre são inacessíveis.

As redes sociais são para todos e o conhecimento também deveria ser. Quando um profissional sério e comprometido com a verdade cria um canal ou um perfil dedicado à educação, ele oferece ensinamentos que contribuem para a formação de outros médicos.

Mas um material rico não é apenas aquele onde o influencer da saúde “mastiga” o conteúdo de uma forma que seja compreensível para um número amplo de pessoas. Há outro aspecto igualmente relevante neste ponto.

Estamos falando sobre a citação das fontes onde as informações passadas podem ser verificadas. As descrições e legendas das publicações são espaços que servem para isso.

Ampliando o alcance das campanhas de saúde 

O mundo mudou, a comunicação também. Embora a TV aberta ainda seja a fonte de informação predominante entre os brasileiros, a diferença entre este meio de comunicação e as mídias sociais é pequena: 64,2% para 55,4%.

Junto a isso, um estudo da Qualibest de 2018 revelou o verdadeiro poder dos influencers da saúde. 49% dos entrevistados responderam que tomam decisões baseadas na opinião de produtores de conteúdo on-line antes de consumir um produto ou serviço.

O poder dessa influência perde apenas para as opiniões de familiares e amigos. Nesse sentido, os médicos que utilizam suas redes sociais para divulgar campanhas sanitárias de prevenção, como as de vacinação e de exames de rotina, estão fazendo um trabalho social muito benéfico.

Outubro Rosa, Novembro Azul e Setembro Amarelo são assuntos abordados anualmente em séries de publicações que podem fazer a diferença na vida dos brasileiros. E o usuário não precisa sequer pesquisá-las.

Por meio do cruzamento de dados das publicações já curtidas e sobre seu perfil, o próprio algoritmo de cada rede sugere conteúdos similares que podem ser relevantes.


[EXTRA] Como entrar para o time dos influencers da saúde 

Entrar para o time dos influencers da saúde é uma forma de deixar um impacto positivo no mundo, como os que citamos acima, e ainda receber por isso. Não estamos falando aqui sobre conteúdo pago conhecido como “publi”, mas sobre marketing médico.

Uma vez formado, é interessante criar um perfil profissional para aproximar-se dos seus pacientes. Além de pesquisar pelo seu CRM no site do Conselho Federal de Medicina, seus futuros pacientes podem interessar-se por conhecer o seu jeito e as suas experiências.

Tudo isso é importante para saber se a sua abordagem é compatível com o que eles procuram em uma consulta. Então, aqui estão algumas dicas para você começar a produzir conteúdo on-line:

  • Encontre seu tom de voz de acordo com seu público-alvo;
  • Faça conteúdos relevantes a partir das dúvidas que as pessoas compartilham on-line;
  • Pesquise assuntos tendência e fale sobre eles sob a perspectiva médica;
  • Indique sempre a consulta com um profissional em caso de suspeitas.

Lembre-se: não é permitido prescrever remédios e oferecer diagnósticos via comentário ou direct. Enquanto estudante de Medicina, você também não pode usar suas redes para oferecer consultas.

Por fim, não se esqueça de que você será sempre responsável por todas as informações que compartilhar e que ter um viés sensacionalista não é apropriado. 

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