Violência patrimonial: entenda o que é e como pode afetar a vida de uma pessoa
Você já ouviu falar sobre violência patrimonial? Descubra mais sobre esse tema e como ele pode afetar as pessoas!
A violência patrimonial, muitas vezes subestimada ou desconhecida, pode transformar vidas, minando a liberdade de quem a sobre. Isso porque a autonomia financeira desempenha um papel fundamental na vida de qualquer indivíduo, especialmente para as mulheres.
Afinal, o controle dos próprios recursos financeiros dá poder, independência e qualidade de vida. Com isso, quando essa autonomia é comprometida, as repercussões podem ser graves.
Preparamos este artigo para explicar o que é esse conceito e como ela pode afetar a vida de uma pessoa. Vamos lá?
Qual o valor da autonomia financeira?
A independência financeira não é apenas uma questão de ter dinheiro. Ela representa liberdade, autoestima e a capacidade de tomar decisões sobre a própria vida. Imagine por um momento um mundo em que cada decisão que você toma ou cada compra que faz, seja vigiada e controlada por outra pessoa. Parece opressivo, não é mesmo? E essa é a realidade de muitas vítimas de violência patrimonial.
No contexto das mulheres, isso se torna ainda mais importante, já que é uma garantia de segurança, de poder decidir o próprio destino e de proteger a si e a seus filhos.
O que é a violência patrimonial?
Quando pensamos em violência, frequentemente visualizamos agressões físicas ou verbais. No entanto, assim como a violência emocional – tal qual o gaslighting ou o bullying –, a que se refere ao patrimônio é algo mais sutil, mas não menos destrutiva. Ela se manifesta quando uma pessoa toma para si o controle dos recursos financeiros de outra, privando-o de sua autonomia e liberdade.
Ela pode ser mascarada como "preocupação" ou "proteção" e alguns sinais incluem:
- negar acesso a contas bancárias ou cartões de crédito;
- tomar decisões financeiras unilaterais;
- proibir ou dificultar que a vítima trabalhe;
- controlar o salário da vítima;
- causar dívidas ou comprometer o nome da vítima sem o seu consentimento.
Veja o caso da Larissa Manoela
A situação envolvendo a atriz e seus pais é um exemplo emblemático de violência patrimonial. Essa situação ocorre quando uma parte se utiliza do controle ou manipulação econômica para subjugar ou privar outra de seus recursos ou direitos.
No caso da Larissa, desde muito jovem, os seus rendimentos eram administrados por seus pais. Ao buscar autonomia financeira na fase adulta, ela se deparou com obstáculos e descobertas que indicavam um desequilíbrio na distribuição e controle dos seus bens.
A necessidade de ceder um patrimônio substancial, de R$18 milhões, aos seus pais para resolver conflitos familiares demonstra a extensão da vulnerabilidade patrimonial a que estava exposta, reforçando a importância de se reconhecer e combater tais práticas em diferentes contextos sociais.
Como evitar a violência patrimonial?
A violência patrimonial, embora oculta, é uma das formas comuns de abuso. As suas raízes penetram profundamente nas relações, muitas vezes ofuscando a capacidade da vítima de reconhecer e responder. Entretanto, com os passos certos, é possível reverter essa situação. Veja algumas dicas de como evitá-la!
Invista na educação e conscientização
Conhecer e compreender as diversas formas de violência como a patrimonial e o bullying é a base de qualquer esforço para combatê-la. Portanto, invista em si mesmo: leia, participe de seminários ou workshops e incentive discussões abertas sobre o tema em grupos de apoio ou comunidades. Quando você se torna ciente, não apenas se protege, mas também ajuda os outros a se defenderem.
Proteja os seus bens pessoais
No cerne da violência patrimonial está o controle e a manipulação dos bens financeiros e recursos da vítima. Garanta a segurança dos seus documentos importantes, como escrituras de bens imóveis e contratos, em um lugar seguro.
Além disso, considere a possibilidade de abrir uma conta bancária separada e, sempre que possível, atualize e modifique senhas de contas online. No entanto, lembre-se: a segurança pessoal é a sua prioridade máxima.
Busque suporte legal
Muitas vezes, a solução para a violência patrimonial reside no sistema legal. Consultar um advogado especializado em direito de família pode ser um bom começo.
Você também pode manter registros meticulosos de todas as interações financeiras. Com a lei ao seu lado, você pode encontrar uma rota clara para a recuperação.
Procure redes de apoio
Não subestime o poder da comunidade. Falar sobre a sua experiência com amigos, familiares ou em grupos de apoio especializados pode ser uma forma não apenas de aliviar a carga emocional, mas também de encontrar soluções práticas e conselhos úteis. Além disso, a terapia pode ser uma ferramenta valiosa no processo de superação.
Elabore um plano de saída
Em alguns cenários, o mais prudente pode ser se afastar do ambiente tóxico. Para isso, é fundamental ter um plano. Mas atenção: identifique locais seguros para se refugiar, seja na casa de um amigo confiável ou em um abrigo.
Além disso, prepare-se previamente, tendo um "kit de emergência" pronto, e sempre tenha à mão uma lista de números de emergência e contatos úteis.
O que fazer se alguém está sendo vítima de violência patrimonial?
As consequências dessa situação vão além das finanças e podem corroer a autoestima, a confiança e até mesmo a esperança da vítima. No entanto, mesmo nas sombras desse desafio, existem passos que qualquer pessoa pode tomar para se libertar. Acompanhe!
Reconhecer o problema
O primeiro e talvez o passo mais desafiador é admitir para si mesmo que está sendo vítima de violência patrimonial. É essencial identificar os sinais, como privação de autonomia financeira ou controle de recursos financeiros do parceiro, para poder agir.
Muitas vezes, esse reconhecimento vem de conversas com amigos, terapeutas ou até mesmo de leituras sobre o assunto.
Documentar tudo
É importante documentar todas as instâncias de controle financeiro ou manipulação. Guarde recibos, e-mails, mensagens de texto e qualquer outra forma de comunicação relacionada às suas finanças.
Esse registro não apenas ajudará a solidificar sua própria compreensão, mas também servirá como evidência caso você decida buscar ajuda legal.
Criar um fundo de emergência
A violência patrimonial frequentemente deixa as vítimas financeiramente vulneráveis. Por isso, é essencial estabelecer um fundo de emergência, mesmo que pequeno. O ideal é fazer isso em uma conta separada, a qual o agressor não tenha acesso. Esses recursos podem ser cruciais se a vítima decidir deixar a situação.
Violência patrimonial é coisa séria!
Como você pode perceber, ao entender a violência patrimonial, nos deparamos com uma dimensão profunda do que significa ser autônomo e livre. Enquanto muitos podem negligenciar ou subestimar sua gravidade, o impacto desse abuso na vida de uma pessoa pode ser tão devastador quanto qualquer forma de violência física.
A privação não é apenas material, mas emocional e psicológica. Assim, a independência financeira não é apenas uma questão de ter dinheiro. Significa ter o direito e a liberdade de decidir, de planejar o próprio futuro e de se proteger contra adversidades. E é importante buscar formas de acabar com essa situação.
Gostou deste post? Aproveite para seguir as nossas páginas nas redes sociais. Estamos no: Instagram, LinkedIn, YouTube e Facebook. Até a próxima!