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Dislipidemia: conheça a doença, causas e tratamentos

Colesterol alto? Pode ser dislipidemia! Saiba mais sobre a condição e veja como ela é tratada.

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Você sabia que 4 a cada 10 brasileiros lida com as altas taxas de colesterol no sangue? Esse tipo de problema, embora comum, é muito preocupante e tais dados demonstram a importância de cuidarmos melhor da saúde sanguínea de nossa população.

Por isso, que tal falarmos sobre a dislipidemia? Ela é uma condição que afeta muitas pessoas em todo o mundo, mas ainda gera dúvidas e incertezas para a maioria. A doença está diretamente relacionada ao colesterol, essa substância essencial para o bom funcionamento do corpo, mas que, em níveis inadequados, pode causar sérios problemas de saúde.

Neste artigo, vamos explorar os conceitos de colesterol e dislipidemia, suas causas, sintomas, fatores de risco, tratamentos e como prevenir essa doença!

O que é o colesterol e qual sua função?

O colesterol é uma molécula de gordura produzida pelo fígado e também obtida através da alimentação. Ele é essencial para várias funções do corpo, como a produção de hormônios, vitamina D e ácidos biliares, que ajudam na digestão.

Além disso, o colesterol é um componente importante das membranas celulares, permitindo que as células funcionem adequadamente.

Ele é dividido em dois grupos. O LDL, de baixa densidade, também é conhecido como "colesterol ruim". Isso porque ele pode se acumular nas artérias, formando placas que dificultam a passagem do sangue. Assim, isso acaba aumentando o risco de doenças cardiovasculares.

Já o HDL (de alta densidade), conhecido como "colesterol bom", ajuda a remover o excesso de colesterol ruim do sangue, transportando-o de volta para o fígado, onde é eliminado do corpo.

Ter níveis equilibrados de colesterol é fundamental para a saúde. Entretanto, os nossos hábitos diários, como alimentação, sedentarismo e estilo de vida, podem influenciar diretamente esses níveis, podendo levar ao desenvolvimento de problemas como a dislipidemia.

O que é dislipidemia?

A dislipidemia é um distúrbio no qual ocorrem alterações nos níveis de lipídios (gorduras) no sangue, incluindo o colesterol e os triglicerídeos. Nela, o organismo pode apresentar:

  • níveis elevados de LDL (colesterol ruim);
  • níveis baixos de HDL (colesterol bom);
  • aumento dos níveis de triglicerídeos, que também são um tipo de gordura presente no sangue.

Essas alterações no perfil lipídico são perigosas, pois podem aumentar o risco de aterosclerose, uma condição em que as artérias ficam endurecidas e estreitadas devido ao acúmulo de placas de gordura.

A aterosclerose pode levar a complicações graves, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC) e doença arterial periférica.

Quais são as causas da dislipidemia?

A dislipidemia pode ter diversas causas, que variam desde fatores genéticos até comportamentais. Confira as principais a seguir!

Genética

Algumas pessoas podem herdar a tendência de ter níveis altos de colesterol LDL ou triglicerídeos, uma condição conhecida como dislipidemia familiar.

Alimentação rica em gorduras saturadas e trans

Você é o que você come! O consumo excessivo de alimentos gordurosos, como carnes gordurosas, frituras e fast food, pode elevar os níveis de colesterol ruim e triglicerídeos no sangue.

Sedentarismo

A falta de atividade física regular está associada à redução dos níveis de colesterol bom (HDL) e ao aumento dos níveis de colesterol ruim (LDL) e triglicerídeos.

Obesidade

Pessoas com sobrepeso ou obesidade tendem a apresentar níveis elevados de colesterol LDL e triglicerídeos, além de níveis reduzidos de HDL.

Diabete

O descontrole glicêmico em pessoas com diabetes pode aumentar os níveis de triglicerídeos e reduzir o HDL.

Tabagismo e consumo de álcool

Por fim, não se engane: o cigarro pode reduzir os níveis de colesterol bom, enquanto o consumo excessivo de álcool eleva os triglicerídeos. Ou seja: ambos contribuem para o desequilíbrio do colesterol no corpo.

Quais são os principais sintomas da dislipidemia?

A dislipidemia, na maioria das vezes, é uma condição silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas evidentes. Por conta disso, muitas pessoas só descobrem que têm a doença após exames de sangue de rotina ou quando já apresentam complicações, como doenças cardiovasculares.

No entanto, em casos mais graves, quando há níveis extremamente altos de lipídios no sangue, podem surgir sintomas como:

  • xantomas, nome dado ao acúmulo de gordura sob a pele, formando pequenas manchas amareladas, principalmente ao redor dos olhos;
  • dor no peito;
  • cansaço.

Por isso, é crucial realizar exames periódicos para monitorar os níveis de colesterol e triglicerídeos, especialmente em pessoas com fatores de risco. E isso pode ser feito anualmente, em seus check-ups periódicos de saúde.

Quais são os fatores de risco?

Alguns fatores podem aumentar as chances de desenvolver dislipidemia:

  • histórico familiar de dislipidemia ou doenças cardiovasculares;
  • idade;
  • pressão alta;
  • doenças crônicas, como diabete e doenças renais;
  • estilo de vida sedentário;
  • dieta desequilibrada;
  • tabagismo;
  • consumo de álcool;
  • uso prolongado de certos medicamentos, como corticoides e diuréticos.

Como é o tratamento da dislipidemia?

O tratamento da dislipidemia pretende normalizar os níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue, reduzindo o risco de complicações, como infartos e derrames. Veja os principais tratamentos para a condição!

Mudanças no estilo de vida

Essa é uma das primeiras abordagens recomendadas. Alterações na dieta, com redução do consumo de gorduras saturadas e trans, e aumento do consumo de alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais e grãos integrais, são essenciais. A prática regular de exercícios físicos também desempenha um papel importante na melhora do perfil lipídico.

Uso de medicamentos

Nos casos em que as mudanças no estilo de vida não são suficientes para controlar a dislipidemia, o médico pode prescrever medicamentos para controlar os níveis do colesterol no sangue.

Controle de outras condições de saúde

Se o paciente tiver condições como diabete, hipertensão ou obesidade, o controle dessas doenças é fundamental para o sucesso do tratamento da dislipidemia.

Como prevenir a dislipidemia?

A prevenção da dislipidemia está diretamente ligada a um estilo de vida saudável. Por isso, o principal cuidado é investir em uma dieta balanceada, com gorduras boas e pouca quantidade de ultraprocessados na alimentação.

Além disso, pratique atividades físicas regularmente. O ideal é fazer pelo menos 150 minutos de atividade moderada por semana. E, claro, monitore regularmente seus níveis de colesterol e triglicerídeos, especialmente se você tem histórico familiar ou fatores de risco.

Como você pôde ver, a dislipidemia é uma condição que exige atenção e cuidados contínuos. Embora muitas vezes silenciosa, ela pode causar graves problemas de saúde, como doenças cardiovasculares. A boa notícia é que, com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível controlar a doença e reduzir significativamente os riscos associados!

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