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Como o SUS atua no combate à dengue

Saiba como o SUS tem ampliado as propostas para melhorar as ações no combate à dengue e seus efeitos sobre a saúde coletiva.

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Nas últimas décadas, o Ministério da Saúde (MS) tem implantado diferentes estratégias para reforçar o combate à dengue no Brasil. Em parceria com o SUS, diferentes programas do governo objetivam controlar e prevenir tanto a transmissão da dengue quanto os seus impactos sobre a saúde coletiva.

Em vista disso, vamos destacar as principais ações do Governo Federal nessa investida. Conheça os principais projetos, no âmbito do SUS, e saiba como esse sistema é fundamental para a redução dos casos dessa virose na população. Boa leitura!

A função do SUS

O regimento do Sistema Único de Saúde (SUS) foi elaborado em 1988, quando a última Constituição Federal entrou em vigor. Porém, o Sistema só foi regulamentado em 1990, pela Lei nº 8080.

No âmbito de suas atribuições, os princípios fundamentais dos SUS são a universalidade, a equidade e a integralidade. A Lei complementar n.º 8.142 dispõe sobre os repasses de recursos financeiros para o seu funcionamento, conforme publicado no site da Biblioteca Virtual de Saúde, do Ministério da Saúde–MS.

Com a criação do SUS, os brasileiros passaram a ter acesso à atenção integral dos cuidados de Medicina. Intervenções focadas em educação preventiva, no bem-estar geral e na melhoria da qualidade de vida são importantes componentes dos determinantes sociais de saúde.

A dengue

Classificada como arbovirose, essa doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, um dos mais comuns nas florestas tropicais do Brasil. A doença pode apresentar sintomas leves, clássicos ou graves, dependendo do estado clínico do indivíduo.

Em termos de Saúde Pública, a dengue continua a representar um desafio bastante significativo para os gestores de saúde de nosso país. Esse cenário é preocupante e exige a elaboração de novas medidas de controle de vetores e zoonoses.

Fatores de risco

Pessoas que residem no entorno de áreas de matas ou em regiões urbanas sem saneamento básico são mais propensas ao desenvolvimento de dengue e de febre amarela. No entanto, a observância dos cuidados de prevenção — evitar o acúmulo de água parada, usar roupas de proteção específica, repelentes e mosquiteiros, por exemplo — reduz o risco de contaminação pelos vetores da doença.

Tipos de dengue

Ambas as formas de dengue podem ser igualmente preocupantes e exigem tratamento imediato. No entanto, uma pessoa com dengue hemorrágica tem mais chance de evoluir para complicações.

Compare os sintomas dos dois tipos de dengue.

Dengue clássica (ou comum)

Nos primeiros dias, o paciente pode apresentar as queixas abaixo:

  • febre alta e de início súbito;
  • dores intensas no corpo e articulações;
  • dor de cabeça, principalmente atrás dos olhos;
  • erupções cutâneas.

Dengue hemorrágica

Em geral, essa modalidade da doença é caracterizada por todos os sintomas da dengue clássica. Além disso, o doente pode ter outras manifestações mais graves, tais como:

  • sangramento nasal ou gengival;
  • vômitos persistentes;
  • sensação de extrema fadiga;
  • piora da febre e das dores musculares.

Panorama da dengue no Brasil

No Brasil, o registro da primeira epidemia de dengue ocorreu em Boa Vista (Roraima) nos anos de 1981 e 1982. Na ocasião, os vetores identificados foram dos sorotipos 1 e 4. Quatro anos depois, novas epidemias atingiram a população do Rio de Janeiro e a doença se espalhou para algumas cidades do Nordeste brasileiro também.

A partir daí, os surtos dessa arbovirose passaram a ser mais frequentes, principalmente em áreas urbanas. Observou-se, ainda, o surgimento de novos sorotipos e a ocorrência de epidemias mais graves nos últimos anos.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde e publicados pela CNN Brasil apontam que, somente em 2024, mais de 300 pessoas foram a óbito pela doença. Tais estatísticas sugerem a necessidade de implementar medidas de controle mais eficientes e mudanças na forma como o SUS combate a dengue.

Ações do SUS no combate à dengue

Com o surgimento de novos casos da doença e de óbitos, o SUS passou a implementar ações mais estratégicas a fim de monitorar a doença no país. Criou-se, então, equipes treinadas para executar um planejamento mais cuidadoso, com vistas à redução da transmissão dessa arbovirose.

O Centro de Operações de Emergências — COE

Com o objetivo de monitorar mais eficientemente a doença, o SUS criou o COE em fevereiro de 2024. O Centro atua, de forma mais intensiva, em ações de vigilância epidemiológica, laboratorial, assistência e também de controle de vetores.

Uma das propostas do COE é intensificar o monitoramento de casos e óbitos, além de fazer uma análise mais criteriosa dos fatores que levam aos surtos. Tudo isso é feito em cenário nacional, por meio do reforço na assistência aos estados e municípios.

Conheça as atribuições do COE, conforme divulgado pelas equipes gestoras do Ministério da Saúde. O fragmento foi extraído, na íntegra, do site da Agência Gov EBC:

Planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas durante a resposta;
Articular ações de enfrentamento com os gestores estaduais e municipais do SUS e demais instituições do poder público;
Encaminhar à Ministra de Estado da Saúde relatórios técnicos sobre a situação epidemiológica e ações de resposta;
Divulgar à população informações relativas à resposta, situação epidemiológica e assistencial;
Propor ao Ministério da Saúde, de forma justificada, o acionamento de equipes de saúde.

Prevenção e tratamento da dengue

Tão importante quanto entender como o SUS combate a dengue é seguir as orientações de educação preventiva. Nesse contexto, o combate à proliferação do Aedes aegypti é essencial para diminuir os casos da doença.

De certo, a população deve se conscientizar de que em relação aos cuidados com o controle dos mosquitos, é necessário a mudança de hábitos individuais em prol da coletividade. Ou seja, as atitudes individuais centradas na observância das medidas preventivas impactam para o bem de toda sociedade.

Quanto ao tratamento, a pessoa com suspeita de dengue deve procurar ajuda médica imediatamente. Mesmo que o tratamento seja feito com analgésicos, hidratação e repouso, o monitoramento médico é fundamental.

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Como você notou, a Afya Educação Médica disponibiliza conteúdos para manter você sempre atualizado. Manter-se informado sobre a maneira como o SUS combate à dengue e conhecer as ações preventivas centradas no cenário epidemiológico do Brasil podem fazer a diferença durante as provas do Enem e dos vestibulares de Medicina.

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