TDAH: o que é, como ter um diagnóstico correto e formas de tratar
Afinal, o que é o TDAH? Como ele se manifesta? Quais são os tratamentos? Tire todas as suas dúvidas sobre o tema!
Você já ouviu falar sobre TDAH? O transtorno de déficit de atenção é um problema bastante prevalente, especialmente entre as crianças. De acordo com dados do Governo Federal, cerca de 7,6% das pessoas entre 6 e 17 anos lidam com essa realidade.
No entanto, esse transtorno não afeta apenas os pequenos. A mesma estatística mostra que 6,1% dos adultos acima de 44 anos também são diagnosticados com essa questão.
Diante de números tão expressivos, é importante que você entenda mais sobre essa condição. Afinal, ela pode ser cobrada nos vestibulares ou ser útil em seu dia a dia fora das provas. Sem contar que estará presente em sua rotina como médico(a), no futuro.
E então, vamos lá? Continue a leitura para saber mais!
O que é o TDAH?
Em primeiro lugar, vamos entender o que é o TDAH. De forma geral, é um transtorno que afeta a capacidade da pessoa de manter a atenção e controlar impulsos, podendo causar hiperatividade. Esse transtorno geralmente aparece na infância e pode continuar na adolescência e na vida adulta.
Ele tende a ser hereditário, ou seja, pode passar de pais para filhos. Mas isso não é tudo, uma vez que alguns fatores ambientais também são fortes influenciadores, tais como:
- exposição a substâncias tóxicas durante a gravidez, como álcool e tabaco;
- nascimento prematuro ou baixo peso ao nascer;
- exposição a altos níveis de chumbo ou outras toxinas ambientais.
Quais são os sintomas mais prevalentes?
Agora, é hora de você conhecer os sintomas mais comuns do TDAH. Vamos lá?
Dificuldade em manter a atenção
Pessoas com TDAH costumam ter problemas para manter o foco em tarefas ou atividades, especialmente em situações que exigem atenção prolongada, como estudar ou assistir a uma aula. Isso faz com que a distração fácil também seja um problema.
Esquecimento no dia a dia
Essas pessoas tendem a esquecer compromissos, tarefas ou atividades diárias, como retornar uma ligação ou fazer um dever de casa. Isso também leva à perda de objetos, mesmo que tenham acabado de deixá-los em algum lugar.
Dificuldade de organização
Os pacientes com TDAH enfrentam desafios na organização de tarefas, incluindo a gestão do tempo e a execução de etapas necessárias para completar um projeto. Por isso, a procrastinação “crônica” também é algo que pode ser prevalente.
Inquietação
Pessoas com TDAH podem mexer ou bater mãos e pés, ou se contorcer na cadeira, demonstrando uma incapacidade de ficar paradas. Além disso, manter-se sentado pode ser um desafio, já que elas tendem a se levantar em situações em que é esperado que permaneçam sentadas, como em salas de aula ou em reuniões.
Muita energia
Essas pessoas estão frequentemente "a mil". Quando crianças, por exemplo, é comum vê-las correndo ou subindo nas coisas em momentos inadequados. Em adultos, isso pode se manifestar como uma sensação de inquietação interna.
Inquietação na fala
Outro sintoma frequente é que essas pessoas podem falar demais, às vezes de forma ininterrupta. Também podem ter dificuldades em esperar a sua vez de falar. Assim, a interrupção muitas vezes é comum.
Quando os sintomas costumam aparecer?
Os sintomas de TDAH geralmente começam a se manifestar na infância, por volta dos 3 aos 6 anos de idade. É comum que se notem sinais de desatenção, hiperatividade ou impulsividade durante os primeiros anos de escola, quando as demandas por atenção e controle comportamental aumentam.
No entanto, os sintomas podem persistir na adolescência e na vida adulta. Alguns podem se atenuar com o tempo, mas muitos indivíduos continuam a enfrentar desafios relacionados ao TDAH em várias áreas da vida, incluindo a acadêmica, a profissional e a social.
Além disso, é importante notar que o diagnóstico tardio pode existir, fazendo com que a pessoa sofra ao longo da vida com um problema que ela não sabe que tem.
Há diferentes tipos ou graus de TDAH?
O transtorno de déficit de atenção pode se manifestar de diferentes maneiras e em diversos graus. Ele é classificado em três tipos principais.
O primeiro é conhecido como “predominantemente desatento”. Nesse tipo, os sintomas de desatenção são mais fortes do que os de hiperatividade e impulsividade. Depois, temos o “predominantemente hiperativo-impulsivo”. Assim, há uma mescla de hiperatividade e impulsividade como mais prevalentes.
Por fim, há o tipo “combinado”. Nele, o paciente tem características de sintomas de desatenção e hiperatividade-impulsividade. Assim, ele terá sintomas dos dois grupos ocorrendo simultaneamente.
Quais são os diagnósticos diferenciais do TDAH?
Diagnóstico diferencial é o nome dado aos problemas de saúde que podem trazer os mesmos sintomas que o TDAH. De modo geral, eles são:
- transtorno de ansiedade;
- transtorno depressivo;
- transtornos de conduta;
- transtorno opositivo desafiador (TOD);
- transtornos de aprendizagem;
- transtorno do espectro autista (TEA);
- hipotireoidismo;
- distúrbios do sono.
Assim, é importante que o paciente receba um diagnóstico preciso para que o tratamento seja adequado às suas necessidades. Portanto, é crucial que problemas, incluindo os físicos, como o hipotireoidismo, sejam eliminados da lista de possibilidades.
Como é feito o diagnóstico do transtorno?
E já que estamos falando de diagnóstico, por que não nos aprofundarmos em como isso é feito? Afinal, como os profissionais chegam a essa conclusão?
A primeira etapa do diagnóstico é uma entrevista detalhada com o paciente e, frequentemente, com seus pais ou responsáveis. O objetivo é coletar informações sobre o histórico de sintomas, comportamentos e experiências do indivíduo, incluindo a infância e o desenvolvimento atual.
A partir disso, é feita uma avaliação dos sintomas de cada paciente. Nesse momento, o foco está em determinar se os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade estão presentes e em que intensidade.
Para isso, são usadas as Escalas de Avaliação (como a de Conners) e questionários específicos, como o de Vanderbilt. Esses testes são feitos em consultório por especialistas no assunto.
Ao mesmo tempo, são feitas avaliações de outras condições, para excluir os diagnósticos diferenciais mencionados acima. Caso nada seja encontrado e os resultados dos testes de avaliação sejam positivos, é fechado o diagnóstico de transtorno de déficit de atenção.
Quais são as formas de tratar o transtorno de déficit de atenção?
E o tratamento? Ele é multifacetado, ou seja, tem abordagens que variam bastante. Vamos conhecer as principais?
Medicação
É comum o uso de medicamentos para ajudar a controlar os sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. O objetivo é reduzir os sintomas, para melhorar o funcionamento diário e a qualidade de vida.
Os remédios usados aumentam os níveis de neurotransmissores no cérebro, melhorando a atenção e o controle dos impulsos.
Terapias comportamentais
São terapias focadas em modificar comportamentos problemáticos e desenvolver habilidades de vida. Elas têm o objetivo de ensinar estratégias para gerenciar os sintomas e melhorar o comportamento.
Treinamento de habilidades sociais
Nas terapias, é possível que ocorram sessões para melhorar a capacidade de interagir e se relacionar com os outros. Aqui, o foco está em ajudar a melhorar habilidades sociais, como a comunicação e a resolução de conflitos.
Mudanças no estilo de vida
Como tudo na vida, é essencial que mudanças sejam feitas para adaptar o paciente à nova realidade e ajudá-lo a lidar melhor com o diagnóstico. Assim, adaptações na rotina diária e hábitos de vida para ajudar a gerenciar os sintomas do TDAH também fazem parte do tratamento.
Alguns exemplos envolvem o estabelecimento de rotinas regulares, práticas de exercício físico e alimentação saudável.
Como os pacientes podem lidar com o transtorno no dia a dia?
O diagnóstico e o tratamento não são tudo. É importante que os pacientes também sejam orientados a investir em estratégias que possam facilitar a própria rotina. Mas como isso é possível? Confira algumas dicas!
Estabeleça rotinas estruturadas
Uma rotina bem estruturada pode ser a chave para ajudar a gerenciar os sintomas do TDAH. Imagine ter um plano claro para o seu dia, em que cada tarefa tem um horário específico. Isso não só ajuda a manter o foco, mas também reduz a ansiedade sobre o que vem a seguir.
Você pode usar calendários, aplicativos ou até mesmo uma agenda tradicional para criar essa rotina. Experimente anotar suas atividades diárias e tente seguir essa programação. Com o tempo, você vai perceber como essa organização pode fazer uma diferença enorme no seu dia a dia.
Divida as tarefas em passos menores
Quando você olha para uma tarefa grande, pode ser fácil se sentir sobrecarregado. Uma estratégia eficaz é dividir essa tarefa em passos menores e mais gerenciáveis.
Por exemplo, imagine que você tenha uma prova importante. Nesse caso, em vez de tentar estudar tudo de uma vez, divida o conteúdo em tópicos menores e estude um de cada vez. Isso torna a tarefa menos assustadora e mais alcançável.
Além disso, cada pequeno passo concluído pode servir como uma vitória, ajudando a manter a motivação.
Crie um ambiente de estudo ou trabalho organizado
Um ambiente organizado é essencial para quem tem TDAH. Manter seu espaço de trabalho ou estudo limpo e livre de distrações pode ajudar muito na concentração. Pense em manter apenas os itens necessários para a tarefa à mão e guarde ou descarte o que não é útil no momento.
Experimente organizar seu espaço regularmente para evitar o acúmulo de bagunça. Um ambiente organizado não só melhora a eficiência, mas também cria uma sensação de calma e controle, facilitando a realização de tarefas.
Use estratégias de gestão do tempo
Gerenciar bem o tempo é crucial para quem tem TDAH. Uma boa dica é usar técnicas como o método Pomodoro. Nele, você alterna períodos de trabalho ou estudos (com mais ou menos 25 minutos) com momentos de descanso. Outra dica é usar cronômetros ou alarmes para se lembrar de começar ou parar uma tarefa.
Definir metas diárias e prioridades também ajuda a manter o foco e a produtividade. Experimente diferentes estratégias até encontrar o que funciona melhor para você e veja como pode ser mais fácil manter o controle do seu tempo.
Pratique técnicas de atenção e foco
A prática de técnicas de atenção e foco pode melhorar significativamente a sua capacidade de gerenciar os sintomas do TDAH. Exercícios de mindfulness, por exemplo, ajudam a treinar sua mente para se concentrar no momento presente. Outra técnica útil é a meditação, que pode ser praticada por alguns minutos diariamente.
Além disso, técnicas de respiração profunda podem ajudar a acalmar a mente e a aumentar a concentração. Incorporar essas práticas na sua rotina pode fazer uma grande diferença na sua capacidade de manter o foco.
Estabeleça recompensas e consequências
Criar um sistema de recompensas e consequências pode ser uma excelente maneira de motivar e manter a disciplina. Pense em pequenas recompensas para quando você completar uma tarefa, como assistir a um episódio da sua série favorita ou comer algo de que você goste bastante.
Da mesma forma, estabeleça consequências para quando não cumprir uma tarefa, como não poder usar o celular por um tempo. Esse sistema ajuda a criar um senso de responsabilidade e recompensa, tornando mais fácil manter-se no caminho certo.
Procure apoio profissional e social
Nunca subestime o valor de procurar apoio profissional e social. Um terapeuta pode oferecer estratégias personalizadas para ajudar a gerenciar os sintomas do TDAH. Além disso, participar de grupos de apoio pode ser extremamente benéfico. Mas por que?
Nesses grupos, você pode compartilhar experiências, ouvir histórias semelhantes e aprender novas estratégias de enfrentamento. Ter uma rede de apoio pode fazer toda a diferença na sua jornada, proporcionando encorajamento e compreensão.
Desenvolva hábitos de vida saudáveis
Adotar hábitos de vida saudáveis é fundamental para gerenciar o TDAH. Isso inclui manter uma dieta equilibrada, praticar exercícios regularmente e garantir uma boa noite de sono. Atividades físicas, em particular, são conhecidas por ajudar a melhorar o foco e a reduzir a hiperatividade.
E isso não é tudo! Não se esqueça de que uma alimentação rica em nutrientes pode fornecer a energia necessária para manter a concentração. Assim, estabelecer uma rotina de sono regular também é crucial, pois o descanso adequado ajuda a mente a funcionar melhor.
Desenvolva habilidades de autoajuda
Desenvolver habilidades de autoajuda pode aumentar significativamente a sua autonomia e capacidade de gerenciar o TDAH. Isso inclui aprender técnicas de organização, gerenciamento de tempo e estratégias de foco.
Existem muitos recursos disponíveis, como livros, vídeos e workshops, que podem ensinar essas habilidades. Investir tempo em aprender e praticar essas técnicas pode resultar em uma melhoria significativa na sua capacidade de lidar com os desafios diários do TDAH.
Foque na comunicação clara
Por fim, a comunicação clara é uma habilidade essencial para quem tem TDAH. Ser capaz de expressar suas necessidades e sentimentos de maneira eficaz pode melhorar significativamente suas interações pessoais e profissionais.
Além disso, desenvolva habilidades de escuta ativa, prestando atenção no que os outros estão dizendo e respondendo de forma construtiva. Uma comunicação clara ajuda a evitar mal-entendidos e promove relacionamentos mais saudáveis e produtivos. Só vantagens!
Agora que você já tem as respostas sobre o TDAH e conhece as principais características do transtorno de déficit de atenção, é hora de repassar essas informações para as pessoas que você conhece. Afinal, informação é poder!
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