Afinal, o que é saúde?
Neste artigo, vamos esclarecer os três principais mitos sobre a saúde para você expandir a sua visão sobre esse conceito. Confira!
Com a quantidade de informação que recebemos sobre hábitos saudáveis, seja pelos canais de mídia tradicionais ou pela internet, se perguntar o que é saúde pode parecer uma coisa estranha. Não é óbvio? Uma pessoa saudável não é aquela que está com o Índice de Massa Corporal (IMC) ideal para sua altura, não precisa de remédios e bebe bastante água?
Não necessariamente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a resposta para nossa pergunta seria “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Ou seja, ter saúde é um privilégio na sociedade em que vivemos hoje.
E, infelizmente, mesmo as pessoas que podem cuidar destas três esferas de suas vidas, às vezes, não conseguem ser saudáveis por conta de mitos, que há muito tempo são tidos como verdades. A seguir, vamos esclarecer os três principais para você expandir a sua visão sobre esse conceito.
Esporte nem sempre é sinônimo de saúde
Atividades físicas regulares e esporte são coisas diferentes, e isso inclui não apenas os esportes desempenhados por profissionais de alto nível, mas também aqueles que, mesmo sendo amadores, possuem um objetivo competitivo real. Calma, nós já vamos explicar o porquê disso.
De modo geral, a competição com adversários ou consigo mesmo que é promovida pela prática esportiva faz com que as pessoas busquem ultrapassar os seus próprios limites. É por esse motivo que lesões ortopédicas são tão comuns entre atletas.
Já a carga de exercício físico recomendada pelos médicos pode ser facilmente alcançada com atividades de baixo impacto. Enquanto um tem potencial para acarretar arritmias cardíacas, o outro cumpre o papel de prevenir e controlar quadros de cardiopatias, entre outras doenças crônicas.
Corpos gordos e/ou acima do peso
A gordofobia tem sido pauta de muitas discussões recentes, e não é para menos. A medição utilizada até hoje para determinar se uma pessoa está muito magra, abaixo ou acima do peso, em seu peso ideal ou obesa é o Índice de Massa Corporal (IMC), que data do século XIX.
Se ela fosse apenas desatualizada, o problema seria menor. No entanto, este método de antropometria foi introduzido na sociedade como medida eugenista, para estabelecer o que seria um “corpo humano normal”. Daí, para chamá-lo de saudável e colocá-lo como um padrão a ser conquistado por todos foi um pulo.
Um estudo da Universidade de Los Angeles (UCLA) apontou que o IMC classificou incorretamente mais de 50 milhões de estadunidenses saudáveis como “doentes”. Os psicólogos à frente da pesquisa conseguiram revelar o equívoco a partir dos resultados de seus exames laboratoriais.
Quase metade das pessoas classificadas como “acima do peso” estavam, na verdade, saudáveis. Além disso, mais de 30% das pessoas com o IMC considerado normal deveriam cuidar melhor de sua saúde.
Existem muitas causas para o desenvolvimento da obesidade. Se alimentar mal e em excesso é, sim, um fator. Porém, vários outros podem contribuir como: falta de sono, medicamentos, desequilíbrio hormonal, genética, distúrbios mentais e até o nível de poluição atmosférica.
Estigma associado a remédios psicoativos prejudica a saúde
E quem toma remédio controlado pode ser saudável? A resposta certa é: claro que sim. Mas, infelizmente, por conta do estigma social direcionado a quem sofre com distúrbios mentais, muitas pessoas se recusam a fazer o tratamento medicamentoso, o que as torna menos saudáveis e disfuncionais.
A psicofobia já foi tema da redação do Enem, na edição de 2021, e ainda assim avançamos pouco no combate a essa forma de preconceito. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, cerca de 800 mil pessoas cometem suicídio por ano. Isso equivale a uma morte a cada 40 segundos.
Atualmente, há mais de um bilhão de pessoas sofrendo com transtornos psicológicos no mundo, sendo 300 milhões pacientes em tratamento para depressão. Outros distúrbios comuns são o transtorno afetivo bipolar (60 milhões); demência (50 milhões); e esquizofrenia (23 milhões).
As doenças mentais, no fim das contas, acabam por afetar também as condições físicas das pessoas, para além do comportamento. A pessoa depressiva, por exemplo, deita e dorme durante o dia, evitando uma ou mais refeições, pois seu cérebro não está produzindo serotonina o suficiente para mantê-la ativa e interessada nas atividades cotidianas.
Psicoterapia aliada aos medicamentos
Não existe uma única causa para o desencadeamento de nenhum distúrbio mental. Porém, a exposição à violência, abuso moral, sexual ou psicológico, a perda de um ente querido e uma má qualidade de vida, por condições socioeconômicas precárias podem ser gatilhos.
Via de regra, os médicos psiquiatras recomendam a medicação para tratar os efeitos químicos que o distúrbio causa no cérebro da pessoa. Dependendo do distúrbio, o uso será permanente, para garantir à pessoa o seu bem-estar mental e, portanto, a sua saúde.
Em outros casos, o uso de remédios se dá para que o órgão eventualmente volte ao seu funcionamento ideal. Mas os especialistas têm cada vez mais receitado, junto aos remédios, mudanças de hábitos e a psicoterapia, pois é com a ajuda do psicólogo que as pessoas passam a ter as ferramentas necessárias para recuperar o controle de suas mentes.
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