Especialidades

Hematologia: conheça a especialidade que cuida das doenças do sangue

A hematologia é a ciência que se dedica à decodificação sanguínea, buscando possíveis alterações morfo e/ou fisiológicas. Saiba mais em nosso artigo!

9
minutos de leitura

Vinte e seis trilhões de glóbulos vermelhos. Cerca de 90% de todas as células do corpo humano. O corpo de um adulto tem, em média, cinco litros de sangue circulando a todo instante, mas este é o verdadeiro tamanho de sua importância. É este tecido vivo, bombeado pelo coração para cada mínima parte do organismo, que nos mantém respirando.

Mas nem todo mundo tem a sorte de ter um sangue saudável. A primeira transfusão bem-sucedida aconteceu em 1818 e não teve por intuito o tratamento de uma patologia sanguínea. Conduzida por um obstetra britânico, o procedimento foi realizado quando uma mulher sofreu hemorragia após o parto.

Com o avanço da Medicina, porém, as transfusões passaram a ser mais estudas e melhor administradas a fim de garantir bem-estar às pessoas que apresentavam deficiências na produção de sangue. Um exemplo é a anemia falciforme, cuja particularidade das hemácias em formato de foice as impede de carregar oxigênio de modo apropriado.

Não à toa, surgiu a hematologia. Uma área especializada no cuidado deste tecido vital e sobre a qual falaremos mais nas próximas linhas.

Importância da Hematologia

Na prática, a hematologia é a ciência que se dedica à decodificação sanguínea, buscando possíveis alterações morfo e/ou fisiológicas. As hemácias, as plaquetas e os leucócitos, ou seja, os grupos celulares que compõem o sangue são os melhores indicadores do quão saudável um indivíduo está, pois estas alterações podem caracterizar doenças ou distúrbios orgânicos.

Este é o tamanho da responsabilidade e da importância que tal especialidade tem na Medicina. A partir do estudo das diferentes patologias que podem acometer às células do sangue e aos órgãos responsáveis por fornecê-lo a todas as partes do corpo, é possível desenvolver tratamentos e medidas de prevenção.

Além disso, a hematologia também pesquisa tudo que envolve os tecidos formadores de sangue, entre os quais está a medula óssea, cujo transplante é um dos maiores trunfos médicos no combate à leucemia. Nesse sentido, também podemos agradecer aos hematologistas pela descoberta de novos métodos diagnósticos, terapêuticos e de novos fármacos.

Quando procurar ajuda

Hemogramas, exames com os quais verificamos níveis de colesterol, glicemia, entre outros compostos, normalmente são feitos com certa frequência para garantir que tudo está bem. No entanto, mesmo que o resultado mostre várias alterações, o natural é que o paciente retorne para consulta com o médico que solicitou o teste e não com um hematologista.

Assim, é comum que o encaminhamento a esta especialidade aconteça de forma interna. Desde casos mais simples de anemia até àqueles em que houve a descoberta de linfomas, de mielofibrose ou de glóbulos brancos sendo produzidos em excesso.

Porém, isso não quer dizer que a hematologia nunca seja procurada em primeira mão. Certas condições como, manchas roxas que aparecem de forma espontânea; hemorragias pelo nariz, mucosas e gengiva; e tromboses nos membros ou no abdômen podem ser investigadas por esses médicos.

Dia a dia do médico especializado em hematologia

Os ambientes de trabalho de um hematologista podem variar entre hospitais, clínicas, hemocentros, bancos de sangue e laboratórios, por exemplo. E, para cada um destes lugares, haverá particularidades em relação à velocidade da rotina e às atividades desempenhadas.

Em casos de enfermidades sanguíneas graves e de rápida evolução, os médicos especializados em hematologia atuam de forma intensiva nos cuidados ao doente. Por outro lado, existem áreas em que o pode-se evitar o contato diário com pacientes, como a citofluorimetria. Afinal, a citometria de fluxo é uma técnica de pesquisa, que serve para marcar células e revelar seus fenótipos, por meio de substâncias fluorescentes.

Hematologistas também têm um hall de subespecializações diferenciado, possibilitando-os trabalhar com:

  • Hemoterapia;
  • Transplante de medula óssea;
  • Hemostasia.

Perfil de um bom hematologista

Bons hematologistas saem da residência ou da especialização capazes de conduzir investigações para diagnosticar distúrbios no sangue; de manusear microscópios; de realizar o aspirado medular; de emitir laudos; e de executar procedimentos de biópsia da medula óssea.

Para tanto, um perfil analítico, detalhista e tranquilo faz toda a diferença. Isso porque a ansiedade pode fazer com que o médico perca nuances relevantes sobre a amostragem de um paciente, errando assim o seu diagnóstico.

Embora pareça que a hematologia é uma área com certa consistência de demandas, a realidade é bem diferente. A rotina é intensa e bastante diversificada, portanto, é importante ser uma pessoa resiliente e que não ficará apegada a um padrão de trabalho.

Além disso, uma boa inteligência emocional é fundamental àqueles que querem atuar em oncohematologia. Afinal, a maioria dos casos de câncer no sistema sanguíneo é grave e o médico estará exposto a situações críticas de urgência constantemente, podendo perder um paciente a qualquer instante.

Doe sangue, salve vidas

Já que estamos falando da especialidade médica que cuida de pacientes com disfunções no sangue, não poderíamos deixar de fazer um apelo em seu nome. Os bancos de doação são o principal recurso para o tratamento de pessoas que precisam de transfusões constantes para se manterem vivas. Isso sem falar das vítimas de acidentes, de queimaduras e/ou que estão prestes a passar por uma cirurgia.

A doação de sangue é um ato voluntário e cada bolsa de 450 ml pode salvar a vida de até quatro pessoas. Mas vão tirar quase meio litro do meu sangue de uma só vez? Sim e em 24 horas o seu corpo já terá recomposto esta quantidade no seu organismo. Bem legal, não é mesmo?

Se você também achou fascinante o potencial da hematologia, baixe o nosso Manual da Carreira Médica. Com este material em mãos, você estará preparado às etapas que vem após graduação em Medicina.