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Carnaval com prevenção: 7 IST que mais crescem durante a folia

Ninguém deseja ter como lembrança do Carnaval uma IST. Entenda a importância de se fazer testes rápidos caso aconteça uma situação de risco!

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O Carnaval é considerado por muitos brasileiros a melhor época do ano e, de fato, os eventos que acontecem de Norte a Sul do país têm tudo para promover momentos inesquecíveis. O que ninguém deseja é ter como lembrança da folia uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), que pode ser facilmente evitada.

Em sua maioria, a transmissão das doenças acontece durante relações sexuais. Nestes casos, o contágio é prevenido pelo uso de métodos contraceptivos que impedem o contato direto entre os órgãos genitais, o ânus e/ou a boca.

Entretanto, vale lembrar que, há também a possibilidade de haver contaminação pelo contato com sangue infectado e de forma congênita, ou seja, quando a gestante contrai um vírus ou uma bactéria, que acaba infectando o feto também.

No artigo de hoje você vai descobrir a importância de anotar não apenas os pontos de encontro com seus amigos, mas também o local dos postos do Sistema Único de Saúde (SUS) que estarão espalhados pela cidade para a realização de testes rápidos. Para um Carnaval com prevenção, continue a leitura!

1 - AIDS

Entre 2009 e 2019, o Ministério da Saúde verificou uma queda de 29,3% no índice de mortalidade por AIDS no Brasil. No entanto, cerca de 40 mil novos casos são registrados todos os anos. E o índice tem subido, principalmente, na faixa etária de 15 a 29 anos.

Até hoje, a doença não tem cura e pode ser fatal quando não diagnosticada a tempo para o tratamento. Seis milhões de pessoas no mundo são portadoras do vírus e não sabem – o que coloca suas vidas e a de seus parceiros sexuais em risco também.

Quando a infecção pelo HIV evolui para um quadro de imunodeficiência adquirida, há sintomas como febre, crescimento do baço e do fígado. Nos casos mais graves, além de alterações elétricas do coração, também pode haver inflamação das meninges.

2 - Sífilis

Em 2021, foram registrados no Brasil mais de 167 mil novos casos de sífilis adquirida – um número 16 vezes maior do que foi registrado em 2010. Um aumento alarmante para o período de pouco mais de uma década, pois, apesar de mais pessoas buscarem testes rápidos para descobrir, também cresceu o índice de infecção.

Causada por uma bactéria, esta doença pode ficar até 40 dias em latência, ou seja, sem manifestar sintomas. Passado o prazo, a infecção provoca feridas nos órgãos genitais e/ou manchas pelo corpo.

Buscar tratamento é fundamental para que os piores quadros da sífilis não se desenvolvam. Isso porque os sintomas desaparecem mesmo quando nada é feito para eliminar a bactéria, mas somente por um tempo. Depois, a infecção ressurge muito mais forte e generalizada, podendo causar danos neurológicos, cardiovasculares, cegueira e até levar à morte.

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3 - Tricomoníase

Atualmente, no Brasil, há 4,4 milhões de casos de tricomoníase, com maior incidência entre mulheres cisgênero e homens trans, pois a vagina proporciona um ambiente favorável à sobrevivência do parasita. Porém, o protozoário também infecta a uretra, sendo um risco para mulheres trans, homens cisgênero e pessoas não-binárias em geral.

Sua detecção pode ser feita por meio de exames de urina ou análises de secreções vaginais e uretrais de rotina. Quando não tratada, a infecção causa uretrites e vaginites. Em gestantes, pode haver ainda complicações na gravidez.

4 - Clamídia

De acordo com o Ministério da Saúde, não existem dados epidemiológicos no Brasil sobre a clamídia, pois esta não é uma doença de notificação obrigatória. No entanto, a infecção é a mais comum no mundo e foi até tema central da série “Sex Education”, da Netflix, que tem como foco o público jovem.

Ela é causada também por uma bactéria que causa sintomas bastante desagradáveis nos órgãos genitais e na região anal. Alguns deles são corrimento, sangramentos espontâneos, dor ou ardor ao urinar e ao fazer sexo e inflamação pélvica em mulheres cisgênero e pessoas trans que possuem vagina.

Já em homens cisgêneros e pessoas trans que possuem pênis, o desconforto acomete principalmente os testículos. Também pode acontecer a inflamação da próstata.

Em casos de transmissão oral, a faringe pode ser afetada pela doença, desencadeando irritação, dores e pus na região. Outra consequência menos frequente é a inflamação das articulações, que podem levar à artrite.

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5 - Gonorreia

O Brasil tem altos índices desta IST. De acordo com o Ministério da Saúde, ocorrem cerca de 500 mil novos casos por ano no país, e a facilidade com que a infecção tem sido transmitida deve-se muito pela dificuldade de seu diagnóstico.

A gonorreia pode provocar inflamação nos órgãos genitais, causando dor ao urinar e corrimento esverdeado ou amarelado. Mas os casos em que a bactéria atinge a garganta ou o reto costumam ser assintomáticos. Ou seja, muitas pessoas infectadas não sabem que estão transmitindo uma doença ao fazer sexo inseguro.

Seu tratamento é simples, sendo curada com uma única dose de antibiótico. Mas o acompanhamento médico posterior é imprescindível, visto que há casos de bactérias superpotentes que resistem à ação dos medicamentos. A falta de cuidado com isso pode levar à infertilidade e inflamações graves pelo corpo, inclusive no coração.

6 - Herpes Genital

De volta às infecções causadas por vírus, encontramos a herpes simples (HSV). A infecção também é tão comum que a Sociedade Brasileira de Dermatologia já aponta que mais de 90% da população brasileira adulta foi contaminada em algum momento de sua vida.

A maioria, porém, foi assintomática. Nos casos em que a doença se manifesta, são provocadas lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais, com várias bolhas, que criam casca e cicatriz, causando ardor, coceira, formigamento e a inflação dos gânglios.

A doença é considerada incurável, pois o vírus se esconde dentro das raízes nervosas, onde o sistema imunológico não tem acesso e, assim, não pode combatê-lo. Pessoas imunossuprimidas devem ficar atentas, pois as vesículas do herpes tomam proporções muito maiores no seu organismo.

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7 - HPV

Um estudo realizado pelo Ministério da Saúde revelou que mais da metade dos jovens brasileiros têm HPV, apesar de existir vacina contra o vírus, sendo o principal método de prevenção à doença. Isso não é um fato de conhecimento popular, pois a maioria dos infectados são assintomáticos.

Mas mesmo em quem a doença não apresenta sintomas, as consequências subclínicas da infecção podem ser muito graves. Além de infectar a pele e as mucosas oral, genital e anal em pessoas de todos os gêneros, o HPV pode provocar o surgimento do câncer de colo de útero.  

Durante seu período de latência, caso haja uma piora no sistema imunológico da pessoa, essa queda de resistência pode desencadear a multiplicação do vírus. Assim, até 20 anos após a infecção, a doença pode se manifestar por meio de sintomas visíveis a olho nu.

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