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Entenda a importância da ressonância magnética em meio às novas tecnologias

Quer saber como surgiu a ressonância magnética e como ocorreu a sua evolução ao longo do tempo? Confira quais são as tecnologias integradas com a ressonância magnética e suas aplicações neste post!

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O desenvolvimento do diagnóstico por imagem foi uma conquista que dependeu do empenho de muitos estudiosos, por ser um enorme avanço tecnológico em favor da humanidade. A ressonância magnética iniciou em 1930, com um fenômeno físico descoberto por Felix Bloch e Edward Purcell, no qual as ondas de rádio e os campos magnéticos fizeram os átomos emitir minúsculos sinais.

Em 1882, Nikola Tesla escreveu pela primeira vez sobre o funcionamento do campo magnético rotativo. Mas ele não sabia quais seriam as consequências das suas descobertas. Após 130 anos, um estudante, com a ajuda de um guardanapo de papel, fez a sua pesquisa se tornar a base para a criação da ressonância magnética.

Neste artigo, vamos abordar a importância da ressonância magnética e como ela funciona. Continue lendo até o fim e saiba mais!

Entenda o surgimento da ressonância magnética

Iniciado em 1930, o trabalho de Felix Bloch e Edward Purcell foi realizado nas Universidades de Stanford e Harvard, respectivamente. No ano de 1937, um professor de física na Universidade de Columbia, chamado Isidor Rabi, conseguiu criar um método capaz de medir os movimentos dos núcleos atômicos e o chamou de ressonância magnética nuclear.

Base da ressonância magnética

Raymond Damadian, um médico cientista, pesquisou e descobriu a base para o uso da ressonância magnética como ferramenta de diagnóstico em 1970. Ele percebeu que os diferentes tipos de tecido animal emitem sinais de resposta que variam em comprimento. Além disso, viu que as células cancerosas emitem sinais de resposta que duram muito mais tempo do que as saudáveis.

Primeira patente

Dois anos depois, Raymond Damadian apresentou no Escritório de Patentes dos EUA a sua ideia de usar a radiologia e a ressonância magnética como ferramentas de diagnóstico. O médico escolheu o título "Aparelho e método para detecção de câncer em tecidos" e recebeu a patente em 1974. O primeiro scanner foi construído em 1977 por ele.

Visão tridimensional

Paul Lauterbur leu as descobertas de Damadian em 1971 e começou a trabalhar na criação de imagens, visando as aplicações biomédicas. Com isso, o pesquisador descobriu que um campo magnético permite aos observadores obter visualizações bidimensionais de um objeto; por consequência, elas poderiam então ser empilhadas para criar uma visão tridimensional.

Imagem de varredura

No mesmo período na Inglaterra, o físico Peter Mansfield abordou a questão do tempo e buscou uma maneira mais ágil de concluir as varreduras. Ele aprimorou o método usual conhecido como varredura de ponto sensível e adotou uma nova técnica chamada imagem de varredura de linha. Em 15 minutos, captou imagens do dedo de Andrew Maudsley, pesquisador e professor da Universidade de Miami.

Descubra como ocorreu a evolução da ressonância magnética

Após o registro da primeira patente, a tecnologia se desenvolveu mais rapidamente. No início da década de 1980, foram criados os primeiros equipamentos para atender as necessidades da área da saúde. Em 2002, cerca de 22 mil dispositivos estavam sendo utilizados no mundo inteiro, sendo que mais de 60 milhões de exames foram realizados.

Veja a seguir alguns dos principais marcos históricos da tecnologia até chegar no patamar que conhecemos hoje:

Primeira imagem

Uma equipe liderada por John Mallard construiu o primeiro scanner de corpo inteiro na Universidade de Aberdeen na década de 70. Eles usaram a máquina para obter a primeira imagem clinicamente útil dos tecidos internos de um paciente, no dia 28 de agosto de 1980. Além disso, identificaram um tumor primário no tórax de um paciente.

Dispositivo de alto campo

Paul Bottomley, no ano de 1980, em Nova Iorque, atuou com a sua equipe para obter um ímã de maior intensidade de campo. A ideia era construir um sistema que superasse os problemas de penetração de RF, design de bobina e relação entre sinal e ruído. Assim, foi feita a primeira ressonância, ficando conhecida como Scanner MRS.

Agentes de contraste

Em 1982, Paul fez a primeira ressonância magnética do cérebro e coração humanos. Posteriormente, no ano de 1986, Howard R. Hart e Charles L. Dumoulin desenvolveram a angiografia. Em seguida, Denis Le Bihan obteve as primeiras imagens e patenteou o dispositivo por difusão. Já em 1988, Arno Villringer demonstrou que agentes de contraste podem ser aplicados em perfusão.

Compreenda como o procedimento funciona na atualidade

A ressonância magnética se tornou amplamente aplicável na Medicina porque a água constitui cerca de 2/3 do peso corporal das pessoas. O processo patológico resulta em alterações no conteúdo de água entre tecidos e órgãos na maioria das doenças e isso aparece no diagnóstico por imagem. Os núcleos dos átomos de hidrogênio atuam como agulhas microscópicas de bússola.

Quando o organismo humano é exposto a um campo magnético, os núcleos dos átomos de hidrogênio são colocados em ordem. Contudo, quando submetidos a pulsos de ondas de rádio, o seu conteúdo energético se modifica. Após o pulso, eles retornam ao estado anterior e uma onda de ressonância é emitida.

Os médicos detectam pequenas diferenças nas oscilações com processamento computacional avançado. O dispositivo constrói uma visão tridimensional que reflete a estrutura química do tecido, incluindo diferenças nos movimentos das moléculas de hidrogênio e no teor de água. Isso resulta em uma imagem bastante detalhada de tecidos e órgãos da área do corpo analisada.

Conheça os seus diferentes tipos e suas aplicações

As ressonâncias magnéticas são usadas em hospitais para diagnosticar doenças, o seu estágio e o monitoramento. Elas detectam qualquer tipo de lesão cerebral, tumores e danos nos nervos, por exemplo. Os scanners emitem ondas de rádio e campos magnéticos que geram imagens da estrutura do corpo. Veja, a seguir, os principais tipos existentes:

  • neuroimagem: usa o contraste para detectar qualquer alteração relacionada ao sistema nervoso central como epilepsia, demência, tumores, etc;
  • cardiovasculares: avalia as estruturas do coração, viabilidade miocárdica, funções sistólicas, volumes e massa ventriculares;
  • musculoesquelético: usada para examinar doenças articulares, tumores de tecidos moles, imagens em espiral e até doenças musculares genéticas do sistema musculoesquelético;
  • angiografia: visualização dos vasos sanguíneos, artérias, aorta e outras veias.

Estamos aqui falando de um dos recursos de diagnóstico mais poderosos da Medicina clínica contemporânea. Os equipamentos oferecem oportunidades de investigação e possibilitam a realização de estudos altamente avançados dos processos fisiológicos e patológicos. Um scanner de ressonância magnética pode ser usado para obter imagens de qualquer parte do corpo, fornecendo informações essenciais aos médicos.

Tecnologias integradas com a ressonância magnética

Os desenvolvimentos recentes para aprimorar o procedimento aumentam a acessibilidade global a esta tecnologia de diagnóstico capaz de salvar vidas. Hoje existem scanners ressonância magnética portáteis que podem ser conectados a tomadas padrão de parede. Com o uso de software baseado em nuvem, a capacidade de converter imagens bidimensionais em tridimensionais.


Entendeu a importância da ressonância magnética em meio às novas tecnologias?

A ressonância magnética é algo que pode trazer grandes avanços para diagnosticar patologias. Nikola Tesla não imaginava que a sua pesquisa de campo magnético rotativo poderia gerar um aparelho tão importante para a Medicina, mas seus estudos acabaram sendo essenciais.

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