Estágio e carreira

Megatendência: o que é e como planejar sua carreira

Quem não se adaptar às megatendências acabará sendo soterrado por elas Aprenda a ser um empreendedor de sucesso e ou um profissional disputado

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Enquanto tendência se limita a uma mera inclinação, podendo ser até de uma única pessoa, o conceito de megatendência refere-se a ideia de que existem forças poderosas capazes de alterar sistemas econômicos inteiros a médio e longo prazo. O que são estes sistemas senão um espaço imaginário de cadeias produtivas reais, com milhões de relações trabalhistas envolvidas e de oportunidades de negócio a serem aproveitadas? Pelo título, você poderia achar que este assunto não lhe diz respeito, mas agora que já leu a introdução, provavelmente mudou de ideia.

E ainda bem! Pois o indivíduo que não for capaz de se adaptar às megatendências que impactarão macronegócios no mundo todo acabará sendo soterrado por elas. Neste artigo, nós falaremos sobre como você pode planejar sua carreira tanto para ser um empreendedor de sucesso quanto para ser um profissional com elevado índice de empregabilidade. Bora lá?

Megatendências para funcionários

Sua história lhe torna único

A linha que separa o profissional do pessoal está cada vez mais tênue no mercado de trabalho. Hoje, tornou-se bastante comum encontrar publicações sobre rotina de exercícios físicos, família e saúde mental em redes sociais como o LinkedIn, por exemplo. Mas como chegamos aqui?

Isso se deve ao fato de que, enfim, percebeu-se que as pessoas não são fragmentadas em duas personalidades; que as conquistas em um âmbito de suas vidas influenciam diretamente nos outros; e suas dificuldades também. Inclusive, isso é o que pessoas com filhos, especialmente as mulheres, argumentam há muito tempo.

Em 2014, um estudo norte-americano descobriu que as mães eram mais produtivas em seus empregos do que as mulheres sem filhos. Foram analisadas respostas coletadas por 10 mil acadêmicos, comparando-as com seus registros de publicação ao longo de uma carreira de 30 anos. Em geral, não houve diferença entre os homens, mas os pais com dois filhos destacaram-se dos demais.

Se pararmos um segundo para pensar, esses números não surpreendem. Afinal, é óbvio que pessoas responsáveis por crianças e adolescentes têm melhor habilidade para gerenciamento de tempo e para negociação. Infelizmente, ainda existe resistência quanto à contratação de mães, pais e guardiões. Mas é a divulgação de pesquisas como essa que está mudando o jogo.

Outras experiências de vida contribuem igualmente ao desenvolvimento de soft skills. Então, em vez de esconder sua história por vergonha, coloque-a no centro do seu branding profissional com muito orgulho.

Trabalho sem fronteiras

Mesmo após a massificação do acesso à internet, a necessidade de deslocar-se para o local de trabalho, proveniente do período industrial, ainda fazia parte da vida da maioria dos brasileiros. Mas em 2020 e durante boa parte de 2021, a pandemia impôs uma nova ordem mundial: a adaptação de serviços não essenciais ao home office.

Neste período, muita gente mudou de casa, de cidade, de estado ou até de país. Afinal, elas só precisavam contar com uma fonte de energia para manter o notebook funcionando e uma boa conexão de internet para entregar suas tarefas em dia. Na prática, a conexão entre colegas de equipe não foi afetada por isso.

Porém, quando a flexibilização das normas sanitárias começou, muitos escritórios exigiram o retorno de seus funcionários ao modelo antigo. Uma pesquisa recente feita pela PageGroup, em parceria com a PwC, revelou que 67% dos profissionais no Brasil preferem um regime integral de teletrabalho ou um modelo híbrido com uma ou duas idas ao escritório durante a semana.

A justificativa por trás da defesa do home office tem várias faces, mas quase todas reverberam os valores aprendidos com a geração mais jovem do mercado: os “GenZ”, nascidos entre 1995 e 2010. Isso porque esses indivíduos buscam o equilíbrio entre vida pessoal e carreira, certos que uma não pode se sobrepor a outra.  

Os últimos brasileiros com esse mindset têm hoje 12 anos de idade. Falta chão para que ingressem no mercado de trabalho? Sim. Mas se mesmo eles, que ainda nasceram com resquícios do analógico, já pensam assim, não dá para esperar que a Geração Alpha totalmente digital vá ser um freio contra essa tendência.

Megatendências para empreendedores

Mais experiências, menos posses

Esta megatendência já está em voga pelas mãos de um dos gigantes do turismo mundial: o Airbnb. Além de oferecer destinos para viagens, o aplicativo e o site da empresa também ofertam opções de experiências únicas, o que obviamente pode ser aproveitado pelos moradores dentro de sua própria cidade.  

Mas isso não seria tão relevante se fosse exclusivo a um setor econômico. A experiência com um serviço é o tratamento diferenciado que garante a fidelização. E todo negócio pode e deve investir nisso.

De acordo com dados do Instituto Data Popular, a nova classe média gasta mais com serviços do que com bens de consumo. A diferença entre os gastos para cada 100 reais já é quase o dobro, sendo que há nove anos estavam no mesmo patamar.

Em suma, se o seu intuito é empreender com a venda de produtos duráveis, a saída é a mesma. Não adianta nadar contra a maré ou dizer que essa megatendência logo vai passar. Em vez disso, você deve abraçar a experiência, por exemplo, oferecendo brindes que agreguem à rotina do seu cliente; embalagens que possam se tornar enfeites; conteúdos que interessem seu público-alvo, entre outras coisas.  

Qualidade x quantidade

Ainda existem muitas pessoas que compram por impulso ou que buscam sempre o preço mais em conta antes de finalizar uma compra. No entanto, há quem defenda que os clientes com grandes exigências em relação à qualidade dos produtos adquiridos são uma megatendência.

Neste caso, as pessoas tendem a gastar mais quando percebem que há um valor agregado maior, e isso não significa necessariamente que você precisará investir em materiais ou ingredientes diferentes. Às vezes, o que o consumidor está buscando é na verdade uma empresa na qual pode confiar que a entrega será feita dentro do prazo e segurança com os dados fornecidos no ato da compra, por exemplo.

Parece que tem a ver com o item anterior, certo? E tem mesmo! Mas a questão negativa da quantidade vai além. Em apenas dois anos, houve um aumento de 22% entre consumidores que consideram a responsabilidade ambiental muito ou extremamente importante na hora de formar opinião sobre uma marca. E essa visão pela proteção do meio ambiente costuma se traduzir também no comportamento de consumo das pessoas.

Diante disso, o que você, empreendedor, deve fazer? Basicamente: perguntas ou, em uma linguagem mais técnica, pesquisa de mercado. É a autenticidade que importa mais? É a sustentabilidade? Ou é o compromisso social? A partir daí, dá para personalizar o seu produto ou até criar uma marca do zero já com uma estratégia clara para determinado público.

Carreira e ética no trabalho

Para concluir, vamos falar de uma megatendência que é denominador comum aos dois tipos de carreira mencionados acima. A ética no trabalho é valorizada tanto por RH, gestores e presidente na hora de escolher um candidato quanto por consumidores no momento de decidir entre os serviços de uma empresa e outra.  

Isso é uma boa notícia para quem quer ser funcionário, pois significa que haverá mais chances de o canal de compliance ser efetivo no local de trabalho. Mas também para os empreendedores, uma vez que basta aplicar boas práticas de transparência para se diferenciar dos muitos negócios que não seguem as regras.

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