Alzheimer: o que a Medicina sabe sobre a doença
Alzheimer: confira o que a Medicina sabe sobre a doença e fique por dentro dessa temática tão discutida atualmente!

Em âmbito global, o Alzheimer é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns associadas ao envelhecimento. Caracteriza-se pela perda progressiva das funções cerebrais, resultando em comprometimento cognitivo devido ao declínio funcional gradual.
Neste material, você vai descobrir as principais causas, sintomas e características do Alzheimer. Confira também o que é a doença, as manifestações típicas em cada estágio e as melhores opções de tratamento. Saiba como cuidar melhor da saúde mental. Boa leitura!
Afinal, o que é o Alzheimer?
O Alzheimer é o tipo de demência mais prevalente na população idosa. O grau de comprometimento varia de acordo com certos fatores, como a perda da capacidade funcional da área cerebral afetada. Sendo assim, mesmo que tenha alguns aspectos em comum, os impactos do distúrbio são distintos em cada pessoa.
Em síntese, pode-se afirmar que a doença surge quando um maior número de neurônios morrem ou perdem sua função. Isso acontece porque esse tipo de degeneração afeta diretamente os neurônios, as células estruturais do cérebro.
Nesse cenário, as manifestações começam a surgir gradativamente. Um dos primeiros sinais da instabilidade resultante do Alzheimer são os prejuízos cognitivos, como lapsos de memória.
À medida que os neurônios morrem, ocorre o acúmulo de uma proteína chamada beta-amiloide. Um dos efeitos dessa mudança é o desajuste na conformação estrutural da fisiologia do cérebro.
Os sintomas do Alzheimer se desenvolvem lentamente, mas tendem a piorar com o tempo. Assim, as manifestações da doença se somam e se tornam graves o suficiente na maioria dos pacientes. Com a maior expectativa de vida da população, o número de casos também está aumentando.
Portanto, as alterações fisiológicas que levam ao Alzheimer provocam efeitos tanto na mente quanto no corpo. Quanto mais avançada a doença, maiores serão as interferências na autonomia da pessoa.
Quais as principais características do Alzheimer?
Para melhor compreensão dessa importante temática, confira mais alguns fatos relacionados a essa condição clínica:
- às vezes, a doença pode surgir de forma precoce em indivíduos com menos de 50 anos de idade;
- quando esse distúrbio surge após os 65 anos, ele é classificado como início tardio;
- o Alzheimer é mais prevalente na classe feminina porque a expectativa de vida das mulheres é maior que a dos homens;
- mesmo que não se tenha uma explicação científica para essa relação, já foi confirmado que o Mal de Alzheimer é mais comum em pessoas diabéticas e com doenças cardiovasculares.
Como é o panorama do Alzheimer na atualidade?
A seguir, confira alguns dados sobre o Alzheimer, que foram publicados no site Agência Brasil de notícias. As informações publicadas foram divulgadas, recentemente, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Em síntese, as estatísticas sobre a doença sugerem a necessidade de estimular a busca de diagnóstico precoce, já que os números de casos de Alzheimer são extremamente preocupantes. Observe:
- a estimativa é que 55 milhões de pessoas tenham algum tipo de demência, principalmente a doença de Alzheimer;
- em termos mundiais, essa enfermidade atinge sete de cada dez indivíduos;;
- a projeção é que os casos de Alzheimer chegarão a 74,7 milhões, em 2030, e 131,5 milhões, em 2050.


- estima-se que mais de milhão de brasileiros convivam com problemas cognitivos.
Do ponto de vista fisiológico, como é um cérebro com Alzheimer?
Como já descrito, a doença é caracterizada pela acumulação excessiva de placas de proteína beta-amiloide, que se tornou um marco patológico da Doença de Alzheimer.
Em linhas gerais, essa proteína é um fragmento celular do precursor de uma unidade de proteína maior chamada PPA (Proteína Precursora do Amiloide). Em condições normais, a PPA é processada e posteriormente eliminada adequadamente pelo organismo.
No entanto, por influência do processo natural do envelhecimento, em indivíduos com Alzheimer, ocorre um acúmulo anormal dessa substância no cérebro, resultando na formação de depósitos insolúveis: as placas amiloides.
Biologicamente, essa mudança estrutural leva à formação de emaranhados neurofibrilares no cérebro. Em doenças crônicas como o Alzheimer, essa alteração da conformação cerebral provoca a redução dos neurônios funcionais.
Essa situação decorre da interferência dessas placas na comunicação entre os neurônios, que começam a morrer. Assim, o Alzheimer resulta de uma cascata de eventos que, paralelamente às alterações senis, provoca danos neurais progressivos e morte celular.
Ainda não se sabe ao certo a razão para o acúmulo anormal de beta-amiloide, principalmente na doença precoce. Contudo, algumas teorias sugerem disfunções no metabolismo da proteína e alterações na capacidade de defesa imunológica cerebral.
Proteína Tau
Outro importante marcador associado ao desenvolvimento do Alzheimer é a proteína fosfo-tau. Na fisiologia normal do cérebro, a proteína Tau desempenha um papel essencial na estabilização dos microtúbulos, que são responsáveis pelo transporte intracelular nos neurônios.
A regulação da Tau se dá por mecanismos de fosforilação e desfosforilação, assegurando seu correto funcionamento. No entanto, no Alzheimer, há um distúrbio nesse processo de regulação, resultando na hiperfosforilação da proteína. Isso leva à aglomeração da Tau e à formação de emaranhados neurofibrilares dentro dos neurônios.
Semelhante ao que ocorre com a beta-amiloide, o acúmulo desses emaranhados causa disfunções neuronais, resultando em danos celulares, morte dos neurônios e comprometimento das conexões sinápticas.
Por que ocorre o declínio cognitivo?
Assim como acontece em todas as doenças neurológicas as perdas cognitivas no Alzheimer ocorrem de forma gradual e resultam de fatores multicausais. Nesse caso, o declínio é progressivo, causando sintomas à medida que os emaranhados neurofibrilares se desenvolvem. Junto às placas amiloides, a quantidade de emaranhados formados contribui para a progressão da doença.
É fundamental destacar que tanto a beta-amiloide quanto a proteína Tau são características importantes do Alzheimer, embora sejam processos independentes que influenciam a manifestação da doença.
Além disso, esses dois fatores tornam-se ainda mais relevantes quando combinados a influências genéticas e ambientais. Juntos, esses mecanismos promovem o desenvolvimento e a progressão do Alzheimer.
Porém, é essencial lembrar que a simples alteração dos marcadores citados, de forma isolada, não garante o diagnóstico da doença. Embora tenham correlação com os sintomas clínicos, devem ser interpretados como indicadores para um possível diagnóstico precoce de demências.


Quais são as etapas do Alzheimer?
As fases da doença surgem conforme o nível de comprometimento dos sintomas. Observe!
Estágio inicial
Classificada como a primeira fase, essa é a que apresenta sintomas mais leves e seu tempo de duração é cerca de 3 anos. Nessa fase, o paciente apresenta apenas sintomas vagos e difusos.
Em geral, a queixa principal é a memória fraca e alterada. Em alguns indivíduos, o estágio inicial pode vir acompanhado de comprometimento da linguagem e desorientação.
Nessa etapa, os sinais mais comuns são:
- perda leva de memória;
- esquecimento pontual de locais que guardou objetos, por exemplo;
- dificuldade para lembrar o nome de pessoas;
- dificuldade para lembrar da data de compromissos.
Estágio intermediário
Em geral, o segundo estágio varia de 3 a 5 anos. Com raras exceções, nessa fase, o paciente ainda apresenta evolução lenta e progressiva da doença. Familiares, profissionais e pessoas próximas podem perceber o prejuízo da memória e alterações cognitivas mais evidentes.
Alguns pacientes podem apresentar alterações no julgamento de valor, na organização da rotina e no planejamento financeiro. Há, ainda, o comprometimento da postura, marcha e equilíbrio que, inclusive, pode ser confundido com a Doença de Parkinson. Por isso, as doenças neurodegenerativas têm sido amplamente abordadas na Medicina preventiva.
De modo geral, os sinais mais presentes na etapa intermediária são:
- perda de memória recente;
- sinais de ansiedade e depressão;
- mau humor frequente;
- irritabilidade e agressividade;
- dificuldade para harmonizar o raciocínio;
- leve desorientação no tempo e no espaço;
- perda da motivação para as atividades de rotina.
Estágio avançado
Quando a doença atinge esse estágio, os sintomas se tornam mais graves e o declínio cognitivo é acentuado. A duração dessa fase pode variar significativamente, dependendo da idade do paciente, do grau de progressão da doença e das comorbidades associadas.
Atualmente, os avanços nos tratamentos medicamentosos, juntamente com a maior disponibilidade de recursos, permitem controlar as principais complicações da doença. Assim, alguns sintomas, como infecções e lesões por pressão, podem ser geridos de forma eficaz, proporcionando uma maior longevidade às pessoas afetadas.
Nesta última fase, há um comprometimento significativo das funções vitais. O paciente exige cuidados em tempo integral e pode apresentar dificuldades para se comunicar, além de estar em risco de convulsões.
Quando a doença atinge a fase avançada, os sinais mais prevalentes são:
- agitação noturna ou insônia;
- incontinência urinária e fecal;
- alteração do apetite e do sono;
- relatos de quadros paranoicos;
- dificuldade para higiene pessoal;
- muita dificuldade ou incapacidade de locomoção;
- perda parcial ou total da autonomia para vestir-se e alimentar-se;
- intensificação de falas agressivas ou de comportamento inadequado;
- episódios de alucinações visuais ou auditivas tornam-se mais frequentes;
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da Doença de Alzheimer continua sendo clínico, mas alguns marcadores biológicos sanguíneos podem auxiliar na precisão dos resultados. A avaliação desses marcadores é essencial para analisar os sintomas e ajudar o médico a definir o diagnóstico da doença.
Como os sintomas são semelhantes aos de outras doenças neurológicas, a confirmação diagnóstica do Alzheimer exige uma anamnese criteriosa. Por isso, exames de imagem são considerados uma excelente ferramenta para o diagnóstico diferencial.
Nesse contexto, é ideal realizar uma avaliação específica das funções cerebrais mais afetadas pelo Alzheimer. Para isso, existem testes específicos que avaliam o escore do nível de funcionalidade no envelhecimento.
Além disso, o exame de sangue é importante, pois pode revelar alterações em elementos que ajudam a identificar o quadro clínico.
Qual é a importância do diagnóstico precoce de Alzheimer?
Assim como em qualquer doença, o diagnóstico precoce é crucial para a reabilitação e pode reduzir as chances de evolução do quadro. Portanto, quem convive com familiares idosos deve ficar atento aos sinais listados anteriormente.
No entanto, é importante evitar precipitações quanto a suspeitas de diagnóstico. Seja empático e evite comentários desnecessários que possam afetar a autoestima do seu ente querido. Antes de receber um diagnóstico definitivo da Doença de Alzheimer, tenha cuidado para não agravar a saúde mental e emocional da pessoa.
Se você suspeitar de algum sinal, converse com o familiar sobre a importância de buscar ajuda profissional. A avaliação deve ser feita em uma consulta com um médico especialista em saúde mental, como um psiquiatra.
Se a doença for detectada no início, há maiores chances de controlar os sintomas do Alzheimer e evitar a progressão do quadro. Por isso, comece a observar sinais que possam indicar comprometimento da memória ou que outras funções cognitivas necessitem de avaliação.
Saber quais são as principais manifestações iniciais das demências típicas do envelhecimento é fundamental para identificar situações que exigem tratamento, ajudando a reduzir os impactos na rotina e na qualidade de vida do paciente.
Além do mais, as doenças neurológicas costumam ser cobradas no ENEM e nos vestibulares, já que são temáticas bastante discutidas. Para quem pretende cursar Medicina, também é importante se familiarizar com assuntos de cunho epidemiológico e de relevância coletiva.
Como cuidar da saúde do cérebro?
Não há dúvida de que a manutenção dos cuidados com o cérebro é determinante para viver com mais saúde, concorda? Com algumas práticas, é possível promover a saúde do cérebro e evitar o desenvolvimento de certos males. Veja como fazer isso:
- hidrate-se;
- cuide da alimentação;
- mantenha o sono regular;
- faça atividade física regularmente;
- cultive bons hábitos em sua rotina;
- concentre-se em emoções positivas;
- faça exames médicos periodicamente;
- reduza o consumo de álcool e de cigarros;
- controle o estresse e acalme o seu coração.
Como você notou, o Alzheimer progride lentamente, mas o quadro pode ser controlado com intervenções terapêuticas adequadas. Por isso, o ideal é ficar atento ao surgimento de sintomas sugestivos desse mal, visitar regularmente o seu médico e manter a saúde mental em dia.
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